1 parte- Alucinando

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26 de Abril de 2012.

Em algum lugar da Europa.

O começo da busca...

Ela olhava para trás de tempos em tempos, tentando divisar na multidão por quem estava sendo seguida. As mãos suadas tremiam, sentia calafrios percorrerem o corpo, o coração queria sair através da boca rosada e despedaçar-se no chão. Do outro lado da rua, era observada por dois homens de terno escuro, cabelos loiros, parecidos com duas estátuas gregas em sua constituição física e de olhos tão azuis que seria possível comparar a uma joia rara e preciosa.

"Eu nunca deveria ter ido lá, agora eles estão atrás de mim!"

Foi o pensamento que lhe cortou a mente, assim que um homem gordo esbarrou em seu braço entontecido com aquela criatura frágil e tendo pensamentos lascivos típicos de um homem que há muito não tinha estado com uma mulher a sós.

Sua beleza delicada, transpirando inocência, os longos cabelos loiros cacheados, a pele alva sem qualquer marca, os olhos verdes profundos e o corpo angelical faziam as pessoas a olharem para ela por longos minutos antes que tropeçassem, esbarrassem umas nas outras apenas imaginando como era ser dona de uma rara beleza.

Aquela jovem parecia despertar uma energia estranha a sua volta, os sons suavizavam-se, havia uma mistura de perfumes no ar, que penetrava as narinas dos mais sensíveis fazendo que em seus lábios desabrochassem sorrisos ou que a ansiedade acaba-se.

Ela apressou o passo, sentia tanto medo, que chegou a imaginar se aquilo tudo não era um pesadelo resultado do uso contínuo de remédios para sua eterna depressão. Assustou-se então quando viu em uma vitrine a imagem do céu ardendo em chamas, podia ouvir os gritos das pessoas e o som de explosões. Parou estática diante daquela confusão de imagens sem saber se eram reais ou não. Havia o odor de carne queimada, invadido seu nariz, fazendo um filete de sangue escorrer dele, sentia seus pulmões arderem, fazendo-a tossir um pouco de sangue. O corpo inteiro gelando, as pernas não obedeciam, o coração estava alucinado e não poderia notar em meio a toda a confusão que sua mente produzia que seus algozes aproximavam-se dela com passos largos empurrando os transeuntes sem dar a mínima importância a eles, ignorando os protestos das mulheres e o os olhares agressivos dos homens que nada diziam, pois havia algo naqueles dois homens loiros que intimidava profundamente.

A última imagem que viu, era de uma garotinha envolta em uma luz dourada, caminhando em meio ao caos, que se passava diante de seus olhos, carregando em umas das mãos uma flor de dente-de-leão e aquela cena lhe causou uma sensação de paz que há muito não sentia.

Quando mãos fortes apertaram seu braço, forçando-a a olhar para o dono ou melhor a dona delas, era uma mulher trajando roupas escuras, um capuz encobriam-lhe a face, mas os olhos brilhavam como ouro. Ela passava uma força, era um ser dominante, que segurava-lhe os ombros com possessividade. Uma nova explosão, a fez olhar mais uma vez para vitrine, percebia que aquilo era parte de suas alucinações,mas aquela mulher era tão real! Não havia tempo de indagar nada, ela queria fugir, tentava se soltar daquelas mãos sem olhar em volta ou notar que um caminhão desgovernado se chocaria contra ambas. A mulher assumiu uma postura protetiva, puxou a jovem para si, apertando-lhe contra seu corpo, fazendo-o a outra corar com tamanha proximidade.

Seu hálito doce, seu cheiro era envolvente, sua voz saiu quase como um sussurro.

"A realidade nunca é o que parece, eles sabem disso e sabem que você foi um erro..."

Segundos depois o caminhão se chocava contra elas...

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⏰ Última atualização: Apr 12, 2016 ⏰

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