Depois de tudo

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Kadu PVO
A morte da Meg foi algo que nos abalou muito. Nós choramos, e não queríamos acreditar, era difícil olhar pra casa dela, entrar lá, e não a encontrar. De todas as vezes que fui até o túmulo do pai da Meg, ela estava acima dele, e não do lado. Me partia o coração ver o nome de Megan ali, junto com a frase " a vida é um campo de guerra, a paz de cada um é a morte" e isso me destruía mais ainda. Essa seria uma frase que ela colocaria, mas nunca pensei que a mãe de Megan faria isso.
A mãe de meg, junto com Arthur, alguns investidores e uma psicóloga amiga dela, abriu um centro de ajuda a pessoas, ela começou isso com uma campanha, que se chamava "pelo sorriso de um fantasma".
Lare estava diferente, segundo o que Aline e Fani nos contava, mas ainda assim era Lare. Acho que ela sente uma ponta de culpa por causa disso, mas é orgulhosa de mais para pedir desculpas a alguém.
Nos seguimos com nossas vidas, não podíamos pará-las, mas Megan sempre estaria presente nelas.
Ao olhar para o céu nublado eu lembrava dela olhando pela janela, e ao passar pela pracinha me lembrava de quando a conheci. Em todos os lugares, havia algo que me fazia lembrar dela, e isso me atordoou durante o primeiro ano.
Dês da morte dela, já se faz três anos, estamos hoje com 17, no último ano da escola, mas não é por isso que a esquecemos.
Quando sai da sala encontrei com Harry no corredor. Estava chuviscando lá fora, tínhamos que correr para casa.
"Vamos Kadu, a chuva vai começar a ficar mais forte."
"Tenho que esperar a Madeline" Madeline e minha meia irmã agora. Meu pai se casou com Marinette, e elas vieram morar conosco. Eu ainda não entendo como uma menina como Madeline pode ser filha de alguém tão legal quanto Marinette.
Já estava chovendo forte quando eu e Harry estávamos voltando para casa. Não encontrei Madeline na escola, mas quando entrei em casa todo molhado ela estava no sofá.
"Vim de carro" ela disse como se não fosse nada.
Dei de ombros e subi para o meu quarto, depois do banho me sentei na cama e olhei pela janela. Eu via o meu quintal e a chuva batia forte, o barulho era de acalmar qualquer um.
As vezes eu pensava na meg, ela gostava tanto de chuva. Eu pensava como seria minha vida se ela ainda estivesse aqui, pensava se seria tudo melhor, pensava se ela estaria melhor. Mas eu não consegui salvá-la, eu não consegui abrir a porta, eu não consegui a tempo.
Mesmo depois de três anos, eu ainda pensava nela. Todos pensavam. Meg fazia uma grande diferença em nossas vidas. As vezes todos queriam ela ali.
Madeline, quando passava um tempo conosco, nunca entendia o por que falávamos tanto de uma tal de Megan.
As vezes eu ainda sonhava com ela. Como se ela estivesse ali, falando comigo. Mais de uma vez acordei assustando, sabia que era um sonho, mas mesmo assim olhava pela janela, e via seu quarto, agora sempre com a luz apagada. Já se fazia um tempo que eu não entrava ali, e acho que ninguém entrava. Da última vez estava tudo lá, as roupas, os jogos, a TV, os livros, até as malditas lâminas, coisas tão pequenas, que fazem estragos tão grandes. Era como se Megan ainda estivesse lá, morando la, mas na verdade a mãe dela tinha uma adoração por aquelas coisas, guardá-las era como guardar uma lembrança de Megan que nunca se desfaria.
Entrar naquele quarto era como entrar no passado. Cheio de lembranças.
Já se fazia tempo também que nós não víamos o Will. Depois do enterro de Megan ele sumiu. Eu nunca gostei muito desse cara, mas isso não importa.
Teve um dia, eu estava na rua, passou uma menina, era claramente a Megan de costas. Era idêntica, lá no fundo eu sabia que não era ela, mas não me contive. Eu a chamei. A menina se virou. Não era a meg, eu já sabia, mas isso me atingiu, como um tiro no peito. Pensar que nunca mais a veria, que não ia mais jogar ou fazer qualquer coisa com ela, isso me destruía, acabava comigo aos poucos.
Nesse primeiro ano sem ela, eu quase tomei bomba. Passei tanto tempo sem ir pra escola, e o tempo que eu ia, eu não prestava atenção. Esse ano foi horrível.
No segundo ano, a campanha da mãe de meg já estava maior, ela já estava com o projeto de construção do prédio, que não demorou muito para começar a ser feito, isso era com certeza uma vitória, não só para ela, mas para todos nós.
No começo desse ano meu pai se casou com Marinett, que com certeza foi algo bom, Marinett era legal, não era como aquelas madrastas mas dos filmes. Mas Madeline não é tão legal, claro, ela tem seus momentos de paz, mas na maior parte do tempo ela me irrita.
Acho que além disso o segundo ano não teve grandes mudanças, tirando a gente nova que brotou na sala. Tinha uma menina, Maria Fernanda, ou Mafe, chame como quiser. Ela veio da Alemanha e está morando com os avós. Ela é legal, mas não a falamos muito.
Outra coisa que aconteceu no segundo ano, segundo Aline e Fani, a Lare brigou com Sofy, por um motivo tonto, e sofy veio para cá também.
A gente não se fala muito, mas ela pediu desculpas e disse que estava arrependida pelo que fez com a Meg.
Acho que em três anos tudo mudou, mas foi mesmo tudo. As coisas seriam diferentes se a meg estivesse aqui, mas ela não esta.
Mafe PVO
Eu estava andando, pensando na vida. Me lembrei de quando cheguei já minha nova escola, ano passado.
A sala era um pouco barulhenta, e muitas pessoas falavam ao mesmo tempo de coisas muito estranhas.
Me lembro de que sentei perto de dois meninos que ficavam falando de uma menina que se suicidou no ano passado.
Ouvi eles falarem de duas amigas que estavam em outra escola. Parece que ano passado aconteceu muita coisa.
Afastei esses pensamentos e continuei andando. Estava indo para uma cafeteria, e pensei em cortar caminho pelo cemitério. Eu não gosto desses lugares de gente morta, sei lá, dá medo. Eu já estava quase saindo dele quando vi um menino da minha sala. Não falo muito com ele, mas o nome dele é Harry.
Eu sei que isso é intrometimento, mas me aproximei dele.
"Oi, Harry." Disse parando ao seu lado.
"Mafe. Oi" sua voz estava embaraçada, como se estivesse chorando.
"O que você faz aqui ? Desculpa a curiosidade."
"Vim visitar o túmulo da minha irmã." Ele apontou para um túmulo de mármore preto. Era como olhar para um céu com estrelas.
"Ah, ouvi falar dela. Megan, certo? Meus pêsames"
"Isso. Ela era incrível. Mas, o que você faz aqui?"
"Estou cortando caminho para a cafeteria. Quer vir?"
Ele assentiu. Saímos dali e atravessamos o resto de cemitério. Fomos andando pela rua durante mais algum tempo até entrar na cafeteria.
Eu e Harry sentamos mais e fizemos os pedidos.
Eu estava curiosa sobre a Megan. Não sei se é errado, mas eu queria saber.
"Harry, seria falta de educação eu perguntar sobre a Megan ?"
"Claro que não." Ele disse.
GENTE LIVRO 2 !!! Depois de todo o tempo ele saiu.
Então, mudei o nome do livro 1 pra fazer sentido. Mas não tem muita diferença.
Enfim, vcs pediram tanto, e cá estamos nós de novo.
Novos personagens, outras histórias. E lá vamos nós rir e chorar.
Obrigada a todos que me acompanharam até aqui, esse livro se está saindo por causa de vcs. Então eu só tenho que agradecer.

Pelo sorriso de um fantasma --> depois que ela se foi Onde histórias criam vida. Descubra agora