"Abri a porta do seu armário na esperança que ele estivesse lá sem escondendo de mim, porém a única coisa que encontrei foram suas roupas, todas arrumadas e separadas por cores, exatamente como fazia... Sem perceber as lagrimas rolavam pela minha pe...
Abri a porta do seu armário na esperança que ele estivesse lá sem escondendo de mim, porém a única coisa que encontrei foram suas roupas, todas arrumadas e separadas por cores, exatamente como fazia... Sem perceber as lagrimas rolavam pela minha pele, cada vez mais e as lembranças vinham a tona, tentei não pensar naquele momento, mais foi em vão, e a minha mente se afundou naquela terrível lembrança...
-Pai! Pai!- meus gritos ecoavam pela casa e ninguém me respondia- eu vou te achar papai! Dessa você não escapa, você vai perder! -Disse enquanto corria pela casa.
Já tinha ido a todos os lugares da casa, mas ele não estava em nenhum!
Corri então para fora, e lá estava ele... Jogado na rua, uma possa de sangue se formava em sua volta e era evidente que ele tentava lutar contra a morte, mas o progresso era pouco, vendo então ele que não conseguiria mais sobreviver, ele disse para mim:
-Filha, eu te amo!Como nunca amei ninguém...-as palavras saim da sua boca com dificuldade, e eu já estava tremendo, mas ele prosseguiu- muitos vão falar que a culpa é sua, eles vão tentar te afundar, igual fizeram comigo, me afundaram... E me tiraram a coisa que mais me importa... voce! Eu tentei aproveitar esta minha ultima semana com voce e espero que tenha gostado, já sabia que isso iria acontecer, porque eles me avisaram... Quando descobrir quem foi, não fique com raiva, e nem tente coisa alguma com eles...Porque o ser é humano é falho...- ele tentou continuar, mas não restava mais ar em seus pulmões e a única coisa que ele conseguiu falar foi:
-Eu te amo muito mesmo filha!
Seus olhos haviam se fechado, e a única coisa que eu pude fazer, foi me jogar em seus braços e implorar para ele voltar...
Eu chorava loucamente, e seu sangue já havia ensopado minha camisa mas eu não ligava,eu só queria que ele estivesse vivo e bem.... Eu só queria que aquilo não passase de uma pesadelo,mais aquilo não era um pesadelo, muito menos um sonho,era real...
Forcei minha mente a parar de pensar no ocorrido e fechei a porta do seu guarda roupa para logo em seguida me deitar em sua cama... Porque ele se foi? Quem fez isso? E porque esta pessoa fez isto? Ta certo que meu pai não era nem um anjo, mas mata-lo? Meu pai nunca foi capaz de fazer mau a ninguém! Eu não entendo e me recuso a entender!
Ding dong ding
Ouço o som da campainha, vindo lá de baixo, mas meu corpo esta tão exausto, piscicologicamente e fisicamente,que minhas pernas se recusavam a mexer.
TOC TOC TOC
Os toques da campainha, foram substituidos por batidas violentas na porta, e o som da voz dela me assustou.
-ABRE A PORTA SUA ENFELIZ!-Gritava ela irritada.
O meu sangue ferveu, mas a obedeci, desci as escadas que nem uma lesma (de propósito) e destranquei a porta.
Ela me olhou, levantou sua mão e... Me deu um tapa no rosto!
-Essa é pra voce aprender que não deve demorar quando eu mandar!-disse ela exalando rancor e raiva, dois sentimentos que não aguentava mais.
Com raiva então subi as escadas novamente, deixando aquela... aquela....BRUXA falando sozinha.
Entrei em meu quarto, deitei em minha cama e fiquei olhando a parede, imaginando como seria minha vida se ele ainda estivesse aqui.
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