Outubro - A Iniciação

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Iowa, 17 de Outubro de 1975, era o dia de seu aniversário. E também o pior dia de sua vida. Mais ou menos às 21:30 em uma rota distante de sua velha cabana, Christian Taylor Heat estava preso em um quarto escuro e úmido há dias e não tinha ciência nenhuma de onde poderia estar.

Com fome quase desnutrido por falta de água não encontrava solução para seu sofrimento.
Se pelo menos houvesse alguma explicação para estar em cativeiro o sofrimento seria menos torturante mas infelizmente nem ele mesmo sabia o porquê estava naquela situação.  Se houvesse um passado que o condenasse a isso, mas não , Praticamente não tinha família e nem ao menos dinheiro, somente um irmão que não o via a mais ou menos uns 15 anos. Perderam certo contato desde quando Christian resolveu comprar com sua parte da pequena herança uma simples cabana no interior onde poderia fazer de lá sua oficina.

Desde pequeno gostava de mexer com motores, até seu pai Gary T. Heat falecer fatalmente com um câncer.
Sua mãe Madalena, veio a sucumbir por conta disso ficando assim sozinha com os dois filhos e veio a falecer pouco tempo depois quando Christian e Meyer já eram homens por assim dizer, Christian com 17 e Meyer com 25.

Depois disso, mais ou menos 3 anos mais tarde Christian resolveu ir para Iowa e Meyer continuou em Nova York. Depois desse acontecimento, nunca mais se viram. Algumas cartas eram trocadas e Meyer conseguiu trabalho em uma empresa grande de imóveis e ganhou muito dinheiro , Christian ficou feliz pelo irmão que pedia quase em todas as cartas para que Christian voltasse para Nova Iorque e morasse com ele. Christian sempre relutou , queria sua vida em paz , amava demais poder usar a mesma camisa xadrez por dias e beber seu Whisky enquanto arrumava um velho Cadillac vermelho no celeiro, mas depois de um tempo a necessidade de se manter em contato com Meyer não fez tanta diferença.

Nesse tempo que passou preso, pensou em tudo que passara na vida. Até em seus curtos relacionamentos de dois dias ele pensou. Na falta do pai e mãe , na saudade do irmão que agora deveria abrir uma garrafa de champanhe por noite para comemorar sua vida bem sucedida. Mas a inveja não existia nele, e sim o pensamento de que poderiam estar juntos agora. Mas se fosse tão recíproco , Meyer impediria o irmão de ter saído primeiro de casa já que os dois moravam sozinhos.

Christian estava com os olhos vendados, Coisa que não fez muito sentido pois a única luminosidade naquele quarto só viria nas partes da manhã e a tarde sobre uma fresta no telhado rachado já que o quarto não tinha janelas, mas seus sequestradores não o pouparam desse sacrifício e mesmo assim fizeram.

Não sabia a quanto tempo estava ali, e o odor não lhe fazia mais efeito, Ouviu-se então um barulho na maçaneta e alguém entrando em seguida. Dois homens entraram com passos quase inaudíveis enquanto sussurravam um para o outro palavras estranhas. Christian não conseguia entender quase nada, praticamente quase não escutou o que os homens estavam discutindo, em certos momentos poderia jurar que nem ao menos língua de gente poderia ser, porque era um sotaque forte e certeiro proferindo palavras estranhas como se fosse em russo misturado com grunhidos inumanos, parecia até que se tratava de nada além de bichos se comunicando.

Os dois o levantaram pelos braços e o arrastaram até o próximo cômodo, onde era bem iluminado , como ele mesmo percebera quando entrou, pela claridade que a venda em seus olhos de certa forma deixou transparecer. Com Christian despreparado, um dos Rapazes que ainda o erguia retirou sua venda e a Luz quase o cegou depois de dias no escuro. Entrou queimando pela pupila um clarão tomou conta de tudo e iluminou até sua alma de tão forte que era.

Christian gemeu como se tivesse levado um golpe no estômago e abaixou o rosto fechando e apertando mais os olhos, até que depois de um tempo conseguiu olhar para a frente.
Havia um rapaz, com aproximadamente seus 40 anos para menos , com lisos e longos cabelos loiros.

O Sabor Do SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora