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QUANDO SAIO DO chuveiro depois do treino, Sam está me esperando no corredor, do lado de fora do banheiro.


Está de testa enrugada, mais ou menos a mesma expressão que ele exibe desde a captura da bandeira, como se


tivesse feito a gente perder a guerra, e não apenas cometido um erro em um treinamento.


- Eu estraguei tudo - ele diz. - Entendo por que vocês não vão me levar para os Everglades.


Depois que todos estavam curados, o grupo se reuniu para uma votação, unânime, sobre voar para os


Everglades no dia seguinte. O fato de Sam ficar para trás não tem nada a ver com seu desempenho na Sala de


Aula; mas é uma decisão lógica deixá-lo com Malcolm em Chicago, usando o tablet para fazer a coordenação se


nos separarmos e acompanhar as notícias, em caso de problemas. É uma tarefa importante, mas eu não tentaria


convencer nenhum dos outros a assumi-la. Ninguém quer ficar de fora de nossa primeira missão como uma


Garde unida.


- Você sabe que não é por isso, Sam.


- Sei, sei - ele responde, irresoluto.


- Ah, qual é, foi só um jogo. Esqueça - respondo, socando seu braço.


Ele suspira.


- Aquilo foi uma baita vergonha, cara. Na frente de Seis.


- Aaahh - respondo, entendendo. - Então você atirou pelas costas na garota de quem gosta. Grande coisa.


- É grande coisa - Sam insiste. - Fiquei parecendo um idiota que não consegue se proteger. Ou, pior


ainda, que vai ferir as pessoas de quem gosta.


Não sei o que dizer a Sam. Ele nunca teve uma namorada. Tentar ficar com Seis é como escolher o Everest


para começar a fazer alpinismo.


- Olhe, queria ter algo útil para dizer, companheiro. Mas quer saber? Seis me deixa muito confuso. Se você


gosta mesmo dela, apenas seja sincero. Ela gosta de sinceridade. Ou, tipo, seja direto. Curto e grosso.


- Isso parece coisa de homem das cavernas.


Dou um tapinha nas costas de Sam.


- Ok, mas sem dar com o tacape na cabeça dela nem nada do tipo. Você não sobreviveria.


Estou brincando, mas Sam franze ainda mais a testa.


- Que chance eu tenho, John? Provavelmente logo, logo ela vai começar a sair com Nove. Pelo menos ele sabe


lutar.


- Nove?! - Acho graça e dou um tapa no ombro de Sam. - Pare com isso, cara. E Seis não suporta Nove.


- Sério? - Sam olha para mim. Seu sorriso fica mais tranquilo, embora ainda um pouco envergonhado. -


Desculpe incomodá-lo com tudo isso - diz. - Acho que eu só precisava de uma injeção de autoconfiança ou


algo assim...


Agora estamos diante de minha porta. Coloco as mãos nos ombros de Sam e olho nos olhos dele.


- Sam, vá em frente. O que você tem a perder?


Deixo-o no corredor pensando em seu próximo passo. Espero ter ajudado. De certa forma, acho que ele e Seis

CallebeeOnde histórias criam vida. Descubra agora