1. Fogo no Rabo

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Antes de começar, deixa eu ajeitar o meu cabelinho... 

 Agora sim, divei! 

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 Agora sim, divei! 

Fase 1: ativada! START!  

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Dos conceitos que aprendi ao longo dos meus dezesseis anos e meio, posso contar nos dedos aqueles que merecem o título de verdades universais. Dentre eles, certamente:

1- Que crocs e calças Korova são os métodos contraceptivos mais eficazes já inventados pelo homem.

2- Que tudo que é bom engorda ou é pecado.

3- E, claro, que quando a vida te dá limões... ela os espreme nos seus olhos!

Era por uma mistura do terceiro tópico com o segundo que eu ali estava, em pleno sábado, trancafiada em casa com um dos meus melhores amigos enquanto o resto da turma se preparava para uma nova excursão. Não que me desagradasse a ideia de gastar o final de semana inteiro comendo besteira, vendo séries e jogando videogame. Porque, sinceramente, eu era tão náufraga no meu sofá que até batizamos o coitado de Wilson! O que me incomodava de verdade era o motivo da minha suspensão:

Eu beijei um garoto na escola.

Nada anormal pra minha idade.

Porém, segundo a diretoria daquela instituição medieval chamada colégio, isso seria um comportamento inadequado para uma "mocinha de família como eu". Uma mocinha de família como eu... se eu soubesse que seria punida, teria aproveitado bem mais o negócio antes de ser pega! Juro pelos meus ovários!

― Qual é, Chanandler! Você nem está tentando! ― uma voz debochada protestou ao meu lado. Era Armin, o único ser humano que fazia o favor de levar a sério a camiseta que eu usava quando nos conhecemos: "Call me Miss Chanandler Bong".

Nenhuma surpresa que houvéssemos nos tornado grandes amigos de uns tempos para cá. Ele tinha a sensibilidade de compreender que, por detrás das minhas piadas e sarcasmos, eu detestava o meu nome verdadeiro. E eu de concordar que a realidade, às vezes, era entediante demais para ele não se refugiar nos games que tinha à mão o tempo todo.

Eis a mais bela vantagem de respirar a cultura pop. Quando alguém pesca as suas referências, é como se o universo conspirasse naquele encontro de duas pessoas apenas para recomendá-las uma à outra. Esse era o nosso caso.

Observei o jogo pausado no televisor, a fim de entender a reclamação. Torci o nariz à cena que vi. Tinha que ser...

― Se você parar de usar macetes, posso chutar o seu traseiro. Luta direito! ― resmunguei, enchendo a boca de amendoins.

Apelão do cacete... Não podia me notar distraída que logo começava a usar os golpes mais estúpidos em vez de me chamar a atenção. No momento, estava jogando sem parar o meu Subzero, de um lado para o outro, com a cabeleira platinada da sua Sindel.

Depois do Beijo (Amor Doce)Onde histórias criam vida. Descubra agora