Capítulo 2

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Terça-feira 15 de março de 2016 ás 6h30.

Um mês antes do acontecido.

Estava dormindo abraçada com meu grande amor Brad Pitt enquanto acariciava seus lindos cabelos cor de ouro, quando fui despertada da pior maneira possível. Johnny.

- Kristal, acorda porra! – Meu irmão mais velho gritava da cozinha, e pelo tom doce de sua voz, já deu para perceber que não estava em um bom dia.

- Vai se foder, Johnny! – Respondi o mais educadamente possível. Tendo que deixar meu lindo travesseiro, Brad Pitt, de lado.

Verifiquei as horas antes de me levantar e vi que estava atrasada. Merda.

Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, quando terminei de me secar coloquei a primeira roupa que vi no armário e um tênis. Penteei meu cabelo e o deixei solto mesmo, nada de coque frouxo hoje. Não fiz questão de me olhar no espelho, peguei minha bolsa e o celular e desci para a cozinha.

- Bom dia. – tentei fazer algum contato com meu irmão, mas a única resposta que recebi foi um resmungo.

Johnny parece estar ocupado demais dichavando a erva para me dar um bom dia decente.

Resolvi ignorar e ir preparar meu café da manhã.

Johnny sempre foi uma criança perturbada, que batia nos colegas e pregava peças nas professoras. Mas depois que mamãe morreu em um acidente de carro, tudo piorou.

Meu pai nunca deu a mínima para nós dois e assim que Johnny completou 16 anos, ele nos abandonou. Ninguém sabe onde ele está, mas prefiro pensar que está morto.

O maldito tinha nos dopado e nos largado para morrer. Eu, com apenas 8 anos de idade e meu irmão com 16, largados em um beco sujo e fedido, como dois cachorros vira-latas.

Depois que acordamos, saímos pela rua pedindo por ajuda, depois de um longo tempo, Johnny percebeu que nada adiantaria.

Nossas esperanças já tinham acabado quando o mais velho avistou um abrigo, onde passaríamos um bom tempo de nossas vidas, até sermos independentes.

Com 18 anos, Johnny conseguiu um trabalho como "entregador". Eu com a minha inocência jurava que era entregador de jornal, mas depois de um tempo descobri que era de droga.

Assim, aos 20, Johnny formou sua própria "gangue" de marginais e drogados, conseguiu seu próprio dinheiro e arranjou um lugar para a gente morar. Com o passar dos anos foi conquistando pontos de tráfico pelo bairro e expandindo seus "negócios". Hoje, no auge dos seus 28 anos, é considerado o maior traficante da região.

Já eu, por outro lado, sou só a Kristal Hartman, a nerd confusa sexualmente que conseguiu uma bolsa de estudos para a faculdade de psicologia.

Ultimamente Johnny tem voltado para a casa bastante estressado, diz ele que estão querendo roubar o "trono" de traficante chefe dele.

E ninguém rouba o trono de Johnny.

Não me interessei em perguntar quem ou como queriam fazer isso. Apesar de amar e me preocupar com meu irmão, prefiro ficar longe dos "negócios" dele.

Despertei de meus pensamentos com o barulho da buzina de um carro, provavelmente da Dakota.

Terminei de comer e me despedi de meu irmão com um beijo em sua bochecha, peguei minha bolsa e saí em direção ao carro.

- Oi Dak. - A cumprimentei enquanto entrava em seu carro.

- Hey Kris - Retribuiu, voltando sua atenção para o volante.

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⏰ Última atualização: Apr 27, 2016 ⏰

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