Não me Arrependo.

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Estou na beira da pia lavando a louça do almoço e cantando, quando ouço o barulho do portão se abrindo bruscamente.

Meu Deus ele chegou, vai começar de novo.

A janela é em cima da pia e de frente para o corredor, então, para entrar em casa tem que passar por esse corredor e quem está na cozinha consegue ver, vejo a silhueta do meu padrasto, andando com pressa e entrando em casa, suspiro e ele chega na cozinha.

"SUA MÃE TA AI??" -Ele se aproxima e o cheiro de bebida é presente no seu alito, ele bebeu caipirinha pura de novo.

"Céus, para que gritar e não ela esta no trabalho, é para lá que ela vai todos os dias"

Quando eu era menor tinha medo dele, quando ele chegava bêbado, gritava e chingava minha mãe, quebrava as coisas, eu me escondia de baixo da cama e chorava, agora não, quando isso ocorre eu me sento e fico assistindo.

Já pedi tanto pra ela o deixar mas a mesma diz que o "AMOR" fala mais alto, não sei se isso aqui é amor mas já cansei de pedir agora eu sò protejo meu irmãos, observo e separo quando vejo que eles vão se ferir. Eu sei, isso não é nada normal para uma menina de 17 anos.

"Você fica gostosa a cada dia que passa." -Ele se aproxima e eu me afasto indo limpar o fogão.

"E você fica mas nojento a cada dia que passa." -Ele me vira bruscamente e quase cai.

"Olha como fala de mim, sou seu pai lembra??." Olho pra ele. Não sinto mais nojo do seu alito de bebida, ja me acostumei com isso, eu sei aqui é o inferno.

" Você nunca foi e nunca vai ser meu pai, eu não tenho pai." Ele segura meus cabelos longos com forças.

" Você não tem medo não é garota??."

" De você?? Não, não tenho mais." - ele me solta e vira as costas para mim.

" Então você tem medo de outras pessoas??."- eu sorrio zombando dele.

" Perder o medo de você é vencer o próprio Demônio, não tenho medo de mais nada."- ele se vira rapidamente e me joga em cima da mesa resistente de madeira.

" Pois deveria ter, porque posso fazer coisas  inacreditáveis com você."- ele começa a passar a ponta do dedo pelo meu seio e vai descendo. Paraliso. Não sei o que fazer, Minha regata preta que sò naquela hora eu percebi que deixava meus seios grandes parecia o atrair.-" Você é linda Larissa, mais que sua mãe."

"Daniel sai de perto de mim." - ele sorri subindo minha camisa deixando minha barriga amostra.

"Sabe o quanto planejei isso??, o quanto imaginei isso??."- ele começou a subir mais a minha camisa, mas eu segurei sua mão antes que ela chegasse em meus seios.

"O problema é todo seu e eu ja mandei você sair de perto de mim."- ele tira a minha mão de cima da dele me ignorando totalmente vindo em minha direção para me beija, automaticamente levanto minha perna que bate em seu saco,  ele da um grito, ele me pega e me joga no chão.

"SUA VACA, VOU TE MOSTRAR A RESPEITAR SEU PAI."- ele vem em minha direção me dando um tapa que tenho certeza que ficou a marca, esta ardendo, ele começa a tirar o seu cinto para me bater igual antigamente, dou uma rasteira nele que nem sabia que podia fazer, ele cai no chão, eu pego a primeira coisa que vejo e vou pra cima dele - eu não sei como, porém a única coisa que vi foi uma faca- começo a cortar ele, estava com muita raiva, só ouvia os gritos dele e ouvir ele implorando de alguma forma me fez bem. Ele consegue segurar meu cabelo e trocar de posição, ele estava sangrando então começa a me dar tapas no rosto e o sangue dele  pingando em mim. Pego a faca que estava do meu lado e enfio na barriga dele que de imediato cai no chão, eu me levanto e vejo ele se contorcer de dor e desmaiar , sò ai eu vejo o que fiz, fico desesperada e ligo para minha mãe que diz vim o mais rápido possível.

Quando ela chega estou sentada no sofá com as mãos juntas e toda cheia de sangue.

"O que você fez??."- eu me levanto.

"O QUE EU FIZ?? FOI O QUE ELE FEZ, CHEGOU BÊBADO E TENTOU ME ASSEDIAR EU ME DEFENDI, MAS VOCÊ AO INVÉS DE PERGUNTA COMO ESTOU, VEM PERGUNTA O QUE EU FIZ?? SEU PERFEITO MARIDO ESTÁ NA COZINHA, VAI VER ELE, TOMARA QUE ELE TENHA MORRIDO."- ela vai e escuto um grito, entro na cozinha e a vejo com a mão na boca em forma de dessespero.

"Você cortou ele?."- Ela não me deixa responder e sai da cozinha.
Fico olhando pro corpo dele no chão até que o vejo se mexer, ele poe a mão na barriga e geme de dor.
Ele abre os olhos lentamente e olha para mim, ele tenta me pegar mas rapidamente põe a mão na barriga e desiste.

"E-eu vo-vou acabar...aiii...vou acabar co-com você su-sua vaca."

"Acho que não em." - logo ouço barulhos de viaturas e ambulâncias vindo. Não estou arrependida pelo o que fiz, faria de novo. Logo chegam os policiais me prendendo.

"Como assim?? Ele tentou me atacar e eu vou presa??."-eles me ignoram e me levam pra fora vejo minha mãe dentro da ambulância com o Daniel, ela estava me olhando, com pena??.

Eles me colocam no banco de trás da viatura e fomos para delegâcia.

Presa No InternatoOnde histórias criam vida. Descubra agora