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    Era uma tarde chuvosa de semana, estava no meu quarto como sempre observando enquanto a chuva caia pelo vidro da janela. atualmente vivemos na Transilvânia, Romênia. um lugar não muito ensolarado, porém, vantajoso. passei tanto tempo no escuro que acabei começando a gostar de estar nele. após algum tempo observando a chuva cair, retornei a minha escrivaninha e ao desenho que havia começado.

Era a floresta, a natureza em sua forma mais bela sempre fora algo que me atraíra.

Desde pequena sempre gostei de desenhar, em geral fazia desenhos monocromáticos por achar que seriam ainda mais belos do que provido de suas cores.

- É lindo - Disse uma voz delicada logo atrás de mim.

- Ah, é só você... - Falei calmamente sem dar-lhe muita atenção.

- Seu pai me pediu para vir, ele quer ver você.

- E se eu não estiver afim? - falei provocativa. parei de prestar atenção em meu desenho apenas para olhar para ele de braços cruzados.

- Por favor alteza, ele disse que é importante.

- Da ultima vez ele também disse isso e foi só um pretexto para me ver...

- Isso não é bom? - falou agora encostado em minha escrivaninha de frente para mim.

- Talvez... de qualquer forma, melhor eu ir indo.

- Até depois, alteza.

Sai do quarto para os corredores iluminados pelas velas. o castelo onde moramos é antigo. feito de pedras escuras e para os poucos que ainda podem sentir alguma coisa relacionada ao clima do lugar, frio.

demorou um tempo para que eu chegasse ao quarto do meu pai já que o mesmo se localizava do outro lado do castelo. chegando lá ele estava sentado sobre o caixão lendo.

uma visão comum do dia-a-dia. Meu pai sempre amou ler.

A visão do quarto escuro iluminado apenas sobre a luz vinda da grande janela do outro lado do seu caixão deixava toda a cena com uma atmosfera bela de se observar. Meu pai Dragomir era famoso entre sua espécie, não só por ser o rei ou algo assim, sua aparência deslumbrante sempre chamara atenção com facilidade.

Quase não notei que sua atenção estava direcionadaa mim agora.

- Queria me ver? – perguntei entrando no cômodo e parando na frente dele.

- Sim – olha para um canto escuro no quarto – você já pode ir Jasebelly – disse e uma criada que até então não tinha notado a presença deixou as sombras e se curvou para mim e meu pai.

- Chame-me se precisar Majestade – falou ela se retirando em seguida.

- Então, o que é? – falo indo até a janela e olhando para o jardim. Enquanto que meu quarto tem uma bela visão da floresta, o do meu pai tem a visão do jardim. Os canteiros escuros, as rosas iluminadas por vagalumes, o pequeno lago ao longe quase obscurecido pelas sombras da noite. Observei tudo enquanto podia ouvir meu pai se movendo até o meu lado.

- Seu tio veio até mim hoje, ele esteve na aldeia, os humanos querem invadir nosso castelo – disse meu pai calmo. Sempre me impressiona como ele consegue manter a calma tão facilmente.

- Invadir? Tem certeza disso? – perguntei olhando para ele. Apesar de estar calmo em voz. A luz da lua iluminando seu rosto me deu a visão de sua preocupação. Seu rosto jovem e aristocrático se franzia levemente em um semblante preocupado.

- Rumores... eu espero – disse baixo.

- E o que devemos fazer? – perguntei voltando a prestar atenção no jardim.

A filha de Sam DragomirOnde histórias criam vida. Descubra agora