CALEBE

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-Mamãe?!

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-Mamãe?!

Calebe chacoalhou calmamente os ombros de sua mãe enquanto tentava acorda-la.

-Mamãe já estou indo, dê-me sua bênção.

Com um pouco de dificuldades Talmai abriu os olhos e avistou o filho a sua frente já preparado para mais um dia de trabalho.

-Bom dia criança, Deus te abençoe.

-Já estou indo, vai ficar bem?

Talmai assentiu com a cabeça levemente e se levantou do colchão de casal acomodado no chão, deu um beijo na testa do filho e ficou assistindo o mesmo saindo logo em seguida.

Já do lado de fora, Calebe olhou para os lados e avistou seu companheiro de todos os dias.

Shim era um cachorrinho vira-lata ainda filhote que foi abandonado na estação de trem. Quando Calebe o encontrou, ele estava esquelético por não ter comido a algum tempo, o pelo caindo e as marcas pelo corpo era sinal de que o pobre animal foi muito maltratado.

Vendo o estado em que o cachorro se encontrava Calebe se comoveu e resolveu ajudar o animal, levando-o para casa e cuidando dele o melhor que podia.
Passando uns tempos o cachorrinho já estava bem saudável e seguia o dono por onde ele ia.

Calebe morava em uma pequena casa feita de madeira na beira da estrada. Para quem via de fora, não notava mais que uma simples residência dentre muitas outras com apenas dois cômodos (contando com o banheiro), mais parecida com um barraco, mas por dentro, apesar de simples, tinha seu aconchego próprio.

Por ser pobre Calebe não tinha uma vida luxuosa. Sua casa não era mobiliada, tinha apenas uma mesa de quatro cadeiras e um pequeno criado mudo ao lado do colchão de casal no qual dormia com sua mãe (e não se envergonhava disso). O fogão era de barro e ao lado dele, uma pequena pia que já vinha com lugar em baixo para guardar a louça. Os alimentos eram mantidos em uma caixa por não ter armário.

Apesar de todas as dificuldades que vivia diariamente, Calebe sabia que era feliz apenas com o amor de sua mãe e o pouco que tinha. Seu sonho desde pequeno era se esforçar o máximo e dar o de melhor para sua mãe. Gostava de vê-la feliz.

Agora com seus dezessete anos de idade trabalhava como vendedor de doces na estação de trem. O dinheiro que ganhava ajudava em casa com sua mãe que por ter já sua idade avançada não podia trabalhar. Também dez por cento do seu salário ia para o cofre do futuro.

Calebe não sabia o que queria ser. Queria ter o futuro brilhante, porém não descobrira seu talento ainda. Já pensou em ser muitas coisas, mas somente pensou.

A pouco tempo tinha acabado seus estudos. Gostava de aprender a cada dia, mas ficava feliz em poder se dedicar em tempo integral ao trabalho. O lucro seria dobrado.

Agora seguia alegre na direção do metrô.

-Vamos pequeno?- perguntou Calebe ao cachorrinho que deu um latido e balançou o rabinho em resposta. - hoje temos que vender o máximo possível, estou juntando dinheiro para fazer uma surpresa pra mamãe...sabia que já tenho dez reais guardado? - disse divertido.

CALEBE  Canção Do Destino (Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora