Hospital

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Eu ainda estava em estado de choque. Não via nada, não ouvia nada, não fazia nada, não escutava nada. Eu estava paralisada. Antes eu chorava, agora nem me mexer eu consigo.

Apaguei e já não sei de mais nada.

Acordo num quarto de hospital e não sei como vim parar aqui, minha cabeça dói muito, não me lembro de nada. Fico me esforçando para me lembrar, daí vem uns flashbacks na minha memória.

"a escola, as aulas, eu saindo do colégio, eu conversando com um dos populares, as mensagens, o TIRO, meu deus"

Tinham matado uma pessoa na minha frente e já me tinham avisado. Me lembro que eu tinha 3 segundos para cumprir uma ordem e eu não cumpri.

Eu sou a causa dessa morte. Foi por minha causa que o Kevin morreu.

Um sentimento de culpa começa a me corroer por dentro, sinto meus aderem e sei que são lágrima. Minha mente gritava comigo "CULPA SUA, VOCÊ É A CULPADA"

Mais lágrimas escorriam pelo meu rosto e começo a soluçar e os soluços se transformam em gritos. Meus gritos. Gritos de dor. Gritos de angústia.

Me sinto uma imbecil, um nada.

A porta se abre com brusquidão e é uma enfermeira.

Ela me olha com preocupação e logo de seguida dá um sorriso carinhoso

-Que foi querida?- ela pergunta referindo aos meus gritos

-Quero sair daqui. Posso sair daqui? Quando posso sair daqui?- faço perguntas umas atrás das outras ignorando a que ela fez.

-A sua mãe tá lá fora daqui a pouco o médico chega para te dar alta. Adeus querida, e não pensa muito no que aconteceu não.- ela fala saindo pela porta.

Agora que penso: como vim parar aqui??
Depois eu pergunto pra minha mãe.

Ouço o barulho de uma mensagem entrando no meu celular que estava em cima de uma mesa ao lado da cama. "Estranho"... "Como meu celular veio parar aqui?"

Pego no meu celular e abro a mensagem

"Já tá melhor meu amor?"

Meus olhos se arregalam ao ler a mensagem.
Chega outra mensagem.

"Você poderia evitar ver aquela cena. Você poderia poupar a vida daquele garoto. Era só você ter subido na porra daquela moto mas você não me levou a sério. Por causa de você eu matei um inocente. Também quem mandou não me obedecer? Agora estaríamos todos os felizes e o garoto estaria vivo."

(meu deus)
(quem é você??)

Meus olhos enchem de lágrimas de novo. Esse filho de uma puta.
Agora não choro de culpa, agora choro de raiva dessa pessoa que está fazendo  isso comigo.

( o que eu fiz de errado pra merecer isso)

A porta se abre e um médico entra, enxugo as minhas lágrimas e olho pra ele.

Ele me falou que desmaiei por causa do choque por isso tinham me trazido para o hospital.

Ele me deu alta mas antes de ir pra casa chegaram dois agentes da polícia para tomar o meu depoimento. Contei como as coisas aconteceram menos a parte das mensagens.

Depois que eles foram se  também, eu já estava vestida e saí.

Minha mãe estava no corredor me esperando e quando ela me viu ela veio correndo pra me e me dando um abraço quente e aconchegante.

-Como você tá meu amor?- ela me pergunta alisando o meu cabelo.

-Tô melhor mãe- respondo me sentindo mais cansada- só me leva pra casa e me dá um beijo antes de me deitar, por favor!? Porque é só o que eu quero nesse momento- falo abraçando minha mãe mais apertado e ela retribui o abraço.

-Claro meu amor. Se é isso que você quer é isso que você vai ter-ela me dá um beijo no topo da cabeça e me leva pra fora do hospital.

Entramos no carro e minha mãe dá partida.

-Mãe?

-Fala meu amor-ela me fala com aquele carinho que eu tanto amo nela

-Minha moto?

- Sua moto tá lá na garagem de casa, porquê???- ela pergunta

- Uffa- suspiro de alívio( minha moto é das coisas que eu.) mais amo)- já tava preocupada

- Não precisa se preocupar não. Sua bebezinha tá intacta- diz sorrindo.


My Sweet StalkerOnde histórias criam vida. Descubra agora