Entre Sorrisos E Olhares | Cellps |

três

Rafael

Rafael encarava os olhos castanhos do garoto que estava sentado na sua frente no refeitório, mesmo que Felipe não percebesse e sua atenção estivesse totalmente voltada para seu sanduíche de queijo quente e um refrigerante de laranja acompanhando.

Luba, que até então não parava de olhar seu celular à cada dois minutos, como se esperasse uma mensagem, encarou os olhos azuis de Rafael e arqueou uma sobrancelha ao que percebeu o olhar focalizado no novato. Ele lançou um olhar significativo para Makena, que estava toda suja de ketchup. A garota também olhou para Rafael, acompanhada de Alan, Maethe, Matheus — PK —, Thiago — Calango —, e Gabriela — Gabbie.

Quando Rafael percebeu os olhares o encarando, bufou irritado e se levantou da mesa.

— Tchau, pessoal. — Rafael falou se virando e levando sua bandeja.

Rafael saiu do refeitório, após jogar as embalagens de bolinhos de chocolate no lixo. Seus passos eram decididos e rápidos. Ele queria apenas chegar na sala de aula, deitar sua cabeça na sua mesa e dormir um pouco antes da aula começar.

— Rafa! — Rafael parou seu caminhar quando ouviu seu nome sendo chamado.

Felipe apareceu na sua frente, a respiração ofegante atrapalhando o que dizia, o que fez Rafael perguntar o que ele estava falando.

— Eu... queria te devolver isso... — Felipe entregou o celular de Rafael, que ele havia esquecido em cima da mesa. O loiro pegou o telefone, os dedos deslizando pela pele morena. Os olhares dos dois garotos se encontraram.

As bochechas de Felipe adquiriram um tom escarlate.

— Er... tchau, Rafael. — Felipe continuou seu caminho até a sala de aula, deixando Rafael o encarando com o celular em mãos.

***

Rafael não parava de pensar na cena do corredor. O toque de sua mão na pele quente de Felipe, o olhar castanho encontrando o seu, a cor escarlate tomando conta do rosto moreno do Novato.

Ele estava sentado no chão gelado de seu quarto. A escuridão da noite começando à dominar o local. Seus olhos azuis adquirindo uma nova tonalidade ao que o brilho artificial da lua se refletia neles.

Seu celular vibrou e ele o pegou em suas mãos pálidas.

Luba: Você quer que eu vá até aí?

Você: Porque você acha que eu preciso de você aqui?

Luba: Eu sinto quando você precisa de mim

Você: Vem logo

Rafael abaixou seu celular e jogou seu corpo no chão, encarando o teto e suspirando ao se lembrar da garota que acabou com sua vida, mesmo que ele não gostasse de pensar nela.

Valéria.