Capítulo XIX: Relíquias do Vulcão, Parte V

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     A busca pelo artefato mágico que levariam nossos heróis de volta pra casa continuava. Após uma árdua batalha contra o Ifaistun em sua forma humanoide e sua forma de golem, todos já estavam exaustos. Axis, Lance e Boru estavam perto do lago, fitando o magma enquanto discutiam.

     _ Ótimo...agora temos que pensar em um jeito de tirar o artefato daí de dentro. - disse Axis.

     _ Bem... temos uma maneira difícil de resolver isso, e outra ainda mais difícil. - dizia Lance, enquanto ele transmutava as manoplas de Boru de volta à sua forma original. - Posso criar uma concha gigantesca e retirar a lava aos poucos. Ou podemos causar uma erupção vulcânica e procurar o artefato em seguida.

     _ Ou... - intrometeu Boru - Você poderia enfiar a mão na lava e retirar toda ela com seus poderes...não se preocupe com o calor. A Mily pode te curar depois...

     _ Droga! Não temos tempo pra ficar brincando de esconde-esconde com um maldito cristal. Crystaliya e os outros estão em grave perigo! Não sabemos quando aquele maldito que nos atacou vai agir novamente!

Todos concordaram. Durante um breve silêncio, a voz de Austin pôde ser ouvida, e parecia falar de algo sério.

     _ King... - Boru disse.

     _ Sim, parece sério... vamos.

Ao se juntarem aos outros, perceberam que Mily estava com o pescoço inteiramente queimado, e já começava a infeccionar.

     _ Nós devíamos ter protegido Mily. Ela estava se esforçando muito para manter todos em condições de lutar, e agora está nessa situação. Como líder, eu assumo a responsabilidade por essa falha, foi um erro crítico e amador de minha parte. - Austin disse para todos ouvirem, sua voz estava pesada e preocupada.

     _ Não, todos somos culpados - Axis disse, na tentativa de amenizar o sentimento de culpa de Austin. - A responsabilidade de proteger o suporte é de todos, não apenas do líder.

     _ King está certo,  todos somos culpados. - disse Lance. - Mas nem tudo está perdido ainda. Pelo que pude reparar, as ervas neste mundo são como as do nosso mundo. Com sorte posso encontrar alguns ingredientes na mata e preparar algo para curar a garota.

     _ Ora, além de tudo você também é um herbalista? - Den perguntou.

     _ Bem, meu clã, ou tribo, como quiser chamar; também trabalha com ervas. Meu pai me ensinou essas coisas a vida toda.

     _ Então por que ainda estamos aqui batendo papo?! Vamos logo! - Heitor gritou nervoso.

Uma veia pulsava em seu pescoço, seus olhos estavam meio vermelhos e um pouco molhados. Seus braços e ombros tremiam levemente e de ambas as suas mãos escorria pequenas tiras de sangue. Seu punho estava cerrado com extrema força. Den tocou seu ombro, e ele relaxou um pouco e abriu as mãos.

Axis se colocou no lugar dele, e pôde compreender perfeitamente. Se algo acontecesse com a Crys... ele se sentiria da mesma forma...se não pior.

     _ Calma, cara. Ficar nervoso não vai adiantar de nada agora. - Den confortou seu amigo.

Ele simplesmente respirou fundo e concordou acenando com a cabeça.

     _ Vamos sair desse lugar, preciso de um pouco de ar fresco. Dave, pode carregar o Vaan? - Austin pediu educadamente.

Dave acenou com a cabeça, pegou Vaan e o jogou sobre os ombros como um saco de trigo.

     _ O que foi? - Ele disse confuso com o olhar de censura que Austin o lançou.

Desafiando as SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora