Capitulo 1

165 9 3
                                    

Acordei com meu pai me chamando,hora de levantar deve ser umas 04:00 da manhã já que ainda está escuro,prometi a ele que ira com ele em sua entrevista de emprego,papai está sem emprego a quase 2 anos e a situação aqui em casa está bem crítica,muito raramente temos o que comer...
Me levantei com a maior preguiça do mundo e fui para o banheiro,lavei o rosto e logo em seguida meu pai entrou para tomar um banho gelado,a pesar do frio não tomamos banho em água quente e mesmo que quiséssemos não teria como fazermos isso já que a energia foi cortada a um ano atrás,coloquei uma calça larga marrom e uma blusa vermelha junto com um par de sapatos que minha avó me deu antes de falecer,por incrível que pareça esta é a minha melhor roupa...
A casa aqui é bem pequena são dois cômodos uma cozinha pequena e um quarto que eu divido com minha irmã mais nova Catarina e meus pais,quando terminei de trocar e sai do quarto meu pai entrou e foi se trocar,fui até a cozinha,estou morrendo de fome,mas a única coisa que tinha sobre a mesa um pedaço de pão,aquele pão seria o nosso sustento por sabe-se lá quanto tempo...
Cortei uma fatia bem pequena e fina para que todos possam comer e logo minha mãe apareceu:
-Bom dia meu amor!-Me deu um beijo na testa
-Bom dia mamãe!-Sorri
Meu pai apareceu na porta do quarto com um terno preto e uma gravata vermelha o terno aparentemente é bem velho,mas preferi não dizer nada isso poderia desencorajá-lo em relação a sua entrevista:
-Bom dia mulheres da minha vida!
-Bom dia papai!
-Bom dia amor!-Minha mãe foi até ele e tocou seus lábios nos deles,sempre quis entender por que as pessoas fazem isso,é tão nojento....
-Vamos Naila?-Ah claro esqueci de mencionar,meu nome é Naila,tenho 17 anos cabelos castanhos e ondulados,tenho 1,64 e sou branca como o leite...
-Vamos pai!-Ele pegou o pão e assim como eu cortou um pedaço pequeno e fino...
-Boa sorte!Que Deus os acompanhe!-Minha mãe sorriu e acenou para nós
Andamos quase 1 hora até chegarmos a cidade,moramos em uma casinha bem longe da cidade,para chegar a nossa casa é necessário atravessar a floresta e acreditem ela consegue ser assustadora durante a noite....
Quando chegamos a cidade Pedro (meu pai) foi até o local de sua entrevista de emprego,ele me prometeu que se conseguir esse emprego quando sair vai comprar um sorvete para mim,espero que ele consiga a muito tempo não sei o que é o gosto de um sorvete ou de qualquer coisa que não seja pão...
Sentei em um dos bancos e passei a observar o dia,estava nublado provavelmente irá chover em breve;estava tudo tranqüilo até que cerca de 30 minutos depois um bando de adolescentes com roupas bonitas passarem e ficarem me encarando:
-Da onde você saiu gracinha?De algum chiqueiro?Olha as suas roupas!
-Melhor ter roupas rasgadas e feias tento humildade no coração do que ter roupas de marca e ser desumilde!
-Olha lá pessoal o patinho feio se revoltou!Melhor calar a boca garota,se não eu....
-Se não você o que?-Meu pai chegou nesse momento e os garotos meio que assustados saíram correndo-Você está bem filha?
-Estou sim pai!Mas e ai conseguiu o emprego?
-Sinto muito filha,não foi dessa vez!
-Tudo bem pai!Você vai conseguir arrumar outro!
-Deus te ouça minha querida!Vamos?-Sorriu docemente
-Vamos!-Sorri de volta
Fomos o caminho todo em silêncio,até que chegamos a floresta,mais uns 10 minutos de caminhada e chegaríamos em casa,quando por algum motivo meu pai parou:
-Está tudo bem pai?
-Filha fica atrás daquela arvore e independente do que você veja não saia dali está bem?
-O que está acontecendo?
-Só me obedeça e não saia dali por nada,tome ligue para o ultimo numero dos registros e diga aquele que você é minha filha e que o Pedro precisa de ajuda a senha é a data de seu nascimento!Agora vá!
Ele me empurrou e eu fiquei escondida atrás de algumas árvores,disquei o número e um rapaz de voz grave atendeu:
-Alô!
-Aqui é a Ágata,filha do Pedro ele disse que precisa de ajuda!10 de setembro de 1999!
-Onde vocês estão?
-Na floresta!Perto de casa!
A ligação foi encerrada e quando olhei para ver onde meu pai estava haviam mais 3 homens com ele,a principio estava tudo tranqüilo,mas depois de uns 10 minutos um dos caras tentou acertar um soco na cara do meu pai que segurou o seu braço e o torceu o outro foi para cima de meu pai também mas Pedro lhe deu um chute na perna o que fez ele cair no chão,mais dois homens se aproximaram e um deles,um cara alto,branco e careca estava com uma faca em uma das mãos e uma arma na outra,acho que me distrai por tempo de mais já que quando dei por mim o cara que antes estava imobilizado agora segurava meu pai enquanto outro dizia alguma coisa,não era possível saber ao certo o que era,eles estavam longe de mais para isso...
Porém pouco depois presenciei a pior cena da minha vida o cara que apontava a arma para meu pai retirou uma faca do bolso caminhou lentamente até meu pai e passou a faca levemente em seu pescoço,meu sangue gelou e meu coração apertou,ele dizia algo a meu pai,mas quando vi ele enfiou a faca na barriga de meu pai eu ia gritar,mas alguém tapou minha boca a tempo,tentei me soltar ou me debater mas foi em vão,o cara então retirou a faca da barriga de meu pai sorriu,limpou a faca e saiu junto dos outros,eu estava de batendo e me perguntando o que havia acontecido,por que aquele homem matou meu pai,quem estava me segurando e me impediu de gritar e por que ele não me entregou aos caras do mal...
CONTINUA.....

Os Quatro Elementos Onde histórias criam vida. Descubra agora