Prólogo: Tempos (não tão) Perfeitos

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     Então, era o ano 867, uma era de Reis e Rainhas, vivendo com conforto em seus castelos gigantes, com, e as vezes sem o apoio do povo. Olhando assim parece legal, mas legal mesmo era o que se encontrava do lado de fora das muralhas. O que todos vocês hoje conhecem como grupos ou empresas, antes eram chamadas de Guildas. Havia a Guilda dos Mercadores, A Guilda dos Guerreiros, que era composta por grandes lutadores honrados; A Guilda dos Ladrões, que nem mesmo preciso explicar o que faziam, e várias outras. Eu também fazia parte de uma guilda, e diferente das outras, essa era composta por apenas 4 membros, e não era lá bem recebida...Nem mesmo tínhamos um nome próprio, pois não tínhamos a intenção de sermos uma "guilda".

As pessoas nos chamavam de mercenários, assassinos, caçadores, hereges, entre outras nomes que nem ouso citar aqui. Acho que eles tinham razão, afinal, aceitávamos qualquer trabalho que pagasse bem, de servir de babá à até mesmo golpes de estado (infelizmente nunca tivemos um pedido de tal porte). 

"Contanto que a moeda seja boa." era o nosso lema.

Enfim, a guilda era, sim, bem pequena, mas esses 4 membros davam conta do recado. Era eles:

     Axel Crawford. O encrenqueiro... adorava puxar briga com muitas pessoas de uma vez, sempre com aquela armadura que parecia ter uma tonelada, aquela maça de correntes, pele pálida, cabelo liso, e um olhar de quem gosta de provocar qualquer um. A primeira vista ele parece sério, sempre de cara fechada, coração de aço. Mas ele nunca pensava 2 vezes quando pedíamos ajuda, e nem comento sobre suas brincadeiras sem fim.

     Tinha também meu amigo elfo, Akem Underwood. Eu adorava esse cara. Ele era o grande arqueiro da "guilda". Atirar em um alvo a 500 metros de distância em um ponto de vantagem era brincadeira de criança pra ele. Sempre embarcávamos juntos em missões que envolvessem emboscadas, assassinatos, roubos e etc, e vivíamos as aventuras mais loucas. Até competíamos as vezes com coisas muito idiotas. Por exemplo: quem conseguia seguir o guarda inimigo por mais tempo sem ser notado... confesso que esta brincadeira não terminou muito bem. Ele tinha cabelo comprido e branco, aquele olhar amigável que diz "Estou aqui se precisar." E o que mais chamava atenção eram suas orelhas pontudas. Ax e ele são como irmãos. Axel foi o fundador do grupo na verdade, enquanto Akem foi seu primeiro membro e braço direito. Mas não seguimos um padrão correto de hierarquia. Ao nosso ver, somos todos iguais. A gente também pega muito no pé dele por ele ser um elfo, daí suas orelhas pontiagudas. Mas, para ser justo, ele também enche o nosso saco com frequência.

E claro, tinha que ter pelo menos uma garota nesse meio... 

     Crystaliya D'Angelo...

     Ela era, bem...tipo... igual uma tempestade... Imprevisível. As vezes calma e as vezes furiosa...e eu tinha uma baita queda por ela, aquele cabelo ondulado e negro igual seus olhos, o jeito que ela lidava com qualquer situação também me impressionava. Aquele olhar inocente, me deixava louco. E era justo com este olhar que ela conseguia entrar em festas e salões despercebida. Ela conhecia muito sobre plantas, fazia venenos de efeitos incríveis, muitos chegaram a chamá-la de bruxa...ela não entendia, pensava que era por ser velha, aí que ela metia a porrada em tudo mundo...e os três bocós aqui ficavam olhando, mais por medo que admiração.

      E por fim, eu. Meu nome é Axis, na época eu tinha um cabelo curto e repicado, da cor castanho, assim como meus olhos. Eu era um mestre na arte da furtividade e assassinato, já perdi a conta da quantidade de lâminas que escondia entre as roupas para casos de emergência. Não vou descrever minha personalidade, pois nem mesmo eu a entendo por completo, deixo ela a critério da sua imaginação, ou a partir do que você lerá a partir de agora...

Emfim, pedido após pedido, fomos ganhando fama...a gente gostava dessa vida, os que podiam nos desafiar naquela região eram poucos. O rei mandava na terra, mas sentíamos que aquele lugar era nosso, e que nada iria nos tirar dali.

     Com esta estranha paz que sentíamos dia após dia, nem pudemos ver a tempestade que se aproximava.

Desafiando as SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora