Trancada em seu quarto, sem rumo, sem direção, sempre se perguntando "Deus, por que eu nasci? O que ainda estou fazendo aqui? Eu exalo a morte..."
Chorando sem parar, o que iria fazer agora? Aguentar todo o peso dessa maldita vida que não tem lugar para perdedores ou seguir em frente morrendo cada vez mais por dentro.
"Eu aguento, eu aguento, eu aguento, não, eu não aguento! Eu desisto, já não dá! O 1% de força se esgotou! Não dá para me colocar na tomada e carregar! EU DESISTO!"
Sem forças, caí no chão, está decidida a seu último grito, a seu último suspiro, a suas últimas lágrimas, o fim, seu fim.
Sem rumo, atônita, é agora, lâminas, comprimidos, pular de um lugar devidamente alto? Qual a melhor opção? Escolher uma ou optar pelos três? Uma vida sofrida, uma morte doída.
Então, pega tudo o que julga necessário, proclamando o seu fim.
Tranca a porta, é agora, a sua hora, a hora de sua morte.
Um, ela sentou, dois, pegou os comprimidos, três, foi tomando um a um.
Um, dois, três, quatro, e assim foi, até chegar no vigésimo oitavo comprido tomado.
Agora, lâminas dançavam pelos seus pulsos, e os sentimentos reprimidos que a envenenavam foram se acabando aos poucos.
Seria agora a sua morte?
Dor, a dor da vida sumia, a dor da morte a invadia, morrer era tão agonizante assim?
Todo o seu sofrimento passava pela sua cabeça, todas as pessoas que a fizeram sofrer estava em sua frente, rindo, gargalhando por ela estar assim.
"Parem! Parem de rir de mim! Vocês me causaram isso!"
As gargalhadas só aumentavam.
"Eu quero morrer! Eu vou morrer!" Gritava agonizando em sua dor, aquela maldita dor que todos a causaram, aquela dor que casou em si mesma.
Mais e mais gargalhadas, ela estava decidida.
Destrancou a porta e saiu daquele quarto, saiu daquele apartamento, nunca achou tão bom morar em um prédio quanto agora.
Correndo para o elevador, cambaleando, foi até o terraço, agonizando naquele maldito elevador.
As gargalhadas iam aumentando, eles riam daquela pobre garota.
A visão já estava turva, tudo não passava de manchas.
Ela fez o que queria, saiu correndo e pulou.
O vento bagunçava seus cabelos, ia caindo mais rápido, as gargalhadas cessaram, ela percebeu o que estava fazendo, sangue de seus pulsos mancharam suas roupas, não sentia suas mãos, era esse o grande fim.
"NÃO, EU NÃO QUERO MORRER! NÃO QUERO!"
Já era tarde demais, ela e o chão se fundiram, se tornando um só, miolos, partes de seu corpo e sangue espalhado pelo chão.
Ela quis viver tarde demais...
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Escrita em caos.
Random"A tristeza não estava lá fora, estava dentro de mim. E quando percebi, comecei a escrever."