Liberdade

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Anoiteceu na terra, Lúcifer tinha saído para quem sabe onde, não há muito o que fazer no inferno, mas ele saiu pra resolver algo sobre a prisioneira mais perigosa. Eu estava colocando tudo o que era importante dentro de uma bolsa, não são muitas coisas, mas são coisas necessárias para mim. Já tinha todo um plano feito, iria fugir hoje mesmo, durante anos eu estudo todo o inferno e máquino como escapar dessa merda.

No mundo todo existem fendas que servem como portais entre o inferno e a terra, e eu encontrei uma que sai nos Estados Unidos, o problema é que essas fendas são estritamente vigiadas, são raros os momentos de "troca de guarda", que ta mais para uma maneira de soltar milhares de demônios e fingirem que foi sem querer, e por sorte hoje era um desses anos mágicos e vários demônios estavam a espreita, eu havia ouvido um burburinho a mais ou menos um mês sobre quando isso aconteceria, então estava pronta e disfarçada com um encantamento transmofo.

Chego perto de um grupo de demônios e fico quieta por um tempo até um chegar entre nós avisando que começaram a escapar e o grupo que eu estava rapidamente sai e eu faço o mesmo, ao sair vejo que o outro lado é muito semelhante a uma ferrovia abandonada, imagino que seguindo os trilhos chegaria há alguma estrada. Após algum tempo na forma de fumaça demoníaca chego em um local onde há  uma placa indicando que eu estava em Rapid City na Dakota do sul. Resolvi voltar a forma humana  e começo a caminhar até um posto de gasolina, e logo minha barriga reclama de fome, porém não tinha nada para pagar, o jeito é roubar. Uso meus poderes para fazer acontecer coisas sobrenaturais no posto, as luzes começam a piscar, as coisas da conveniência começam a cair no chão e se quebrar, algumas coisas explodem, e os trabalhadores saem fugindo . Coloco meu casaco, fecho e boto a touca na cabeça, entro e pego uma quantia de dinheiro que julgo suficiente e comida e volto a caminhar, com dor de cabeça muito forte devido ao uso dos meus poderes que foram constantes me preparando para fugir. Ter poderes podem até parecer legal, mas no meu caso sempre que eu uso demais eles gera uma especie de sobre carga, o que as vezes me faz ficar sem eles durante um tempo e com um mal estar horrivel.

Eu chego em um hotel na estrada e reservo um quarto.
Vou pro quarto, tomo banho e troco de roupa e vou dormir.

Uma semana depois...

As coisas não estão indo bem.
Não estou conseguindo controlar meus poderes, porque?
Começaram a sentir minha falta no inferno, e venho sendo perseguida por muitos demônios, o que vem me deixando nervosa e as coisas começam a sair de controle. Só nessa semana eu explodi três carros com gente dentro, fiz uma pessoa ter um ataque cardíaco, seis lojas quebrarem todos os vidros delas ao mesmo tempo, e fiz uma mulher querer matar seu filho. E tudo isso porque com os demônios me seguindo eu fico com raiva, nervosa e não consigo controlar meus poderes.

Estava tentando arrumar um emprego nesse exato momento.

-Bem, você não tem qualificação profissional para o que precisamos!- fala a gerente prepotente

-Mas por favor, eu preciso desse emprego, senhora.

Não que eu precisasse, sendo filha de quem sou, é só estalar os dedos que tenho o que quero, tanto no inferno quanto na terra. Mas eu preciso dessa independência, preciso tentar ser humana mesmo que seja impossível para mim.

-Queridinha se você não notou todos precisam, mas nenhum é apto para isso! -fala ignorante, e me olha de cima a baixo-  principalmente para você!

-Quem. Você. Pensa. Que. É? -falo pausadamente me levantando, meu sangue já estava fervendo, aponto para ela, faço seus olhos sangrarem e ela se engasgar com sua língua, olho meus reflexo no espelho, noto que meus olhos estão vermelhos e estranhamente eu gosto disso oque me assusta e me faz parar, só que quando olho a mulher ja estava morta.- Merda, tenho que sair daqui.- Me teletransporto para o hotel em que estava hospedada.

Não aguento e começo a chorar.

-EU NÃO VOU DESISTIR, NÃO VOU VOLTAR PARA AQUELA MERDA! -grito e jogo um vaso na parede, me descontrolo fazendo as coisas quebrarem e o ar condicionado pegar fogo -Eu preciso sair daqui!

Me teletransporto com minhas coisas para perto de um motel no outro lado da cidade. O nome era "Motel labamba".

Entro na recepção e olho para o atendente que me olha sorrindo.

-Deseja o que de mim? - Diz com duplo sentido que imediatamente ignoro.

-Um quarto de solteiro. - Reviro os olhos.

-Okay, gatinha! - Eu olho ao redor e noto que não tem câmera, ele me entrega as chaves, mas quando eu vou saindo ele me para- Quer saber vou lhe fazer companhia. -  ele me agarra pelas costas e beija meu pescoço.

-Você vai fazer companhia ao meu pai, seu canalha, lá no inferno! -falo com raiva e estalo os dedos e ele morre suando sangue, adianto o passo com um enjoo péssimo e olho o número da chave- Bem, o quarto é o 15!

Vou andando até o quarto, quando entro o ambiente me dá repulsa, mas vou ficar pouco tempo, amanhã mesmo euvou embora da cidade. O quarto fedia, mas a cama era arrumada, jogo minhas coisas em uma mesa que lá havia e vou ao banheiro tomar banho. Quando eu entro no banheiro  vejo que o espelho tá quebrado o que me faz pensar que pode ser mau agouro, a pia tinha manchas de alguma coisa indecifrável. Tiro minha roupa e entro no chuveiro, uma parte fria e outra quente, me arrepio.

-Que lindo Lua, olha onde você foi parar! - irônizo - Não lembra o inferno?

E dou uma risada maligna.

-Deus, mesmo você odiando meu pai, podia me dar uma mão aqui, né, é mais difícil do que parece sabe... - balbucio com a voz chorosa - Que lindo de novo  Lua, você definitivamente é o orgulho do papai.

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⏰ Última atualização: Apr 25, 2020 ⏰

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A Filha de Lúcifer {EDITANDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora