WTF?

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POV Jogin

Quando chegamos à mesa, me desculpei com sr. D.O devidamente, dizendo que tinha apenas ficado muito, muito surpreso. Ele disse que entendia e estava tudo bem. Olha, se o pitoco fosse mais como seu pai, não seria tão insuportável.

Eles já tinham feito nosso pedido, então apenas me sentei e tive que ficar encarando KyungSoo já que ele estava bem em minha frente.

- então, a quanto tempo estão juntos? Me peguei perguntando.

- A provavelmente um ano? Meu pai respondeu olhando para o outro a sua frente como se esperasse uma confirmação que veio sem demora.

- Isso é muito tempo. KyungSoo tirou as palavras da minha boca. - e vocês nem sequer pensaram em nos contar? Continuou, mais uma vez transformando meus pensamentos em palavras.

- foi como eu disse. Meu pai começou. - queríamos ter certeza. Sorriu para sr. D.O

- e temos. O outro segurou a mão de meu pai por cima da mesa. Isso era estranho, estranhamente bonito. Apesar de eu estar puto da cara por KyungSoo ser filho do homem com quem meu pai estava, eu fiquei feliz pelos dois.

- fico me perguntando como eu não descobri antes. Me pronunciei.

- somos discretos. Falaram em coro e todos na mesa riram.

Depois disso, os dois engrenaram numa conversa sem fim sobre "coisas que aconteceram em Nova York" quando meu pai tinha ido passar um fim de semana lá a negócios e acabaram se encontrando dando início a essa linda e purpurinada história de amor gay. E eu e o pitoco a minha frente estávamos quietos e desconfortáveis com aquela situação. Não a situação de nossos pais, mas com o fato de estar sentados um de frente para o outro, e tendo que fingir que não temos uma rixa de anos. Os refrigerantes já haviam chegado. Eu e o menor a minha frente bebíamos alguns goles, de vez em quando, até sincronizados, e ouvíamos a conversa alheia. Por incrível que pareça, eu não estava tão incomodado com a presença de KyungSoo, ele parecia bem mais calmo e interessante do que me lembrava. Obviamente, a raiva não havia sumido, e nunca iria, mas pela primeira vez na vida, eu o olhava sem pensar em matá-lo. Às vezes eu desviava o olhar para sr. D.O, ou meu pai ao meu lado, prestando ainda mais atenção na conversa, apenas para não ficar tão estranho, mas aí eu percebia que o menor me encarava, e às vezes nossos olhares se encontravam. Eu estava ficando entediado, a comida estava demorando, e a conversa dos dois mais velhos eram, na maioria das vezes, assuntos internos que eu não entendia. O outro sentando na minha frente parecia estar na mesma situação, passava o dedo em volta da boca do copo e piscava pesadamente. Olhei para os mais velhos mais uma vez notando que estavam mais do que concentrados um no outro. Então uma luz brilhou na minha mente anunciando uma ideia para animar a noite e eu pensei "por que não?"

POV KyungSoo

Tava tudo muito estranho, calmo e chato. Sério, na moral, nunca vi um casal ter tanto assunto, eu estava quase dormindo naquele acento e o pior, de barriga vazia.
De repente, senti algo cutucar minha perna por baixo da mesa. Imediatamente voltei meus olhos para o ser em minha frente, mas este estava olhando para o pai que falava, prestando a atenção na conversa dos dois mais velhos. Ele deve ter me encostado sem querer. Voltei para o meu círculo invisível do tédio, pensando em coisas aleatórias, como o fato de eu estar morrendo de fome, até sentir algo se arrastando pelo meio das minhas pernas. Mas que porra tá acontecendo? Olhei incrédulo para Jogin, mas ele ainda estava prestando atenção na conversa dos nossos pais. Uma das pernas do outro ainda se arrastavam entre as minhas para cima e para baixo. O que era aquilo? Uma espécie de brincadeira de mau gosto, com certeza. Ele sabia que eu não podia levantar dali e socar sua cara. Estava jogando. Mas eu é que não iria entrar naquela provocaçãozinha ridícula. Cresça Jogin, pelo amor de Deus.
Apenas puxei minhas pernas mais para baixo da cadeira, e mesmo assim, ele alcançava. Aonde eu estava com a cabeça, as pernas do brutamontes são duas vezes maiores que as minhas. O olhei de novo e agora ele estava mexendo em seu celular, fingindo que nada estava acontecendo. Tentei ao máximo ignorar para ver se ele se enjoava da brincadeirinha e parava com aquilo. Só que isso se tornou bem mais difícil quando ele subiu com sua perna mais do que eu imaginava que conseguiria. E no susto eu acabei pronunciando um: - mas o que...? Parei no momento em que os dois mais velhos e mais algumas pessoas das mesas ao redor me encararam. Meus olhos cravados em Jogin que agora ria discretamente ainda olhando para o celular.

- tudo bem filho? Meu pai perguntou, colocando uma mão em meu ombro. E só nessa hora o filho da puta na minha frente me olhou como se esperasse por minha resposta.

- tudo ótimo pai. A resposta acabou saindo mais irônica do que eu queria. - vou ao banheiro, já volto. Me levantei e fui em passos rápidos em direção ao banheiro masculino no final do estabelecimento. Entrei ao banheiro e me apoiei na pia enquanto encarava meu reflexo no espelho. Estava mais ofegante que o normal. Pera aí, isso é sério? Eu estava mesmo com resquícios de excitação?
Joguei agua fria no rosto. "Calma KyungSoo, a quanto tempo não se relaciona com ninguém? Só está desesperado" sussurrava para mim mesmo. Esse negócio do meu pai virar gay deve ter mexido com meu psicológico. Sabe, uma vez, quando eu tinha doze anos, eu beijei um menino, e pelo que eu me lembre, até que foi legal, mas depois disso, só peguei garotas, nunca me apaixonei por nenhuma, mas tipo, eu amo peitos e vagina. Mas, pensando bem, acabei de quase ficar excitado com um cara massageando minhas pernas, e a pior parte é que esse cara é ninguém menos que Kim Jogin. Meu deus o que tá acontecendo comigo? Será que eu sou bissexual? Não seria um problema para mim assumir isso, mas o fato de meu maior inimigo me fazer descobrir, isso é um problema. Joguei mais uma concha de água em meu rosto e fiquei ali, com a cabeça abaixada e a cara pingando.

- com calor D.O? Ouvi aquela voz grossa muito perto do meu ouvido e no desespero eu gritei. Tipo, gritei mesmo, gritei alto, ao mesmo minuto em que me virei dando de cara com Jogin com as mãos nos bolsos da jeans apertada e... Foco KyungSoo, foco. Ele estava com um sorriso sínico que me deu vontade de subir encima daquele poste e soca-lo até perder a consciência. Não... Pensando bem, subir em cima não seria boa ideia. Mas que caralho KyungSoo, para de ter esses pensamentos ridículos. Isso é um absurdo.

- Estou com raiva. Respondi apenas.

- raiva? Raiva por que? Perguntou ainda com aquele sorriso e agora andando em minha direção. Eu estava encostado de costas para a pia e não tinha para onde me mover.

- só o fato de estar no mesmo ambiente que você me deixa irritado. Ele continuava se aproximando.

- sério? E eu pela primeira vez na vida, não estou irritado com isso. Que estranho. Fez um olhar confuso e parou a uns trinta centímetros de mim.

- o que? Perguntei baixo, mais para mim mesmo, olhando para um ponto fixo que não fosse ele, mas pela nossa proximidade ele me ouviu.

- quer que eu repita? Ele se abaixou e falou com a boca encostada na minha orelha. Meu santo caralho, o arrepio começo nos fio de cabelo e terminou lá em baixo. Queima jesus. Não respondi aquela pergunta, quer dizer, eu não consegui responder, se eu falasse, minha voz sairia tremida e muito fraca, seria uma vergonha. Ele viu que eu não responderia... Ainda estava naquela posição, mas agora encostava nossos corpos, apoiando as duas mãos na pia atrás de mim e deslizava uma perna por entre as minhas.

- Isso te deixa com raiva? Sua voz ainda mais baixa e mais grave. Malditas perguntas. Eu tinha que falar alguma coisa, não ia demonstrar fraqueza alguma para ele. Então juntei todas as minhas forças e o resto de sanidade que tinha para responder um "sim" que, graças ao bom deus, não saiu tremido. Dito essa simples palavrinha, ele se desvencilhou em um segundo, fazendo um pequeno choque térmico passar pelo meu corpo assim que senti aquele corpo quente se afastar. Deu alguns passos para trás e disse um: "a pizza já chegou" saindo do banheiro. Sim, isso mesmo, saiu como se nada tivesse acontecido, me deixando lá, sem reação, ainda apoiado naquela pia e com um grande problema, literalmente, entre as pernas.

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⏰ Última atualização: Mar 27, 2016 ⏰

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