the floriculture boy » l.s

The one with the blue ribbon

Meu nome é Harry Styles e já faz uma semana que eu trabalho na floricultura da minha mãe, ela basicamente me obrigou a começar a trabalhar junto com ela para que eu não ficasse em casa jogando video game o dia inteiro. Mas não é ruim demais trabalhar nessa loja, o problemas são algumas meninas que entram só para falar comigo e saem sem nada. Às vezes eu sinto vontade de assumir de vez que sou gay afinal, minha mãe e minha irmã sabem e o problema todo é por conta do meu pai, ele não se permite abrir só um pouco aquela mente enxergar que o amor não é um sentimento que só os héteros tem o privilégio de saber o que é. O amor é universal, e queria que ele entendesse isso mas parece impossível e honestamente eu perdi todas as esperanças de um dia meu pai descobrir e me tratar da mesma forma.

Voltando para a parte do meu "novo emprego" não é tão ruim trabalhar aqui, meu amigo Liam na maioria das vezes me ajuda a tomar conta quando preciso fazer algo mas não posso abandonar a loja, ele também me ajuda a arrumar os caixotes de flores que chegam toda tarde de quinta-feira. Eu sempre soube que a minha mãe tinha um sonho de ter uma loja, só não sabia que esse sonho envolvia flores e terra e mais um bando de coisas que eu não sei o nome.

Minha flor preferida é a rosa branca, ela é pura e na maioria das vezes me traz uma paz que não sei bem explicar afinal é só uma flor. Desde pequeno eu sempre amei a figura da rosa branca, acho que é por conta da minha avó ter um pequeno jardim em sua casa e lá tem várias rosas. A da minha irmã é a orquídea, ela é tão viciada nessa flor que o quarto dela parece uma orquídea monstruosa que vai te engolir a qualquer momento.

- Acorda pra vida menino, volta infelizmente para o nosso planeta horroroso - Disse Liam ao entrar na loja.

- ALELUIA você chegou nossa, eu estava quase parindo um mini Liam de tanto esperar

Meu amigo me ajudou com as coisas que estavam jogadas pelo canto da loja, se a minha mãe visse provavelmente eu estaria habitando o outro plano e aposto que seria o inferno. Eu já estava de saída, tinha feito tudo que estava pendente com o Liam e o resto dá para eu resolver em casa que no caso é entrar em contato com os fornecedores e fazer algumas contas. Vou pedir um salário para a senhora Anne, essa mulher está me usando de escravo e nem um dinheirinho pra comprar um picolé eu ganho.

Já estava um pouco longe da loja quando lembrei que esqueci meu celular em cima do balcão, não sei como não tinha percebido antes afinal o meu celular é como se fosse a minha mão e ninguém perde a mão nos lugares. Ao voltar a loja diminui o passo quando vi que alguém que olhava as flores com uma paixão bem estranha nos olhos, era um menino e nossa, ele é bonito.

- Posso ajudar? - Falei ao me aproximar dele.

- Ahm, você trabalha ai não é? - Perguntou o garoto.

- Sim, eu já estava indo embora mas lembrei que esqueci meu celular e foi como uma facada no peito então tive que voltar para buscar meu bebê

- Você é engraçado - Disse o menino dando um pequeno sorriso.

- Qual o seu nome? Já decidiu o que vai querer? desculpa eu sou meio desesperado

- Meu nome é Louis e sim, eu queria três rosas brancas

- Prazer Louis, o meu é Harry. vem aqui, vou pegar pra você

Entrei na loja um pouco me tremendo afinal esse menino é lindo demais, ele é como aqueles crushs que a gente tem quando entra no metrô e já imagina a boca da pessoa na sua. Logo depois de ter pego meu celular peguei uma fita azul para dar um laço em volta das três rosas que Louis pedira, ele olhava os cestos com outras flores como se quisesse pegar cada uma delas e enfeitar um quarto inteiro.

- Aqui está suas rosas jovem Louis

- Obrigado menino Harry, afinal, eu amo azul - Disse Louis ao pegar suas flores.

- Combina com os seus olhos, azul fica bem em você - Falei enquanto arrumava a bancada para ir embora.

- Obrigado mas então, quanto fica as flores? - Respondeu um pouco envergonhado.

- Cortesia, mas não acostuma - Respondi e acabei arrancando uma risada de Louis.

Saímos basicamente juntos da loja afinal se eu demorasse mais cinco minutos ali eu iria perder a minha janta e nossa, era lasanha. Tranquei a porta e logo guardei a chave no bolço, conferi se tudo estava comigo já que esquecer outra coisa estava fora de cogitação.

- Então eu vou indo, foi um prazer te conhecer menino Harry - Falou ele.

- Digo o mesmo, jovem Louis

Depois de soltar um sorriso com a cabeça abaixada Louis começou a seguir seu caminho, em passos curtos mas rápidos ele logo virou a esquina da rua e sumiu. Tinha uma vontade estranha dentro de mim, ele parece alguém legal de se conversar, aquele alguém que você pode contar tudo. Louis parecia ser um bom amigo, no fundo nem foi tão ruim esquecer o celular na loja.