*** ATENÇÃO*** ESTE LIVRO FICOU DISPONÍVEL INTEGRALMENTE ATÉ 22/11/2016. AGORA APENAS ALGUNS CAPÍTULOS DE AMOSTRA ESTÃO LIBERADOS, POIS FOI PUBLICADO NO AMAZON, (DISPONÍVEL GRATUITAMENTE NO KINDLE UNLIMITED)
As tragédias na vida de Christi...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Agosto de 2014
O som da porta abrindo lentamente ressoou no escritório de Christina, que estava de costas para ela mexendo na pasta de arquivos de seus pacientes. Pressentindo o que a amiga falaria, ficou paralisada no local.
— Ele saiu — Juliana falou num fio de voz.
Fechando os olhos, sua respiração parou e seu coração saltou no peito, as palavras da amiga vibraram em todo o seu corpo.
— O que você disse? — Christina murmurou.
Enquanto se dirigia para perto dela, Juliana respondeu no mesmo tom de voz sussurrado:
— Ele saiu, Chris... — Neste momento, os braços já estavam ao redor de Christina, que continuava de costas sem se mover.
Sabendo que ela precisava ser amparada, Juliana não disse nada, ficou apenas a segurando fortemente entre seus braços.
— Quando? — perguntou já com a voz embargada pelo nó que se formou em sua garganta.
— Hoje de manhã. — Foi a breve resposta de Juliana.
Christina ficou ali recebendo o abraço da amiga, deixando-se ser cuidada enquanto as lágrimas começavam a rolar livremente de seus olhos.
Não foi preciso nenhuma troca de palavras entre elas para saber o que estava se passando na cabeça de Christina, mesmo porque, seria impossível demonstrar verbalmente onde o coração estava tão perturbado. O único som no ambiente era a respiração entrecortada de Christina e seus soluços abafados.
Abriu os olhos e só então percebeu que continuava segurando fortemente a pasta de documentos que separava quando Juliana entrou na sala com a notícia. Largando-a, virou-se de frente para Juliana e olhando dentro dos olhos da amiga sussurrou:
— Obrigada — e foi tudo que conseguiu falar em meio às lágrimas, encostando, em seguida, sua testa na dela num gesto de carinho. Juliana entendeu tudo, pois sabia o quanto essa única palavra era verdadeira.
Saindo gentilmente do abraço, numa espécie de transe, Christina foi até a mesa para pegar a bolsa e as chaves do carro. Já estava se retirando quando Juliana perguntou angustiada:
— Aonde você está indo?
— Para casa — respondeu e, sem se virar, deixou a sala.
Saiu sem falar com ninguém. Ao entrar no carro, apoiou as mãos e a cabeça no volante e fechou os olhos. Não podia acreditar que esse dia tinha chegado. Ela tinha esperado tanto por esse momento! Sabia que um dia ele sairia. Mas mesmo sendo racional e conhecendo o sistema, era difícil assimilar o ocorrido. Com um suspiro profundo e ainda lutando contra as lágrimas que teimavam em cair de seus olhos ligou o carro e se dirigiu até a sua casa. Sua mente não conseguia raciocinar direito, mal conseguia visualizar o caminho percorrido, pois só pensava na profundidade do olhar dele naquele que foi um dos piores momentos de sua vida.
Estacionou o carro na garagem e em passos trêmulos abriu a porta da casa, largando a bolsa ao lado da porta e a fechando em seguida. Dirigiu-se ao seu quarto e no caminho já foi tirando os sapatos.
Chegando lá, abriu a porta do guarda-roupa e tirou de dentro uma caixa. Era antiga, de madeira entalhada em cor de mogno. Lentamente foi escorregando até seus joelhos tocarem o chão e depositou a caixa em seu colo, abrindo-a devagar. Sobre tudo que tinha dentro dela, Christina dirigiu seus olhos para o moletom. Com os dedos trêmulos, retirou-o, levando-o até seu rosto. Apesar dos anos, ela ainda sentia o perfume que exalava dele, ou seria apenas impressão? O toque do tecido em sua face causou uma descarga elétrica que a aqueceu e se espalhou por todo o seu corpo. Muito vagarosamente, ela levou a roupa até seus lábios e, após um demorado beijo, murmurou: