Capítulo 1

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Tudo começou quando uma forte chuva caia Phoenix - Arizona. Primeiro seus pais que morreram em um acidente fatal e agora seu namorado de 3 anos a traía com a assistente. Rebecca nunca gostou da chuva mas algo nela chamava atenção, à capacidade de tirar vidas tão importantes para ela.

Enquanto andava e chorava incontrolavelmente, ficou pensando em como a morte e a solidão eram esquisitas, ambas se completavam, mas não se completavam de imediato. Ou o tempo, ou o sentimento, ou até mesmo as lágrimas, pois Rebecca acreditava que quando uma pessoa não aguenta mais a dor que esta dentro dela, ela chora, transforma a dor em lágrimas que não querem parar de escorrer nos rosto das pessoas. O funeral foi do jeito que ela imaginava que seria, as pessoas falavam "sinto muito" sem sentir, falavam que entendiam a dor dela, mas não entendiam.



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Três meses. Três meses que ela, sinceramente não fazia ideia de como fazer pra essa dor passar, já não chorava mais como antes, só olhava para o nada incansavelmente, esperando que isso seria apenas um pesadelo horrível e longo, que logo acordaria e tudo seria mentira, mais o choque de realidade vinha toda vez que a dor que ela sentia só aumentava, e a fazia crer que tudo é era real.


O dia não estava muito bonito, com certeza ia chover, ela estava sentada olhando pela janela quando resolveu tomar banho. Ela não estava de bom humor para receber pessoas que iriam falar que sentem muito, mas não sentem, que iriam falar que sabem a dor que ela estava passando, mas não fazem a ideia do que ela estava passando, em cada um a dor é diferente, pois ninguém é igual.

Saiu do banho e colocou uma calça preta, uma blusa de manga preta, um casaco grosso preto e um all star. Ela nunca tinha usado tanto preto na vida. Pegou seu carro e parou no primeiro pub que viu, tomaria o primeiro porre depois de tudo e o segundo da sua vida. Aquele pub não era dos melhores, tinha cheiro de bebida e suor. Foi praticamente correndo até o balcão, onde tinha bebidas. Foi atendida por um barman que se ela estivesse em condições acharia bonito, ele se aproximou e fez uma pergunta um tanto inusitada.

- Você tem certeza que está bem para consumir álcool?

- Tá vendo isso aqui? - ela respondeu e apontou para as lágrimas que estavam um pouco mais controladas do que antes. - Sim, eu estou mais do que bem para consumir álcool.

O barman não sabia por que tinha feito aquela pergunta e não sabia por que tinha ficado preocupado com a moça. Ele sabia que quando as pessoas queriam afogar as mágoas na bebida, precisavam de algo realmente forte ou algo que causasse o esquecimento de um jeito rápido.

Bom, ele estava certo, naquele dia ela bebeu igual a uma louca. Ela ainda estava um pouco lúcida quando o pub estava começando a fechar, ela era muito forte em relação ao álcool.

- Moça! Você tem que ir embora, agora! - o dono do pub exclamava impacientemente.

Ela não tinha mais para onde ir, tudo naquela casa lembrava eles, o cheiro, as coisas, sentia falta da presença deles, poderia achar que quase ficaria louca se voltasse pra lá. Ela se levantou e saiu ainda com vestígios das lágrimas e olhou pra frente e a chuva forte que caia, só fez ela querer chorar mais. Mais ela seria forte, porém não agora. Ali ela não conseguia lidar que por causa de uma imprudência, perdeu seus bens mais preciosos. Ela saiu correndo em direção ao carro e dirigiu sem rumo, com a forte chuva que ainda caia, ela parou em parte afastada do centro de Phoenix, e gritou, gritou até perder a voz, as lágrimas que agora se misturava com chuva ela implorava e suplicava a Deus que essa dor desaparecesse ou que ele a levasse pra junto deles. Seria uma longa jornada até se recuperar. Mais nem tudo havia se perdido em meio às tragédias.




Me digam oque acharam maravilhosaaas!

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