Anjo Suicida

Emmy Rirsel

No corredor do colégio, a garota ruiva vinha em minha direção com seu moletom azul escuro (quase preto), ela para em frente ao seu armário que por coincidência ficava ao lado do meu, ela olha em meus olhos, sorri e vai embora sem dizer nem uma palavra se quer. Aquela foi a primeira vez que eu vi aqueles lindos olhos azuis esverdeados e um sorriso tão belo quanto uma Aurora Boreal.

Fui para minha sala, me sentei e comecei a pensar na garota ruiva, eu precisava desvendar aquela jovem misteriosa, e essa seria a minha missão, mesmo que demorasse a ser cumprida.

O sinal do intervalo toca e eu vou ao refeitório e me sento em uma das mesas do canto, então me encontro na mesma situação de algumas horas atrás, a linda garota ruiva estava vindo em minha direção, mas agora não havia nenhum armário por perto, eramos só eu e ela. Ela se senta ao meu lado.

- Oi - Diz ela com uma voz doce.

- Olá - Respondo tímida.

- Você também é novata certo?! Qual é o seu nome?

- Junay Duckys, prazer.

- Meu nome é Emmy Rirsel, o prazer é todo meu.

Depois de alguns minutos conversando, trocamos nossos números, ela se despediu e voltou para sua mesa.

Chegando em casa, nem jantei e fui logo para o meu quarto, resolvi mandar uma mensagem para a Emmy, então sem pensar duas vezes o fiz.

{Oi Emmy. [Junay-19h12]

Enquanto esperava a resposta eu comecei a pensar no sonho (tinha quase certeza de que iria ter o mesmo essa noite). Peguei no sono depois de 20 minutos, e como esperando sonhei com aquele anjo suicida, mas as asas dela estava sangrando e ela dessa vez havia tomado totalmente a aparência de Emmy, seus olhos azuis estavam cheios de lágrimas, mas assim que ela me viu segurou minha mão e abril um sorriso sincero em seu rosto.

Acordei dessa vez com Wansel me chamando, ele precisava sair e não seria possível me levar ao colégio e por isso eu tinha que sair de casa mais cedo para não me atrasar. Peguei o meu celular para ver a hora, e percebi que Emmy tinha me respondido.

{Oii, como vai? [Emmy-20h24]
{Pode passar aqui em casa? Não vou para a escola. [Emmy-08h47]

Olhei a minha agenda e tinha trabalho de Física para terminar.

{Hoje não posso, desculpe-me [Junay-11h08]

Saí de casa atrasada, a aula já tinha começado.

Terminando a primeira aula, me sinto mau, minha visão escurece e sinto uma estranha dor no peito, uma forte angústia toma conta de mim. Acordo com o sinal do intervalo tocando e Emmy estava ao meu lado com lágrimas em seus olhos, mas quando ela percebe que eu eu já havia despertado ela sorri, exatamente como o meu sonho. Para minha surpresa a garota ruiva agora tinha seus cabelos negros, ela olha para mim e diz:

- Já chega! Vamos para casa.

Nós saimos do colégio e pegamos um táxi, ela ficou o tempo todo deita com a cabeça em meu colo, pensativa, e então chegamos ao nosso destino - a casa da família Duckys - subimos ao meu quarto.

- Oque houve? - pergunto preocupada

Ela tira seu moletom, seus pulsos estavam cortados, ela me abraça forte e se desmancha em lágrimas.

- Junay, eu não quero mais ficar aqui, me ajude por favor - diz ela chorando - quero ir para casa, não quero ficar aqui, não, não quero.

- É claro Emmy, vamos - respondo ao segurar sua mão - eu te levo até sua casa.

- Não, você não entende, aquela não é minha casa, eu não consigo voltar para minha casa.

Eu via o desespero de minha amiga e não sabia oque fazer, então ouço Rebecka chegar e pesso para ela levar Emmy para sua casa, Rebecka concorda.

Era tarde da noite, eu estava deitada em minha cama pensando na Emmy. O telefone toca e eu corro para atender.

-Alô?

-Boa noite, esse é o telefone da família Duckys?

-Sim, quem gostaria?

-É do hospital Hémenver, sinto em informar que o Sr.Wansel Duckys sofreu um acidente e não resistiu.

Naquele momento, percebo que minha mãe estava ao meu lado ouvindo cada palavra, ela ficou sem reação, eu por minha vez, fiquei com tontura, minha visão escureceu e senti uma dor familiar em meu peito, aquela angústia que havia tomado conta de mim hoje de tarde voltou mais forte doque antes.

Tentei dormir mas só conseguia pensar em minha mãe, no meu pequeno irmão Eric que ainda não sabia sobre papai, e na Emmy.