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Acordo com o despertador,o relógio marca exatamente 09:30 da manhã,hoje é sábado,e dia de mudança. Moramos na Carolina do Norte,pelo menos morávamos,até meu irmão conseguir uma bolsa de estudos em Los Angeles,simplesmente queria que só ele fosse mas minha mãe achou melhor que nos mudassemos para ficar mais fácil.

Levanto,sento na cama e olho todas aquelas caixas prestes a ir pro caminhão,da vontade de levantar e sair chutando todas elas. Jogo minha coberta para o lado e vejo minha mãe entrar rápido no quarto:

- Filha,você ainda não se arrumou?

- Mãe acabei de acordar,da um tempo - fiz uma cara de brava,logo minha veio em minha direção e sentou no meu lado

- Oh filha - colocou uma mecha do n eu cabelo atrás da orelha - Eu sei que você é muito amada aqui e feliz também,eu também sou,mais essa é uma oportunidade única para o seu irmão

- Por que só ele não podia ir?

- Louise Feynman,já conversamos sobre isso - falou com uma cara de brava. Logo depois se levantou,colocou as mãos na cintura e começou a observar meu quarto:

- Por que não colocou nome nas caixas? - pegou uma caixa na mão

- Eu sei onde tão minhas coisas,não preciso colocar nome nelas

- Sua mal criada - me deu um beijo na testa - Levantaa

- Aff

Me levantei e fui direto para o banheiro tomar banho,logo no corredor encontrei meu irmão saindo do quarto dele

- Bom dia

- Vai catar coquiinho

Bati a porta na cara dele mesmo,nada disso estaria acontecendo se não fosse por ele. Logo entrei no banheiro,tirei minha roupa e entrei de baixo da água quentinha,deixei com que ela caísse sobre meu corpo,melhor sensação,fiquei tanto tempo la que já havia perdido a noção da hora,quando ouvi meu irmão batendo na porta

- LOUISE,você morreu ai dentro?!!

- Espera,seu otário

Desliguei o chuveiro,me inrrolei na toalha abri a porta e fui em direção do meu quarto

- Todo seu - disse ironicamente

- Achei que tinha morrido,já tava até fazendo uma festa

- Haha

Empurrei ele e fui me vestir,tranquei a porta,fui em direção a uma das caixas que estava metade das minhas roupas,coloquei um short branco com uma regata cinza,meu all star preto e fui para sala,desci as escadas e já encontrei minha mãe toda agitada

- Rápido filha,o caminhão já vai chegar,precisamos trazer todas as coisas para sala agora

Depois subiu correndo,vi meu irmão na cozinha,ele acenou para mim e eu o ignorei,realmente ele estava tentando fazer as pazes comigo? Não ia rolar. Subi as escadas,abri a porta do meu quarto devagar,sentei na cama e comecei a imaginar tudo oque eu já havia passado naquele quarto,as paredes com restos de papéis dos pôsteres,a rachadura que tinha na parede quando bati minha cabeça quando era criança,tinha várias coisas para se imaginar,eu perdi o limite de tempo e quando me dei conta lágrimas já estavam escorrendo sobre meu rosto,quando minha mãe entrou no quarto:

- Filha eu... - ela olhou para mim e viu as lágrimas no meu rosto,eu passei a mão na a minha bochechas,ela sentou do meu lado:

- Filha eu sei que passamos várias coisas aqui,vamos sentir muita muita mesmo saudade daqui,porém isso não é atoa,prometo que quanto antes Los Angeles já vai parecer com aqui

- Você não entende mãe - disse chorando - Aqui,meus amigos,minha escola,meus cursos,tudo isso vai ser deixado,como se nunca tivesse acontecido

Ela me abraçou sem dizer mais nenhuma palavra levantou da cama,pegou duas caixas na mão:

- Filha o caminhão chegou,só falta suas coisas para ser levada

Ela saiu do quarto me deixando sozinha para pensar. Fiz duas viagens,só faltava uma caixa para ser levada ao caminhão,subi as escadas,logo vi a caixa em cima do meu criado mudo,peguei ela,fiquei 10 segundos observando aquilo tudo e logo outra lágrima caiu,comecei a andar até a porta,dei uma última observada e fechei minha porta devagar,desci as escadas e vi meu irmão na porta da sala

- Ótimo,achei que já estava em Los Angeles maninha

- Vamos deixar várias lembranças aqui

- É eu sei - me abraçou e eu coloquei minha cabeça sobre seu ombro,logo o caminhão buzinou,olhamos para trás e vimos nossa mãe vindo em nossa direção:
- Vamos,uma nova vida nos espera

Nos abraçou. Tive o privilégio de trancar a porta. Joguei a chave na planta como sempre fazíamos,vi que meu irmão e minha mãe já estavam no caminhão,agora só faltava eu,desci as escadas na frente que davam até a rua,olhei para trás para dar um último adeus,e entrei no caminhão,agora,uma nova vida me espera.

A Durona Que Eu Amo | PT- BROnde histórias criam vida. Descubra agora