Sweater Weather - The Neighbourhood
O mar é tão grande que para alguns é chamado de infinito. Tão grande que causa amedrontamento naquelas pessoas que temem se perder em sua imensidão. Tão grande e tão poderoso que ninguém nunca imaginaria que ele fosse constituído por gotas d'água. Tão pequenas e inferiores. Gotas d'água.
Gotas que deslizavam pelo vidro da janela do carro como se estivessem fugindo da perseguição dos trovões que dominavam o céu. Era um tanto engraçado a cena: pessoas correndo de um lado a outro desesperadas para se encontrarem em um lugar a salvo da chuva - o que me lembrou um formigueiro. Os com sorte portavam um guarda-chuva, ou conseguiam milagrosamente um táxi. Mas a maioria apenas exercitava aqueles músculos doloridos que se esqueceram de visitar a academia esta semana.
Se eu estivesse do lado de fora, junto àquelas pessoas, e não dentro deste carro, estaria curtindo a chuva molhando meus cabelos e lembrando o cheiro do meu xampu, pularia em poças d'água como uma criança feliz e sem preocupações. Mas eu estou aqui, e eles estão lá. Apesar de eu querer estar lá, e eles provavelmente aqui. E este é o grande problema desse mundo.
Injusto? Muito. Mas talvez essa injustiça fosse justa. Afinal, somos todos injustos, então é justo que tenhamos injustiça. Ou talvez essa justiça seja injusta. Sinceramente? Não faz diferença. O mundo é como é. Ponto.
Nossa parte do trabalho é aguentá-lo. O que pra mim, até seis meses atrás, não era tão difícil. Mas em seis meses tudo pode acontecer. E, em seis meses, tudo aconteceu.
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PS: I lied
RandomRachel tem dezoito anos, e enfrenta uma depressão após tragédias invadirem sua vida como uma avalanche. Sofrendo calada por meses, uma luz aparece no fim do túnel: um amor. Seria isso que compensaria suas dores ou as intensificaria?
