Capítulo 7 - O que houve entre nós?

215 6 0
                                    



 "Selton, eu posso explicar", exasperou-se, Marjorie. Ela quis que um buraco se abrisse diante dos seus pés só pra não ter que encarar os olhos decepcionados dele.

"Não precisa, eu já tô vendo, eu já entendi tudo, Marjorie", Selton olhou para os dois a sua frente com desgosto e deu as costas indo embora.

"Não, espera, eu...", ela avançou porta fora, vendo Selton pegar o elevador, sem olhar pra trás. Estava sem roupa e voltou às pressas para dentro, ignorando um Thiago seminu parado no batente da porta.

"O que?", ele a seguiu até o quarto. "Eu não acredito que você vai atrás dele?", buscou suas próprias roupas espalhadas no chão, vestindo-as.

"Vou", diz buscando um short no armário. "O que você esperava que eu fizesse?", pôs a regata, sem o sutiã.

"Marjorie, você disse que me ama, a gente... Tudo que...", ele calçou os tênis, vendo a sair do quarto, respondendo a sua pergunta com descaço:

"A gente transou e daí? O que isso muda?", Marjorie respondeu de costas para ele. Seu único objetivo no momento era conseguir alcançar Selton a tempo.

"Eu pensei que...".

"Vai mudar alguma coisa? Não! Não vai...", respondeu ela mesma, já no corredor, pressionando o botão do elevador. A porta se abriu. Thiago a puxou pelo braço

"MARJORIE!", trancou a porta e a passagem dela com o seu corpo.

"Você conseguiu o queria, então pronto, pode ir embora e me deixar viver em paz", ela se aproveitou de um descuido dele e o empurrou para dentro do elevador. "Me esquece, me deixa te esquecer e ser feliz com alguém que realmente pode me fazer feliz", apertou o botão que levava ao térreo.

"Ah e é ele quem vai te fazer feliz? Me poupe Marjorie", Thiago travou o elevador no décimo andar, impedindo que ela tentasse destravar

"Quem sabe? Ele é livre e desimpedido e é tão bom de cama quanto você", provocou irritada com atitude dele.

"É o quê Marjorie? Você e ele já?"

"Já!", ela confirmou áspera. Thiago não conseguia acreditar no que ouvia. Ficou aéreo por um tempo, assimilando a resposta monossilábica dela.

"Isso não é verdade, você... Você foi rápida dessa vez, hein?", o elevador voltou a descer quando Thiago atônito se distanciou da porta.

"Dane-se a sua opinião Thiago, pouco me importa o que você acha ou deixa de achar".

"Ah, esqueci que com ele você faz a puta e só comigo é que banca a boa moça, difícil".

"Puta?", Thiago sentiu os cinco dedos golpearem a sua face, merecidamente. "Você me chamou de...".

"Desculpa eu não quis dizer...", mas já tinha dito e não há como voltar atrás nas palavras mal ditas.

"Puta. Sou puta, sim!", ela gritou o assustando. "Se você me teve é porque eu quis, eu consenti e permiti", jamais a tinha visto com tamanha raiva e fúria nos olhos. Não era nem de longe a sua Marjorie. "O corpo é meu, MEU, eu faço o que eu quiser, eu dou para quem eu quiser, pra você, pro Selton...".

"DESCULPA, NÃO ERA PRA ACABAR, ASSIM, MARJORIE, NÃO ERA!", ele gritou vendo os olhares apavorados dos outros moradores para ele. O elevador tinha chegado ao saguão do prédio.

Estopim!Onde histórias criam vida. Descubra agora