Capítulo 02 - Alice

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20 de Março de 2010 - Flórida.

Ao terminar de me vestir, encarei meu reflexo no espelho. Eu estava bonita, porém triste, isso era visível. A maquiagem muito bem feita por Kelly - a moça que me produziu - disfarçava um pouco o meu semblante.
O vestido era justo e um pouco acima dos joelhos, na cor verde escuro.

Eu não sabia me equilibrar direito em um salto, por isso, pedi uma sandália comum e baixa.
Meu cabelo estava natural, não deixei que fizessem algo nele.

Foi uma viagem longa até aqui. Confesso que é bem diferente de onde moro, ou melhor dizendo, morava.

- Você está tremendo. Toma um gole de água - disse Kelly.

- Hmm. Estou nervosa - choraminguei - Kelly, você é a única pessoa que me pareceu confiável, preciso que me responda algo.

- Fale baixo, ou senão, perderei meu emprego. Posso responder, se me prometer que não dirá nada a ninguém.

- Não direi - disse sussurrando - Queria saber o que acontece com a maioria das mulheres ou garotas que são leiloadas aqui?

- Bem, algumas se tornam amantes, outras escravas sexuais, é raro mas acontece, e a minoria se tornam mulher ou namorada do seu dono. Se você tiver sorte, será namorada e aparecerá em todas as revistas de destaque - sorriu.

Suspirei ao ouvir aquilo.
Meu destino já estava traçado.
Hoje eu seria leiloada à um desconhecido, que poderá me fazer bem, ou não.

Como eles disseram, ele será meu "dono", mas isso não será tão fácil, não deixarei que ele se aproveite de mim, e muito menos do meu corpo.

- Alice - alguém disse, abrindo a porta da sala.

- Adeus Kelly.

- Até logo Alice.

Involuntariamente uma lágrima escorreu pela minha face. Rapidamente a enxuguei, indo atrás do rapaz que tinha vindo me buscar.

De longe, já posso escutar a voz do leiloador:

- Alice Aguiar, é jovem e bela, irá completar 18 anos, é loira, possui olhos verdes, e é dona de um corpo escultural. Senhoras e senhores aplausos por favor.

A visão de toda aquela gente de pé me aplaudindo me deixou estática.

- Alice?

Encarei o "amigo do meu tio" e decidi acabar com isso de uma vez, indo até ele.

- Um milhão de reais.

- Dê um sorriso garota.

Como eu poderia sorrir?

- Quer que seu tio seja despejado mocinha?

Tirei forças de onde não tinha, e esbocei o sorriso mais falso de toda minha vida.

- Muito bem garota.

- Cinco milhões - um rapaz alto, de terno grafite, me encarava fixamente. Saiu de seu lugar, e caminhou até frente ao palco do salão.

- Alguém mais?

- Dez milhões.

O cara que não parava de me admirar com os olhos, rebateu, sem tirar os olhos de mim:

- Vinte e cinco milhões.

- Uau, esse é o maior lance que já tivemos. Alguém dá mais?

Encarei o chão. Isso é ridículo. Como essas pessoas podem ser tão baixas?

- Venha Edward, pode levá-la. Alice é toda sua.

Ele sorriu e ajeitou a gravata. Pareceu satisfeito.

Minhas pernas por sinal, não paravam de bater uma na outra de tanto nervosismo.

O cretino que me comprou, estendeu a mão, como se tivesse pedindo para que eu lhe acompanhasse até a saída.

Não correspondi, apenas caminhei ao seu lado.

Ele me olhou seriamente, e eu ignorei, olhando apenas para frente.

- Meu carro está logo ali.

Sua voz era firme, e me causava um certo receio.

Eu não entendia muito de carros, mas me pareceu ser um Porsche.

O que será que me espera agora?
Quem é esse homem e o que fará comigo?

O vento gelado contra meu corpo fez com que eu cruzasse os braços.

- Coloque isso - disse, tirando seu terno.

Não sabia se aceitava ou não.

- Alice, é seu nome, não é?

- Sim!

- Por favor pegue. Farei de tudo para que possamos nos dar bem, disso você pode ter certeza.

Peguei o terno e o coloquei.

- Obrigada.

- Disponha. Agora vamos conhecer sua nova casa, melhor dizendo, o meu quarto.


Obrigada pelos votos e comentários.

Amor Irresistível  [DREAME]Onde histórias criam vida. Descubra agora