Eu Resolvi novamente entrar. Para falar com o piano tagarela, o qual sabia tudo o que naquele mundo acontecia. Levei alguns minutos para descobrir se o coronel estava ou não na grandiosa casa de azulejos azuis. Pulei o muro e entrei por uma das janelas, rezando para que não houvesse ninguém ali.
"Boa tarde, minha adorável jovem" - O piano cantarolou.
" Deus do céu! Que susto você me deu" - falei para ele, que havia trocado de lugar.
" Vejo que sua curiosidade à trouxe aqui novamente, May "
Havia algum tempo em que eu venci o medo e passei a visitar o casarão do coronel, e me irritava o fato de que o piano falava era cantando. O mesmo continuou:
" Talvez na próxima vez que você vier aqui, nada seja ainda como é hoje. Será que eu devo lhe mostrar as maravilhas do mundo de Alice?" Mas..."" Ora! Deixe disso. Só não me venha dizer que estamos em um conto de fadas pois não vou acreditar"
Cruzo os braços e viro o rosto para analisar o lugar, que dessa vez... parecia ter um brilho a mais. Continuo:"Se bem que, Hummm... Devo levar isso em consideração! Já que estou conversando com um piano que me responde tudo cantando! "
" Você acredita em contos de fadas, minha jovem... É por isso que está aqui, é por isso que encontrou a gente."
" a gente? " - Arregalo os olhos confusa " Estamos só eu e você aqui""Da gente"
Escuto uma voz suave. Seja lá quem for, agradeço por não está cantando. Um gato aparece flutuando no ar, ele rodopiava e pairava. No estante que chegou em mim, com um sorriso grandioso e de dentes brancos alinhados que formavam uma meia lua perfeita. Os pelos brilhavam e a luz refletia uma camada azulada, depois roxa, depois marrom... O gato parecia mudar de cor!
" Minha nossa! " - exclamo boquiaberta. " Eu estou enlouquecendo" - sussurro para conscientizar - me melhor.
O gato estala os dedos e tudo naquele lugar parecia ter criado vida. As cortinas dançavam enquanto tudo ao meu redor ganhava cor, o sofá velho no fundo da sala estufava o peito e adquiria uma cor verde. De longe, vi sair dos armários xícaras e talheres, dançavam pelo chão fazendo uma dança alegre e bem sincronizada. Na parede, os quadros expandiam vida. A poltrona, que elegância! Enquanto a mesa de centro toda arrumadinha estava, parecia uma mocinha.
Tudo ali, me soava mágico. Me perdi encantada em um arco-íris e borboletas que jamais entenderia como elas foram parar ali dentro.
Uma porta se abriu, e ali avistei vindo um chapeleiro, que vinha aos pulinhos ao nosso encontro. E um coelho, parecia atordoado, apressado, vendo as horas logo atrás." Não é adorável?" - O gato perguntou bailando pelo ar.
"É tarde, é tarde, é tarde" - anúnciava o coelho.
"Mas que gracinha! O chapéu que você desejar. " - Em uma referência, se apresentou o chapeleiro. Que logo em seguida olhava e media o tamanho da minha cabeça.
"Assim vocês a deixarão louca" - O piano cantarolava calmamente.
"Deixá-la louca?" - O gato riu ironicamente.
"Eu não estou entendendo nada!" - Falei olhando aquele lugar, que era irreconhecível agora.
" Você conheceu um pouco das maravilhas do mundo de Alice" - Cantou o piano, balançando um bigode que eu nunca havia reparado.
"Mas não podíamos ir sem antes mostrá-lo a você, menina"
O piano falava algo sobre ir embora, teria escutado se não fosse pelo coelho gritando:" É tarde, é tarde, é tarde"
O chapeleiro se espantou. Assustado ele disse:
" Oh, é tarde mesmo! Vamos, Vamos. Estão chegando!" - Me empurrando até a janela mais próxima, eles me seguiram com o olhar.
" Adeus, May. Adeus" - O gato falava com a sua voz suave e com o mesmo sorriso escandaloso. Atordoada, passei uma das pernas pela janela. Virei novamente para olhar, o lugar que, talvez, minha imaginação formará ali.
" Adeus é uma palavra precipitada. Até outras vid..." - O chapeleiro me empurrou e eu pulei a janela, com a mesma batendo fechada ali.
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Um Conto Para Alice
Fantasy"Um mundo trancado, talvez acima do comum, alheio ao nosso " P.s: Solte a imaginação e navegue. Os detalhes são mínimos pois a criação deles é sua. Ótima leitura ♥