Kate saiu da lanchonete assim que seu turno terminou e dirigiu-se ao luxuoso SUV cinza da mãe e ela já a aguardava. Amerian ligou o motor assim que a filha se aproximou e antes mesmo que ela entrasse no veículo.
Observou a filha pelo retrovisor enquanto ela contornava o carro e concluiu que a moça estava fora de forma, além de muito magra, além do que ela se recordava, mas decidamente aquele vestido xadrez laranja e branco que fazia parte do uniforme da lanchonete não favorecia seu corpo.
- Por onde devo seguir? - questionou à Kate depois que ela se acomodou no assento ao seu lado.
Kate explicou o caminho com muita perícia e em poucos minutos e sem trocar uma palavra sequer, elas chegaram a um pequeno casebre no meio da mata. A estrutura era simples e sem luxos. Amerian se esforçou para esconder seu vilipêndio, mas sinceramente, ela duvidava que conseguisse.
Kate desceu do veículo e Amerian a acompanhou até uma linha de água corrente que seria improvável dizer onde começava, mas que a julgar pelo que presumia estava circulando o casebre.
- Isso é uma "Auréola de Arina"? - questionou Amerian com surpresa. - Você só pode estar brincando?
- Porque? - Kate se virou para a mãe que estava um pouco mais atrás e expressava o choque.
- De todos os cardeis de proteção você escolheu o mais simples? Porque? - ainda chocada Amerian questionava.
Kate soltou leve riso e um meio sorriso e cruzando os braços para a mãe disse:
- Quer tentar atravessar? - e por fim apontou com o braço para a linha. - Fique a vontade.
Amerian ponderou por um instante e depois apontou para as raízes de uma árvore que estava a cerca de dez metros à sua esquerda. As raízes se movimentaram e saíram da terra se alongando para passar a linha e assim que a tentou uma enorme onda subiu e passou a se fundir com a raiz e começou a comsumi-la. Nesse momento Amerian entendeu que aquilo não era água e sim ácido e o líquido só parou de se espalhar quando tomou a árvore por inteiro fazendo um enorme som ao derrete-la. Em questão de minutos toda a vida na árvore havia se extinto.
Amerian fitou Kate que a observava sem expressar nada, nem mesmo a arrogância que ela esperava que estivesse em seu rosto.
-Impressionante. - Amerian elogiou Kate as sobrancelhas arqueadas. Ela havia esquecido o quão poderosa a filha realmente era.
-Vamos entrar. - Kate se agachou e estendeu a palma da mão direita sobre a terra próxima a linha corrente de ácido e o líquido brilhou em azul. Ela se levantou e atravessou a linha. - Você não vem?
Amerian a seguiu sem medo, ao atravessar indagou:
-Mas porque um cardel tão simples?
-Porque não há necessidade de nada mais elaborado. - respondeu Kate como se a resposta fosse óbvia, enquanto pegava a chave da porta que estava em um vaso de cheio de água escura próximo a entrada.
-Mas qualquer Acqua com o mínimo de conhecimento poderia desfazer essa linha de proteção sem ter que atravessa-la. - disse Amerian curiosa e um tanto indignada. - Os Brenner ainda estão atrás de vocês!
Após abrir a porta Kate entrou respondeu incomodada:
- Eu sei que os Brenner ainda estão atrás de nós! Mas sinceramente eles são Alquímicos e não Acquos e jamais iriam mandar outro Acquos atrás de mim eu sentiria sua presença até na cidade vizinha, por mais fraco que ele fosse e eles me perderiam de vista novamente e talvez não tivessem outra chance em anos. - ela relembrou o que já havia acontecidos anos antes. - Então como eu já disse... Não há necessidade!
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O Senhor do Fogo - A Origem
General FictionKate sempre foi criada coberta de luxo e cercada do bom e do melhor. As melhores roupas, comidas, os melhores instrutores, enfim sempre o melhor... Para os poderosos Magnus isso sempre foi essencial! Mas algo acontece na juventude de Kate e muda par...