c h a p t e r f o r t y - s i x

77 3 0
                                    

And POV's

Ouvia vozes. Certamente era Dudah que estava lá agora. Ela disse que meu aniversário seria em dois dias. Eu precisava acordar, mas eu não podia, eu iria ficar sozinha no mundo, não teria meu irmão e muito menos os meus pais. Eu não podia continuar viva. Parte de mim não queria continuar viva. Quer saber? Que essa parte se foda. Quero rever meus amigos, quero rever meu ídolo crush que vivo brigando. Quero voltar a ver Teen Wolf, Gossip Girl, Once Upon a Time e todas as minhas series que sou completamente louca. Quero reouvir todas as musicas do One Direction. Quero rever meus meninos. Deus. Eu preciso acordar. Eu NECESSITO acordar.

Abri meus olhos com toda força que restava em meu corpo deixando meus pensamentos de lado. Tentei sentar (só tentei mesmo), mas logo gemi de dor pela tentativa falha, despertando uma Dudah preocupada e um pouco furiosa do celular.

- Oi - falou se aproximando - Você tá bem?

- Se ficar com dor é estar bem, eu to completamente bem - falei tentando me sentar mais uma vez, mas acabei fracassando. Mais uma vez.

Dudah deu uma risadinha - Eu acho que você já dormiu demais, não é? - falou me ajudando a sentar

- E eu acho que eu preciso de um tempo pra pensar - falei já sentada - Será que eu não posso pensar lá fora? - perguntei a ela

- Claro - falou - Eu vou lá ver com o médico se você já pode ser liberada.

Dudah saiu fechando a porta. Levantei e fui até uma mala que estava em cima do sofá. Provavelmente pra mim. A abri e vi minhas roupas junto com minha maquiagem, sapatos, escova de cabelo e outros itens necessários. Sorri pegando-a e indo ao banheiro andando igual a um pinguim de tanta dor que estava sentindo.

Tranquei a porta do banheiro e soltei um gritinho agudo ao ver meu rosto no espelho. Eu estou completamente RIDÍCULA. Como meus próprios amigos deixaram pessoas entrarem aqui sendo que eu estou completamente RIDÍCULA?

Tirei a minha roupa e tomei banho. Eu realmente estava precisando. Senti todos os meus músculos relaxarem ao entrarem em contato com a água.

Fiz tudo que tinha que fazer no banho e sai me secando em uma toalha que havia por lá e prendendo outra em meu cabelo.

Fiz a maquiagem leve pra esconder os pequenos traços do acidente. Tirei a toalha que cobria meu corpo e percebi que havia emagrecido , é muito deixando alguns ossos a mostra.

Coloquei uma calça jeans e uma blusa de frio com uma certa dificuldade por causa das dores. Coloquei uma bota de salto (sim, salto, não sei como vou andar, mas ok) e de cano baixo.

Tirei a toalha de meus cabelos e percebi que eles haviam crescido, muito.

Penteei-os e os prendi em um rabo de cavalo alto.

Guardei tudo na mala e sai do banheiro vendo uma cunhada completamente gorda. Sorri para ela e caminhei (ainda parecendo um pinguim, ainda mais com salto) até ela, logo a abraçando com toda força que restou no meu corpo.

- Você vai ter que morar comigo por um tempo - falou triste. Eu já sabia. Sabia que teria que morar com ela. Sabia sobre os meus pais. Sabia sobre meu irmão. Eu já sabia de tudo.

- Eu sei - sussurrei triste, também.

- Você sabe?

- Sim, eu ouvi tudo que vocês falavam, eu sei de tudo, e eu sinto muito

- Eu que sinto, você perdeu o irmão e os pais - falou Nathy - Mas agora você tem a mim e a sua sobrinha - falou tocando sua barriga

Sorri - Cadê meus amigos?

- Falei pra eles irem embora, porque você precisa descansar, e eles também - falou a última parte rindo - Você tinha que ver a cara de cansados deles - ri junto com ela - Vamos? - apenas concordei

Fomos até a casa dela. Era incrivelmente grande para uma mulher morar sozinha. Ela falou que comprou nesse tempo que fiquei desacordada. Comprou para mim, ela e Angelina (minha sobrinha). A sala era maior que o apartamento que eu vivia com a minha família antes, tinha uma piscina grande no jardim, uma cozinha tão grande e tão bonita quanto a sala, segundo Nathy havia também 10 quartos, um era meu, outro dela e outro da pequena Angel, o resto era tudo de hóspedes, segundo ela (também) a nossa família iria ser grande.

Falei a Nathy que queria descansar e subi para meu quarto.

Entrei e fiquei encantada. Parecia um quarto de princesa. Era incrivelmente lindo. Ela decorou com tudo dourado, tudo brilhava. Havia um sofá perto da sacada (SIM, HAVIA UMA SACADA), uma cama de casal enorme e totalmente agradável, um banheiro que parecia uma casa e um closet. UM CLOSET. Já havia algumas roupas lá, vários sapatos, algumas tiaras e coisas de cabelo, bolsas encantadoras e um pequeno sofá no meio.

Agora eu percebi que meu irmão escolheu a mulher certa.

Abri a janela que havia em cima da minha cama e fui até a sacada abrindo-a. Me escorei na grade que havia e fiquei pensando na merda de vida que eu tenho.


Messages - l.p. (Book 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora