Hoje a religião é um ponto de interrogação na história humana. São relatos e contos que andam por toda a Terra há milhares de anos. São culturas, crenças, ideologias que se espalham e se adaptam a cada lugar.
A religião é um assunto que gera muita...
A Igreja de Roma, sempre teve grande poder. Por exemplo, já por volta do século 15, a igreja com suas paróquias, mosteiros e conventos já dominava grande parte dos territórios na antiga Europa. Ela era dona da metade das terras na França e na Alemanha e dois quintos ou mais na Suécia e na Inglaterra. Com isso sua força política cresceu e dominou.
Essa ostentação e suas sigilosas corrupções desde o século 4° levaram a Igreja Católica a despencar e entrar numa crise que à assombra até os dias de hoje. Essa crise não foi só conhecida por grandes nomes da época como Erasmo e Maquiavel, mais também pela própria igreja.
Isso gerava revoltas entre as pessoas e alguns clérigos intelectuais contra a igreja. A Pré-Reforma tem suas origens em uma denominação cristã do século XII conhecida como valdenses, que era formada pelos seguidores de Pedro Valdo. Desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, considerando ser a fonte de toda autoridade eclesiástica. Eles reuniam-se em casas de famílias ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica Romana, já que negavam a supremacia de Roma e rejeitavam o culto às imagens, que consideravam como sendo idolatria.
No século XIV, o inglês John Wycliffe, considerado como precursor da Reforma Protestante, levantou diversas questões sobre controvérsias que envolviam o cristianismo, mais precisamente a Igreja Católica Romana. Entre outras ideias, Wycliffe queria o retorno da Igreja à primitiva pobreza dos tempos dos evangelistas, que na sua visão, era incompatível com o poder político do papa e dos cardeais. E que o poder da Igreja devia ser limitado às questões espirituais, sendo o poder político exercido pelo Estado, representado pelo rei. Wycliffe defendia a pobreza dos padres e os organizou em grupos. Estes padres foram conhecidos como "lolardos". O seu maior objetivo era ensinar a Bíblia, tanto que um dos seus maiores trabalhos foi fazer a tradução da Bíblia Vulgata Latina para o inglês. Mais tarde, surgiu outra figura importante deste período: Jan Huss. Este pensador tcheco iniciou um movimento religioso baseado nas ideias de John Wycliffe. Seus seguidores ficaram conhecidos como hussitas.
Quando a reforma finalmente se irrompeu, ela destraçou por completo a casa religiosa da cristandade na Europa Ocidental. A princípios fundamentais da Reforma Protestante era a contradição com os ensinamentos da Igreja. Os chamados cinco solas sintetizam os credos teológicos básicos dos reformadores, pilares os quais creram ser essenciais da vida e prática cristã. Todos os cinco implicitamente rejeitam ou se contrapõem aos ensinamentos da então dominante Igreja, a qual tinha, na mente dos reformadores, usurpado atributos divinos ou qualidades para a Igreja e sua hierarquia, especialmente seu superior, o Papa.
No início do século XVI, o monge alemão Martinho Lutero, abraçando as ideias dos pré-reformadores, proferiu três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Em 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Catedral de Wittenberg, com um convite aberto a uma disputa escolástica sobre elas. Esse fato é considerado como o início da Reforma Protestante. Essas teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam.
Tornou-se então a casa dividida, ou melhor, "Uma Europa cristã dividida". Países do sul da Europa como Itália, Espanha, Áustria e partes da França permaneceram na maior parte Católicos. O resto acomodou-se em três principais divisões:
⦁ Luterana: Na Alemanha e Escandinávia;
⦁ Calvinista (ou reformada): Na Suíça, Países-Baixos, Escócia e partes da França;
⦁ Anglicana: Inglaterra.
Entre estas havia outros grupos menores, porém mais radicais, primeiro os Anabatistas.
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Eles foram assim chamados porque os convertidos eram "baptizados" (baptizo = batismo em grego) apenas na idade adulta, por isso, eles re-baptizavam todos os seus prosélitos que já tivessem sido baptizados quando crianças, pois creem que o verdadeiro batismo só tem valor quando as pessoas se convertem conscientemente a Cristo. Desta forma os anabatistas desconsideravam tanto o batismo católico quanto o batismo dos protestantes luteranos, reformados e anglicanos. Católicos e protestantes perseguiram os anabatistas, recorrendo à tortura e execução na tentativa de conter o crescimento do movimento, ao ponto que conseguiram extinguir a igreja e seus membros. Se o grupo existi-se até os dias de hoje seria uma das pouquíssimas igrejas que lutariam pelo movimento primitivista cristão (a qual foi abordado no capitulo anterior). Analisando a sua estrutura e suas crenças, podemos dizer que o grupo que mais se parece e as Testemunhas de Jeová que tem um padrão de moral e crenças muito parecidas com esses crentes do XVI.
Mais tarde surgiu outros movimentos como os Menonistas, Heteritas e Puritanos, que com o tempo levaram as suas crenças para a América do Norte. Essas divisões formaram com o tempo outras centenas de denominações atuais, como Presbiteriana, Episcopal, Metodista, Batista, Adventistas, Congregacional e muitas outras.
QUAIS FORAM OS EFEITOS?
"O efeito da Reforma foi aferventar no povo uma sede de liberdade e de cidadania mais elevada e mais pura. Onde quer que a causa protestante se expandisse, ela tornava as massas mais cônscias de seus direitos."Short History of The Reformation - John F. Hurst" (Breve História da Reforma). Mais a Reforma conseguiu responder a duvida do povo? Não!
O maior ato realizado pela reforma foi que ela colocou a Bíblia ao alcance do povo. Assim como descrito no primeiro capítulo deste livro, os ensinamentos das Igrejas Protestantes tem se misturado a outras denominações religiosas ou até mantido certos erros da Igreja de Roma entre seus fieis. Eles até hoje endossam os mesmos credos e professam algumas das mesmíssimas doutrinas que o catolicismo tem ensinado por séculos como a Trindade, a Ceia de Natal, a Imortalidade da Alma e outras. Com isso, os estudiosos culpam a Reforma de hoje haver um numero muito grande de Ateísmo e Agnosticismo, na qual, desde o início do século 19 vem aumentando.
