Não sou alguém que goste muito de se arrumar, ter que pentear o cabelo para mim é algo desnecessário, porem é para uma ótima ocasião, finalmente Linda vai se formar. Ela esperou ansiosamente por esse dia, e disse que eu tenho que ir, porque sou muito especial para ela.
Ela me agradeceu tanto ao saber que dediquei todo meu salário para pagar o primeiro ano de sua faculdade, confesso que ela tentou recusar, mas fazer o que né, ela é minha melhor amiga, eu não podia deixar que o sonho dela de ser astrônoma passasse em vão e que ela acabasse tornando-se um dos funcionários do laboratório de biologia de seus pais.
A festa de formatura começará daqui uma hora, provavelmente devo estar atrasado, ainda nem escovei os dentes, e prometi que encontraria Linda meia hora antes do começo da festa.
Terminei de me arrumar correndo e chamei meu pai para nos levar à formatura, os pais de Linda também iriam, eu até tenho carteira de motorista, mas confesso que odeio o transito da minha cidade, esta sempre tão lerdo e igual, sempre.
Chegando em frente à casa de Linda, elas e seus pais já estavam me esperando do lado de fora, meu pai saiu do carro, abriu a porta de trás para que os três entrassem.
-Para que tanta formalidade senhor Bredley? -perguntou Linda, enquanto sorria olhando em direção para porta.
-Você é a princesa desta noite querida, tenho que te tratar como uma. – Meu pai respondeu, tentando ser o mais cavalheiro possível.
-Muito obrigado senhor Bredley – Respondeu Leon, pai de linda, enquanto entrava no carro.
Não a tinha visto direito, pois estava escuro dentro do carro, apenas quando passávamos por alguns postes iluminado eu consegui ver pelo retrovisor os lábios vermelhos de Linda, e em alguns momentos o brilho de seus olhos, ela deve estar realmente muito feliz com sua formatura.
-Corey, você esta ansioso para dançar com minha filha? –perguntou Leon, dando uma risada sarcástica.
-Você me pegou de surpresa senhor Ambers, terei que dançar mesmo?-perguntei - Sou péssimo nisso".
-Mas não é você que quer ser ator? -Leon tornou a falar.
-O que atuar tem a ver com dançar pai! –Linda respondeu por mim.
Leon riu sarcasticamente, e então o carro continuou em silencio até chegarmos em frente ao salão de festas.
Muitas vezes eu tinha a impressão que o pai de Linda fazia aquilo de proposito. Eu comecei a trabalhar em uma farmácia perto de casa para arrecadar dinheiro, trabalhei lá por 3 anos, juntei todo dinheiro que pude, e o salário do ultimo ano eu usei para pagar o primeiro ano da faculdade de astronomia de Linda, deve ser por isso que os pais dela tinham tanta raiva de mim, eles queriam que ela trabalhasse no laboratório deles, afirmaram que não iriam pagar a faculdade à ela, eu estou sempre interferindo nas decisões que eles impõem sobre ela.
O fato que eu querer atuar ser uma ofensa, é porque meu pai nunca me apoiou nisso, ele é advogado e minha mãe juíza, eles sonham que eu faça direito, mas o dinheiro que eu juntei com meu trabalho foi para pagar meu curso no salão "Spectro", pretendo começar o curso este ano. A interferência de nossos pais querendo mudar nossas decisões de vida são bem parecidas, eu e Linda sempre tivemos que enfrentar isso.
Não acho que mudarei de opinão, já esta tudo preparado, eu até já comecei a pagar parcelas do curso.
Nos quatro descemos do carro, meu pai se despediu e foi embora.
-Ei, vão procurar os acentos lá dentro do salão, mamãe não pode ficar muito tempo em pé, afinal, ela esta gravida né – disse Linda arrumando a gravata de seu pai.
-É você tem razão filha, já vou indo. E você Corey, Não entrara com nosco?- perguntou Leon me olhando fixamente.
-Não pai, vou apresentar meu melhor amigo para minhas amigas né! –Linda sorriu.
Ela pegou em minha mão e levou-me até a porta de entrada dos formandos
-Você não vai me apresentar a ninguém né?- Dei risada
- Na verdade eu queria pedir esculpe pelo meu pai, desculpa mesmo – Linda falou cabisbaixa.
-Não foi nada, não me ofendo com essas coisas, meu pai que se ofende! –empurrei a porta para abri-la.
-Você tem sido tão legal comigo, desde que nos conhecemos, obrigado por tudo. – Linda me abraçou
-Você merece mais que isso Linda!...E aliás, você esta linda – Ela sorriu
-Você que esta um galã neste terno, vai encantar todas as garotas da festa.
Já estávamos dentro do salão.
-Acho melhor eu ir assinar a lista de presença- A escola de Linda geralmente era cheia de exigências, como assinar lista, pagar entrada, vender rifas e coisas do tipo.
-Tudo bem Corey, te encontro daqui a pouco na pista de dança, meu dançarino- Linda saiu dando risada.
Já tinha assinado meu nome. Quando estava indo em direção as cadeiras dos convidados, passei por dois meninos que conversavam diante aos copos e bebidas da mesa, ouvi algo como "Ei cara, melhor você ficar perto da Cassandra na hora do apagão, já que quer tanto beija-la", não dei muita importância na hora.
Ao chegar em frente aos assentos, lembrei que na minha formatura houve o famoso "Apagão", onde alguém era responsável em apagar as luzes e quando a escuridão cobrisse todo o salão, você beijava a pessoa que estava mais perto de você, sorte minha que na hora eu estava no banheiro.
Após um longo discurso do diretor, os alunos começaram a ir para a pista de dança, então comecei a procurar Linda por todos os lados e foi quando a avistei, estava sentada na escadaria do salão. Segui em sua direção.
-Por que esta aqui sozinha Linda?- perguntei preocupado
-Estou tonta Corey. – Ela respondeu tentando não olhar muito em minha direção.
-Você bebeu álcool?- ela ficou em silencio- Responda Linda!
-Talvez um pouco.
Sentei-me ao seu lado
-Foram seus amigos, não é mesmo Linda? Eles que te mandaram beber não foi?- Ela nunca teve boa influencias depois que entrou nesta escola, estava sempre andando com Eduardo, um amigo que só sabia pensar em bebidas alcoólicas, Stela, uma menina que sempre vai ao parque da cidade para fumar longe de seus pais, e Arthur, um menino que vivia "metendo" Linda em encrencas.
-Não Corey, eu que quis beber! – Linda parecia irritada com meus sermões.
-E isso provou algo? Acho que não Linda, mostrou que você é ainda mais influenciável e ingênua, tem que parar de tentar impressiona-los. –exaltei-me
-Fica quieto Corey, eles têm motivos para serem como são! Pare de julga-los. –Linda me encarou
A esta altura Linda já não estava em si, seu olhos estavam caídos e seu alito cheirava a álcool.
As luzes se apagaram, fui pego pela cintura, ela puxou-me em sua direção e me beijou violentamente, senti o gosto de álcool. E quando tudo já estava claro, a festa já não era mais a mesma, praticamente todos estão se beijando ou bêbados caídos pelo salão.
Qual o motivo dos pais irem na festa de formatura para ouvirem o diretor que não consegue nem tomar conta de sua escola falar, e para verem seus filhos neste estado?!
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Corey Bredley
Teen FictionEsta é a história de Corey, um garoto com um sonho, o sonho de atuar.