Prólogo

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POV 3° pessoa:

Março estava chegando ao fim, e com isso chegava também um lembrete... Lembrete de uma dívida que Miguel Stuart, tinha com  Alex Dawson, um dos maiores mafiosos de toda cidade. O dia do acerto de contas  havia chegado, uma tarde de sexta feira para ser mais preciso, e com isso o Sr. Stuart teria de quitar sua dívida , ou melhor, adiá -lá como ele fazia todos os meses.  

Miguel sempre dava uma desculpa para atrasar o pagamento , mas mal sabia ele  que naquele mês seria diferente.

Ao encarar  a entrada da enorme mansão de Alex Dawson, Miguel sentia o desespero dominar todo seu corpo. Ele sabia que Alex estava cada vez mais impaciente, sua raiva crescia a cada mês, assim como a quantia que Stuart devia pagar. Antes de chegar no interior da casa de seu "sócio", Miguel respirou fundo, tentando controlar seus nervos e sem mais nenhuma alternativa se dirigiu ao escritório de Dawson.

— Devo lhe perguntar se trouxe o valor de sua divida Sr. Stuart ? — perguntou o homem com um voz gélida de dar até medo.

— Sr Dawson, as coisas andam difíceis para mim, tenho uma família para cuidar preciso de mais um mês, é só isso que lhe peço — disse Sr. Stuart em evidente desespero. 

—JÁ CHEGA.!! - explodiu Dawson, batendo as mãos na mesa.—Todos os meses é a mesma desculpa Sr. Stuart, mas dessa vez não. 

 —Mas Senhor... - Miguel tentou explicar, porém Alex continuou falando como se não o tivesse escutado.

— Minha decisão já foi tomada, Miguel. — Ele retira uma pasta da gaveta de sua mesa e joga na frente de Stuart​ — Faremos um contrato no qual não só eu, mas todas as linhagem Dawson teremos controle e poder total por um determinado bem que você passará para o nome de minha família. Aceito qualquer coisa, seja uma casa, ou até mesmo alguma terra, mas não adiarei mais o pagamento de suas dívidas.

Já com os olhos cheios de lágrimas, o Sr. Stuart disse:

— Mas senhor, tudo oque tenho é minha casa, mulher, uma filha de 4 anos e tamb...

— Traga para mim— Sr. Dawson, nem o deixa terminar.

— Perdão,  Senhor?

— Renunciarei sua dívida se me trouxer sua filha e assinar o contrato no qual ela estará sobre posse dos Dawson por tempo indeterminado.

—Me desculpe Sr. Dawson, mas minha filha não entregarei jamais— disse Sr. Stuart completamente decidido

—Tudo bem, ou você traz sua filha como pagamento ou toda sua família pagará a dívida com a própria vida. — disse Alex Dawson com um tom completamente calmo acompanhado de um sorriso de lado.

Para Miguel sua filha era seu bem mais precioso, mas entre vê-la morta ou em outra família, ele não via outra escolha a não ser aceitar a proposta que Alex o fez, então sem já conter mais suas lágrimas falou:

— Tudo bem, eu vou trazer a minha filha, mas por favor me deixe ficar apenas hoje com ela, eu lhe imploro. —  E assim foi feito, Miguel saiu da mansão Dawson com o coração despedaçado, deixando em seu escritório um Alex completamente feliz.  

Maldito dia em que aceitei a ajuda de Alex Dawson.

Alguns anos atrás, Miguel e a esposa vinham enfrentando várias dificuldades e no meio de tanta tristeza  veio uma enorme alegria, ele seria pai. No entanto ele e a mulher mal tinham condições para se sustentarem, imagina cuidar de uma criança. Não, eles realmente não conseguiriam. A filha deles era uma menina encantadora, muitas pessoas já haviam oferecido dinheiro para ter a criança, porém Miguel e a esposa sempre negaram. Nem que morassem debaixo da ponte eles seriam capazes de entregar o bem mais precioso que tinham.

Mas como dizem, o futuro não perde a oportunidade de ser irônico. E agora Miguel não tinha opção senão entregar sua filha.

Mas algo que não entrava na cabeça de Stuart era o  porquê do Sr. Dawson querer sua filha, isso não fazia nenhum sentido, pelo menos não para ele.  

Porém  oque Miguel  não sabia, ou melhor, quase ninguém sabia, era que o sonho de Alex era ter mais uma filha. Exatamente, Dawson já foi pai de uma menina ,  mas devido uma complicação durante seu nascimento ela acabou não resistindo. Sua mulher esperava um casal de gêmeos, mas só o menino sobreviveu e desde esse dia Dawson nunca mais foi o mesmo. Depois da morte da filha, sua esposa entrou em depressão e acabou morrendo, a única coisa que o sobrou foi seu filho, o pequeno Henry, mas para Alex, não havia restado nada.

Ele não queria o menino

(...)

O dia de pagar a dívida havia chegado, e tanto Miguel quanto sua mulher Samantha, estavam se debulhando em lágrimas, apenas a pequena Crystal os olhava sem entender nada.

—Meu amor quero que você saiba que a mamãe e o papai te amamos muito—Samantha dizia para filha em meio as lágrimas.

—Eu também te amo, mamãe — A pequena sorriu, um sorriso angelical e completamente inocente

Miguel observava aquela despedida com o coração partido, ele nunca se orgulhou de ter pedido ajuda à um mafioso, mas agora se arrependia amargamente de sua decisão. Ele havia chegado em um beco sem saída, só Deus sabia o quanto estava lhe doendo ter que entregar sua única filha, porém não havia mais oque fazer, era entregá - la ou então arriscar a vida de sua família, e por algum motivo algo dentro dele dizia que Alex jamais faria mal a Crystal.

— Vamos meu amor, o papai e a mamãe têm que levar você para sua nova casa, ela é enorme e vai ter muitos brinquedos para você, princesa —Disse Miguel ao finalmente conseguir parar de chorar, tarefa essa difícil para sua esposa, que continuava chorando como se não houvesse amanhã.

Mas sem sua filha seria como se não houvesse mesmo.

Assim que chegaram na mansão eles avistaram o Sr. Dawson, em sua habitual pose de superior, mas oque fez os olhinhos verdes da pequenina brilhar foi um menino que se encontrava agarrado nas pernas de Dawson. Ele era lindo, com seus expressivos olhos azuis e cabelos negros, porém parecia ter medo de alguma coisa. E assim como ele havia chamado sua atenção, Crystal também tinha encantado o pequeno.

Depois de abraçar seus pais, Crystal foi puxada para um enorme abraço de seu " novo pai ".

— Bem vinda à sua nova casa pequena — disse Alex, e para surpresa de todos, ele estava realmente emocionado, a não ser ele ninguém presente no local conseguia entender porquê tanta felicidade, mas é que além de ter conseguido sua nova "filha" os longos cabelos loiros e os belíssimos olhos verdes da menina o faziam lembrar de sua esposa e isso seria um motivo para amar aquela criança ainda mais.

Crystal olhou com curiosidade, era muito pequena para entender oque se passava ali, e quando se virou para olhar seus pais eles simplesmente não estavam mais lá. Quando estava prestes a entrar em sua nova casa, sentiu uma mãozinha na sua, ela olhou para Henry e sorriu. O garoto, até então tímido, retribuiu com um enorme sorriso, era a primeira vez que ele demonstrava afeto por alguém, mas também era a primeira vez que ele via uma garotinha tão linda em sua frente.

E assim, de mãos dadas entraram na mansão Dawson, mas esses pequenos não imaginavam que a partir dali suas vidas tomariam um rumo completamente irreversível.

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