O coma..

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10 anos antes do acidente

Era um dia ensolarado, e eu estava me arrumando para ir brincar na rua. Coloquei minha blusa preta, um short azul marinho, um tênis preto e sai.
Apesar de ser fim de semana não havia ninguém brincando, mas resolvi ficar esperando pra ver se alguém aparecia. Fiquei horas e horas no balanço, pensando em todas as mudanças que estavam acontecendo, era tudo novo, diferente, por um lado eu gostava disso, mas por outro detestava.
Já estava voltando pra casa quando escuto o bater dos pés no chão de crianças correndo, quando olho pra trás elas estão vindo em minha direção. Eram os irmãos Jones me chamando pra brincar. O mais velho era o Guilherme, tinha 9 anos, vestia uma blusa branca com alguns detalhes em preto, uma bermuda jeans, e tênis já o irmão mais novo Lucas,com 7anos, vestia além do tênis e da bermuda, uma blusa colorida.
Daquele dia em diante nós nos tornamos melhores amigos, era como se nada pudesse nos atingir quando estávamos juntos. Um era a consciência do outro, um era tão parceiro do outro que por vezes levávamos a culpa pelo outro só pra livra-lo de um castigo.

No hospital
Nunca havia entendido o que era ficar em coma, e hoje posso descrevê-lo em uma só palavra: perturbador.
Ficar em coma não é apenas dormir como muitos falam, porque pra começar eles enfiam um tubo pra permitir a respiração e ele incomoda muito. Comer, só através do soro e para uma pessoa como eu que ama comer isso chega a ser uma tortura. Acho que uma das piores partes do coma é que além de saber tudo que acontece em minha volta, não sei quando vou acordar... Pode ser amanhã, como pode ser daqui 6 meses, como pode ser que eu nunca acorde...
É triste principalmente pelo fato de eu estar lá a quase dois dias e ninguém ter ido me ver.
Meus pais moram longe e falam comigo só de vez em quando, meus amigos da faculdade... É bem... Não tenho amigos de verdade na faculdade, eles são apenas meus colegas de classe.
Estava triste pensando dessa maneira quando me lembrei dos olhos que eu havia visto e de como eles mexeram comigo. Como apenas um par de olhos puderam me levar ao passado tão rapidamente?
Assim que parei de pensar nisso ouvi alguém entrando no quarto. Os passos eram diferentes, não eram da enfermeira, eles eram lentos, cautelosos, como se o dono deles não quisesse ser ouvido. Quando chegou até minha cama, segurou minha mão e sussurrou no meu ouvido:
-Finalmente te encontrei.. Não queria que fosse em uma maneira tão trágica, mas prometo que nunca mais vou te perder...

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Espero que vocês estejam gostando da história!! Não esqueçam de favoritar e deixar seu comentário 😉
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Obrigada por lerem 😘😘

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