— Já disse, deixem-me em paz! Vocês acham que me conhecem só por conviverem comigo, mas posso lhes dizer... Estão completamente enganados!
Ao finalmente dizer tudo que há muito se encontrava entalado em sua garganta, a garota corre em direção ao que todos conhecem apenas como o jardim, porém Zoeyni é a única à conhecer seu real segredo...
Seu refúgio, que se esconde em um saudável tronco de árvore. Clarissa retira a fina argola de seu dedo, para em seguida encaixa-lá na parte inferior da madeira.
Pouco tempo se leva para que um buraco se forme no tronco, dando-lhe total liberdade para na passagem secreta adentrar. Sem pressa a garota desse pela escada em formato aspiral; dentro do local, ela sente o tão conhecido e apreciado cheiro amadeirado... O cheiro do seu adorável lar!Aproximando-se de sua extensa tela, liberdade é retirada de seu bolso, com ela a mesma se permite expressar toda sua raiva. Suas lágrimas se fundiam junto as tintas usadas em seu pincel.
Clarissa sabia melhor que ninguém que a raiva e o ódio, não eram um dos melhores sentimentos a se ter; no entanto era tudo que sentia no momento, raiva pelos inspetores não lhe compreender, raiva dos seus pais por terem à abandonado tão friamente naquele lugar que mais se interligava ao inferno, raiva pelos alunos do colégio à excluírem e por a achar esquisita, enfim! Ela sentia raiva de tudo; excluindo somente Zoeyni de sua lista tenebrosa e amargurante...[...]
Aos poucos se foi permitindo levar pela leveza, pela paz que a pintura à transmitia, fazendo com que a mesma esquecesse de tudo a sua volta, esquecendo-se que ao de lá sair; iriam lhe aplicar o mais árduo dos corretivos. Focou-se somente a bela e desconhecida paisagem a sua frente...
O estômago de Clarissa estava dando voltas de tanta fome; no entanto a mesma estava decidida a sair somente após sua obra finalizar...
Já devia ter se passado umas três horas quando finalmente a mesma concluiu seu trabalho. Afastando-se um pouco a garota foi presenteada com um melhor ângulo para que melhor contemplasse a vista...
- Nossa! Uau, eu...
Não conseguia encontrar palavras para descrever tamanha perfeição! Não é a primeira e nem será a ultima obra que faz, no entanto algo estava diferente! Não em seu ser, mas na pintura...
Era uma lugar bem alegre e cheio de cores, no entanto mais ao longo do lugar, havia um lugar obscuro! cheio de rochas pontiagudas e uma névoa negra que o cercava. Era assustadoramente incrível! Era como se ela pudesse sentir toda alegria e harmonia, toda dor e pavor, que aqueles distintos lugares lhe transmitiam. De alguma forma, Clarissa sempre me sentiu ligada a Liberdade; no entanto foi com seis anos de idade que descobriu o quanto o pincel era especial...
...
A escola havia acabado de fechar... Aproveitando a distração dos inspetores a criança silenciosamente se dirigiu ao jardim; seu intuito era desfrutar ao máximo daquele pequeno momento de liberdade!
Como de costume ela aproximou-se da única árvore existente no jardim, deitou abaixa de sua sombra, fechou seus olhos e relaxou, deixando que o vento levasse os fios de seus volumosos cachos.— Clarissa... Clarissa... — O susto faz com que a criança de imediato abra os olhos.
— Q-Quem está aí?— sua tremula voz ficou no ar; apenas aguardando por uma resposta.
A pequena criança levanta abruptamente, olhando ao redor nada encontrou, no entanto a mesma se encontrava decidida a encontrar a melodiosa voz...
— Estás chegando a Hora de retornar... No entanto ainda não estás pronta!
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A Herdeira Das Cores
RandomEla nasceu para ser livre... Como uma borboleta que saiu do casulo ela é... Seu espírito não nasceu para viver em uma prisão... Sua liberdade é muito diferente do que todos imaginavam... Antigamente pensava que para ser livre, precisaria apenas de...