Havia uma garota que gostava da solidão, ela enxergava as cores muito mais nítidas do que o resto das pessoas que conhecia. O nome dessa garota é Ana.
Ana apreciava os pequenos gestos, as atitudes e os momentos simples; por isso enxergava as cores nitidamente, explicarei o porquê no futuro.
Com o passar dos anos a garota percebia cada vez mais que era bem diferente do resto das pessoas, até que um dia saiu com muita raiva para andar.
Não era seu lugar favorito estar entre multidões mas, naquele dia ela queria descobrir o que havia de errado em ser tão diferente e saiu à procura de um local frequentado. A única coisa que pensou foi parar em uma praça de sua cidade; um lugar com todos os tipos de pessoas, na maior parte do tempo sempre havia muita gente perambulando. Como Ana morava em Greenland (uma cidade bem grande), dá para imaginar o tamanho daquela praça: áreas de lazer, uma pista de corrida, uma enorme igreja no centro onde as pessoas de lá adoravam se casar, um lago com todos os tipos de peixes, vários bancos por toda parte da praça, espaços para fazer piquenique.
Aquele dia o céu estava limpo mas fazia um friozinho para colocar um suéter leve. Já era fim de tarde, daqueles que o céu vai deixando a cor azul se misturar com a laranja; poderia imaginar como estava a praça nesse dia, muita gente aproveitando a temperatura agradável como Ana queria: pessoas só para ela observar o comportamento de cada uma. Ela escolheu um banco um pouco mais afastado para olhar onde havia uma circulação grande de jovens conversando, tocando e cantando, rindo, alguns abraçados como amigos outros como casais cheio de amor.
Ela ficou ali por horas nem dando conta que havia escurecido quando percebeu alguém a encarando, isso deu um pequeno susto na garota mas ela logo desviou seu olhar. Isso a distraiu e a fez olhar para o outro lado. Ana volta pra onde aquela figura estranha estava encarando e ela já não estava mais lá, a garota solitária ficou encanada com isso e começou procurar olhando em todas as direções. De repente Ana olha pra esquerda e se assusta:
"Estive te observando por muito tempo."
"E-e-e eu vi mesmo." Ana estava se tremendo de medo
"Ana, estou te observando há muito tempo mesmo!"
"Como sabe meu nome, quem é você?"
A única sensação que Ana tinha naquela hora era de medo, afinal como aquela figura saberia seu nome se ela não costumava ser alguém popular. Nunca conhecera e se lembraria de alguém como aquela pessoa.
"Não se assuste por favor, só estou aqui pois você se cansou de ser diferente."
"Como assim, quem é você, como sabe dessas coisas?"
"Não se preocupe, estou aqui como um amigo, contarei tudo o que você quiser saber."
"Quero explicações, você está me deixando com medo."
A pessoa deu um sorriso para a Ana e falou:
"Existe no mundo um lado que vocês não enxergam, um lado que não mostramos, mas estou aqui por você. Olhe ao seu redor!"
Naquele momento o número de pessoas triplicou na praça, já não estavam só as pessoas que Ana havia observado mas também outros mais que se pareciam com quem falava com ela.
"Quem são eles?"
"São meus companheiros de trabalho. Somos conselheiros!"
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O Mundo Real da Mente de Ana
Mystery / ThrillerPouquíssimas pessoas descobrem que existe um outro universo detrás de nossas vidas. O que as pessoas chamam de pensamentos eu prefiro chamar de conselheiros. Todas as coisas que achamos que vem da nossa imaginação na verdade são teorias criadas pelo...