Desaforo..

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-Não pai, eu já te disse que não vou para aquela merda de internato! Ainda mais em Londres! Eu não vou!!! – Disse entrando no meu quarto com meu pai me seguindo.

-Minha filha, você tem apenas dezesseis anos e está sobre a minha responsabilidade e já te disse que você vai para o internato e fim de conversa!!!- Disse o mesmo em um tom alto e seguro as lágrimas negando.

- Eu te odeio pai! Eu te odeio!!!! Você ficou insuportável desde a morte da minha mãe, agora está nessa de querer me mandar para aquela porcaria de internato?!- Vejo o mesmo dar uma vacilada em sua postura, porém logo ela fica rígida e furiosa.

-JÁ CHEGA CLARISSE, JÁ ESTÁ DECIDIDO E VOCÊ VAI AMANHÃ PARA O INTERNATO E FIM DE CONVERSA! - Grita o mesmo e bate à porta do meu quarto.

-Seu idiota!!! Te odeio Miguel! – Disse socando a almofada- Você vai ver, vou fazer de tudo para ser expulsa daquele lugar, você verá!

Minha vida foi de melhor a pior em um curto intervalo de tempo... Porque minha mãe teve que partir?! Ela realmente me entendia, me amava e me dava suporte... Diferente do meu pai.

Eu a amava, ela era tudo para mim... Meu pai não me conhece direito, a minha vida toda ele sempre ficou trancado no escritório, só aparecia com mais tempos em datas comemorativas e olha lá! Eu a queria aqui do meu lado, me apoiando e dizendo o que fazer.

Miguel sempre teve essa ideia jurássica de me mandar para um internato, e minha mãe, sendo o anjo que era sempre foi contra, e agora ela se foi! E nunca mais vai voltar...

Ele agora não sabe a quão decepcionada e magoada estou com ele, como meu ódio por ele cresce a cada minuto... Você se arrependerá de suas escolhas Richard, você verá.

Comecei a arrumar minhas coisas para ir para o internato. A cada roupa colocada ali, sentia uma parte de mim se desligar aos poucos.

Depois de quase duas horas trancadas ali ouvi batidas na porta, meu pai começou a me chamar, porém o ignorei. Não estava com cabeça para vê-lo e muito menos voltar a discutir.

Coloco as malas no chão e deito na cama. Fiquei mais algumas horas ali até meu estomago apertar de fome. Levanto e vou até o andar de baixo onde ficava a cozinha, abro a geladeira e pego um bolo e suco voltando para meu quarto e assistindo coisas aleatórias, pensando em mil maneiras de como poder ser expulsa de lá.

(...)

Era um pouco mais de dez horas da noite quando resolvi ir dormir, pois sabia que amanhã o dia seria longo.

Antes de ir deitar por definitivo, coloquei um pijama e meu celular para carregar, espero mesmo que meu pai desista dessa ideia absurda até amanhã... Mesmo sabendo que isso seria praticamente impossível, não custava nada sonhar né?

Acordei com o despertador do celular, meu animo de levantar era nulo, não queria sair daqui pois essa casa estava regada de lembranças da minha mãe, e deixar aqui, seria a mesma coisa de deixá-la, e eu não queria deixa-la, não estava pronta.

Faço minhas higienes matinais e assim que estava pronta começo a descer as malas para o hall da casa. Em nenhum momento olhei para cara do meu pai e muito menos falei com ele, a partir de hoje decidi ignorá-lo completamente até sentir na pele o erro que estava cometendo por afastar a única filha e família dele nesse lugar.

Joseph, nosso motorista logo colocou as coisas dentro do carro, e antes de sair da casa, olho para dentro e com um aperto no coração me despeço.

-Adeus mamãe... Me desculpa por deixa-la aqui- Limpo uma lágrima que escorria e sai de lá indo para o carro. 

Sempre Rebelde P.J BTS - DREAMEOnde histórias criam vida. Descubra agora