Capítulo 6

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NICOLAS

— Nunca viu um teste de gravidez antes, senhor Andretti? — a voz de Gabrielle se infiltra no meu cérebro, fazendo-me sair da inércia que estou olhando fixo a palma de sua mão estendida.

— Você tem certeza? — questiono, minha voz sai tão contida, mas estou sentindo algo quente por todas as células do meu corpo, sensação de poder. Enfim não terei mais nenhuma razão para temer que meu pai cumpra suas ameaças descabidas de colocar meu primo na empresa apenas pelo fato dele ter filhos e uma mulher, posso ter isso também sem dar a qualquer mulher poder sobre mim. Levarei Gabrielle lá amanhã a noite e mostrarei para ele que não vai ganhar de mim. Satisfação. Isso é perfeito! Eu consegui. — Não quero ter surpresas mais tarde sobre isso ser um alarme falso.

Um sorriso começa a se desenhar no meu rosto quando seguro o pequeno bastão.

— Claro que esses testes podem dar resultado errados, Nicolas, mas eu acredito que dessa vez é certo.

— Vamos ao médico agora — digo — Precisamos de certeza, Gabriele, não quero nenhuma dúvida.

— Por que a pressa, Nicolas? — Enfiando no bolso o bastão, vou até ela e seguro seu rosto nas minhas mãos.

— Temos de ir jantar com meus pais e quero dar a notícia para eles — beijo seus lábios suavemente — O quanto antes melhor, querida.

Beijo-a para calar os protestos que ela começa a balbuciar.

Você conseguiu Andretti!

Minha vontade de jogá-la na cama e gastar esse fluxo de energia agora é tentador, no entanto, saber que ela está mesmo com meu bebê me deixa ansioso.

***

— Cancele minhas reuniões marcadas, não irei a empresa — digo para minha assistente. Estou no carro ao lado de Gabrielle que se mantém muito calada depois da noticia da gravidez. Ela agora está de olhos fixos na janela a caminho da clínica. Eu mesmo liguei para o médico dela e ainda bem que ele estava na clínica hoje ou ele teria que ir apenas para atendê-la. Ela está nervosa, sei disso por que está mordendo os lábios e torcendo as mãos juntas desde que sentamos aqui. Eu estou mais que nervoso. Ansioso é mais a palavra certa para mim. Caramba tudo se encaminha como planejei. Um filho e não terei que me preocupar com as sandices de Lorenzo Andretti.

— Está certo, senhor. O senhor tem uma reunião ás oito horas amanhã, estará aqui? — ouço a voz de Kristal falando comigo.

— Sim, amanhã estarei aí logo cedo. -- Depois ela continua falando de outros compromissos que tenho de comparecer e não percebo que chegamos ao nosso destino.

O carro para em frente à clínica e eu desligo. Somos imediatamente levados à sala para fazer o exame de sangue, antes de falar com o médico, e o resultado sai em uma hora e meia. Eu tinha solicitado isso ao telefone também.

— Você fez o teste caseiro, Gabrielle? — o médico pergunta quando estamos na consulta, depois que ele faz a coleta de sangue. Ele a chamou na sala antes que o resultado de sangue saísse e eu não fiquei dessa vez na sala de espera, apesar dos protestos dela, eu fui firme em participar dessa primeira consulta.

Ela responde sim, que fez o teste, eu o tenho no bolso e faço questão de mostrar ao doutor. Ele nem olha, diz que fará uma ultrassonografia estimativa da idade gestacional ou coisa que o valha. Depois que uma enfermeira entrega o exame de sangue estou a ponto de ter um ataque cardíaco

— Sim, deu positivo — ele diz. Tenho vontade de gritar alto agora. Porra!

Ele fala com Gabrielle sobre vitaminas, dieta e tantas recomendações que fico zonzo.

O BEBÊ ANDRETTI ( Disponível na Amazon )Onde histórias criam vida. Descubra agora