POV Júlia
Minha cabeça doía muito, tive um pouco de dificuldade para abrir os olhos por que a luz do quarto era forte.
– Júlia? – Yang estava sentada na ponta da cama me olhando.
Arrumei-me na cama um pouco tonta ficando meio sentada. – Minha cabeça ta doendo. – resmunguei.
– Ah querida que bom que você acordou! – Yang deu um grito alegre causando uma pequena pontada na minha cabeça. – Vou chamar o doutor para avisar que você acordou. – ela saiu do quarto com pressa me deixando sozinha, nossa minha cabeça estava explodindo, dei uma espiada em baixo da coberta e eu estava só de calcinha e sutiã.
–Porque você gritou mãe? Aconteceu algu... – me assustei quando ChanYeol entrou no quarto, sem camisa, só de bermuda. — Ah você já acordou. – ele ficou um pouco sem graça ao entrar no quarto e me encontrar acordada.
– Minha cabeça ainda dói...
– Deve ser porque você acordou agora, ou porque a cortou. – ele disse seco, eu já disse como esse cara é seco? Nossa, puta que pariu.
– É deve ser! – respondi com o mesmo tom que ele. Esse bocó vai ficar parado ai me olhando com essa cara? Ah que saco – Que foi? – perguntei o tirando do transi.
– Nada! – ele respondeu depois de um tempo e deu um sorriso bem de safado balançou a cabeça e saiu do quarto rindo, nossa que sorriso, como esse cara é perfeito, mesmo odiando ele não posso deixar de admitir ele é gato pra caralho, olhei pra baixo e a coberta tinha deixado meus peitos quase de fora e eu nem tinha notado, mas ele é um cachorro por isso que ele estava me olhando com aquela cara, comecei a rir como ele era safado.
– Júlia? – Yang entrou no quarto. – Trouxe o médico pra te examinar.
Dei um sorriso falso, eu não curto médicos principalmente por saber que eles possuem uma agulha pontuda e dolorida. – Parece que a mocinha já esta bem melhor. – ele disse depois de fazer uma checagem dos meus pés à cabeça.
– Ai que bom que não passou de um susto! – Yang disse muito feliz.
– É, mas Júlia, você não pode ficar passando estes tipos de emoções.
– E nem pretendo mais. – falei irônica e eles riram.
– Toma um banho que eu vou mandar preparar alguma coisa pra você comer, já volto para fazer outro curativo nessa testa. – Yang saiu fechando a porta, levantei da cama com calma me despi e entrei em baixo do chuveiro, fiquei com preguiça de esperar a banheira encher, banheiro grande, imenso, dava pra se perder naquela luxuria toda. Tomei um banho bem demorado lavei meu cabelo que estava um nojo por causa do sangue, deixei a água cair durante um bom tempo no meu corpo para relaxar. Sai do banheiro e me troquei, nem roupa direito eu tinha, como tinha que ficar usando aqueles uniformes horríveis, minhas roupas normais eram bem poucas e algumas eu e Nathália tínhamos roubado para sair, então não era apropriadas para usar em casa, peguei uma camiseta gigante que tinha na minha mala e rasguei a gola deixando ela caída no ombro esquerdo... ficou como um vestidinho super mini curto, mas era só pra dormir mesmo, não iria sair do quarto. Estava secando meu cabelo com a toalha quando Yang entrou com uma bandeja trazendo uma sopa.
– Trouxe uma sopa bem quentinha pra você.
– Sopa? – fiz uma cara de nojo, mas depois ri e ela riu junto. – Preferia um lanche gigante com um molho duplo. – disse passando a língua na boca e sentindo o gosto do lanche, e ela riu.
– Mas você precisa de proteína e nessa sopa tem tudo o que você precisa!
– Eu como, mas preferia a segunda opção. – dei de ombro e Yang riu, peguei a sopa e comecei a tomar.
– Júlia, tem certeza que você já está melhor? – ela pegou o kit de primeiros socorros e fez outro curativo na minha testa coisa pequena.
– Tenho sim Yang. Já estou pronta pra outra. – levantei da cama deixando o prato de lado e rodopiando.
– Nem pensar, eu não estou pronta pra outro susto deste. – ela me fez rir.
– Yang... Quero que você me leve para o convento de volta! – disse séria fazendo ela me olhar com cara de interrogação.
– Porque Júlia?... Gostaria tanto que você ficasse comigo um tempo... sua mãe deve estar muito feliz por nós duas estarmos juntas.
– Eu não me dou com o seu filho e eu não quero constrangimentos para você.
– É por causa do ChanYeol? – ela riu. -... Esse assunto já está resolvido, já falei com ele.
– Mas Yang não nos demos bem...
– O Chan tem a personalidade forte eu sei, mas garanto que vocês vão se acostumar um com outro com o tempo. – ela tentou-me convencer.
– Mas...
– Mas nada, você fica e pronto... E não me zangue. – ela fez um biquinho de brava me fazendo rir.
– Onde você conheceu minha mãe? – perguntei voltando a sentar na cama, ela demorou um pouco pra responder.
– Fomos amigas na adolescência. A gente se conheceu no tempo de escola e não nos desgrudamos mais... Sua mãe, me ajudou muito quando eu casei com o pai do ChanYeol, era muito cedo pra eu estar casada e minha mãe não me ajudou em nada, porque ela não aceitava o meu casamento e nem o pai dele como genro, quem me ajudou muito foi a sua mãe. Éramos como irmãs.
– E porque eu nunca te conheci antes?
– Depois que sua mãe ficou grávida ela se afastou de mim, ela não soube lidar com a situação e se afastou de tudo e de todos, ela não conseguia aceitar o peso de ser mãe jovem e ainda te criar você sozinha sem o apoio de ninguém. Sua mãe se privou muito depois da gravidez.
– O meu pai não me quis né? – ela me olhou estreita e depois riu.
– Sabe... A sua mãe era um pouco louca, seu pai era casado e ela era perdidamente apaixonada por ele... no começo ele não queria nada com ela por ela ser nova e ele casado, mas a sua mãe não desistiu, ela insistiu tanto, atentou tanto, que seu pai caiu em tentação e começou a ter um caso com ela, para ele era só uma aventura passageira fora do casamento, mas para ela era a vida dela. Só que ela engravidou... ele se prontificou a pagar pensão e dar dinheiro para te criar, mas não largaria a mulher dele para viver com a sua mãe e nem queria que você soubesse da existência dele, sua mãe não aceitou isso disse que a filha dela precisava de um pai não de dinheiro, seu pai ficou com medo porque sua mãe passou a ameaçar ele então ele sumiu do mapa, com medo do que sua mãe podia fazer com o casamento dele... Mas Júlia isso não importa mais já foi... Querida!
– Minha mãe nunca me contava nada. – bingo, acabei de saber da minha vida inteira coisas que eu tentei descobrir durante anos ela me contou em segundos.
– Ela tentava te proteger ao máximo. Por mais que sua mãe era louca fazia loucuras, ela sempre tentou te poupar de ter a vida que ela teve, ela já estava perdida nas drogas e não tinha mais condições de te criar, por isso não foi à mãe presente que ela deveria ser.
– Eu sinto falta dela. – sussurrei e deixei uma lágrima cair.
– Eu também. – ela sorriu e me abraçou chorando comigo. – Júlia, vamos esquecer isso... – ela se afastou depois de um tempo me abraçando, secou minhas lágrimas e depois as dela.
– É né. – ri pelo nariz, não fazia bem ficar remoendo o passado sorri e ela sorriu para mim.
Escovei os dentes e lavei o rosto e voltei a deitar, estava amando minha vida de rainha com a Yang me bajulando. – Ainda estou sentindo uma leve dor de cabeça, mas nada de mais. – ela esfregou as mãos nas minhas pernas.
– Eu vou deixar você dormir. Mais já vou avisando amanhã vou te paparicar muito. – ela me deu um beijo melado na minha bochecha e depois saiu apagando a luz e levando a bandeja. Ela realmente estava me tratando como filha.
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Dangerous Love
FanfictionEla se entregou... Mesmo sabendo que insistir nele seria colocar em jogo a própria vida.