Marcas Profundas de Antigos Pecados
Berkshire,Inglaterra Novembro de 1798.
As testemunhas olhavam tudo aquilo em um extremo silêncio horrorizado, atordoadas de mais para soltar nem sequer um simples gripo de socorro. A cena à frente era grotesca, um pesadelo arrancado dos piores livros de terror, Cada pessoa presente teve uma reação totalmente diferente as crianças se agarravam em suas mães e choravam com medo do que elas achavam ser o bicho papão, os mais velhos pediam a misericórdia de Deus, alguns jovens que não conseguiam disfarçar sua repuguinância pelo que via vomitavam pelos cantos. O padre da pequena igreja murmurava: Óh Deus todo poderoso! Ajude-nos senhor. Proteja-nos desse mal, que se apresenta entre nós.
Derrepente um grito de puro horror acabou com o silêncio, cortando à todos como uma afiada lamina de um punhal. O lamento veemente ficou cada vez mais alto deixando assim a pele de todos os presentes arrepiados. O estômago do padre revirou e ele engoliu um nó de puro medo. O gemido sofrido parecia partir sua alma ao meio. Ele sentiu uma agônia intensa demais, mesmo assim ele se for sou a falar.
— Eles partiram e eu não pude impedir! O ser sobrenatural não se deu por vencido seus grunhidos aumentaram com mais intensidade e mais frenéticos do que antes, era possível vislumbrar o brilho de suas presas em meio a o escuro da noite.
— Eu quero o que me pertence, ou todos aqui vão pagar caro. Você entendeu padre? — Ele o olhou fixamente para ter certeza que o recado estava sendo bem interpretado. Padre Jeremiah extremeceu com medo de que este monstro destrui-se a todos. — Ah, eu acho que não! Você ainda não intendeu nada. — O ser respondeu, aproximando-se lentamente de uma jovem. Ele lançou um grunhido e suas presas resplandeceram em uma clara advertência.
— Ei, tire essas mãos de mim! — vociferou a garota tentando se esquivar.
Havia surpresa e confusão no rosto dela. Mais antes que pudesse dizer ou fazer qualquer outra coisa, ele a puxou. A pobre menina se debatia e gritava com medo do que iria acontecer. Moveu uma faca, e o ser soltou uma horrenda gargalhada mesmo assim continuou aperta-lá. A garota recuou para trás, batendo as costas em uma parede ficando sem escapatória. Quando ele a agarrou pela garganta ela tentou usar a faca para acerta-ló no coração mas não foi suficientemente rápida para isso. O Padre ficou gelado da cabeça aos pés, se não intersede-se a pobre garota estaria morta em menos de cinco minutos. Por isso se lançou para onde estavam os dois.
— Pare! — A criatura soltou uma risadinha desdenhosa, mas sem afastar a visão da garota, que tinha os olhos arregalados de medo e pálida como cera.
— Você queria saber onde eles estão, vou lhe contar, mas por favor solte esta criança. — vendo que a criatura não fazia nenhum movimento o padre começou a se desesperar, viu que ele começou a aproximar o rosto do pescoço da garota e o aspirava. Mas der repente parou esoltou um baixo grunhido.
— É melhor você estar certo padre. Porque estou com muita fome, e o sangue dessa garota me parece ser muito apetitoso... — aspirou outra vez — Muito exótico. Eu adoro o sangue das virgens. — O estômago do padre se revirou, não agüentava mais assistir as pessoas que ele conhecia morrer. Não agüentava mais guardar esse segredo. Padre Jeremiah se permitiu olhar em sua volta, por onde seus olhos passavam só havia destruição é morte. Captou o brilho de olhos ferozes, o sussurro de movimento entre as sombras. Havia mais de uma criatura que os espreitava ao redor da cidade. Olhou para a entrada da igreja, um homem ajoelhado em total desespero, implorava a Deus que tudo acaba-se. Devido a o seu prolongado silêncio a criatura virou para observa-ló, seus olhos brilhantes da cor âmbar. Olhos malévolos, maliciosos, venenosos. O pânico o assolou. Um monstro à espreita... Sabia que seu dia tinha chegado, começou a caminhar em direção a criatura, mesmo sabendo que não deveria. Quando estava próximo falou:
— Se eu te contar o que você quer, me prometa que todos aqui saíram ilesos? — A criatura lentamente soltou a garota. Está arfou a procura de ar, seu coração batia em ritmo acelerado. O ser soltou outro sorriso desdenhoso, que fez com que a garota se encolhe-se contra a parede.
— Caro padre... Você não pode ter certeza se cumprirei esse seu desejo. — ele olhou envolta para as pessoas, e voltou o olhar para o padre. — Mais não se preocupe, prometo ser muito rápido se assim desejar.
— Que Deus me perdoe pelo que vou fazer. — Ele engoliu em seco. Muito bem, se teria que faze-ló que fosse o mais rápido possível. Respirou fundo e assentiu com a cabeça, e tentou não olhar ao seu redor, não queria ver o rosto dos conhecidos nem ver os corpos dos mortos estirados pelo chão. Caminhou diretamente para criatura, no momento que se aproximou ele ouviu um grito, mais não se virou para descobrir de onde vinha. Estava preso em um transe. A criatura o segurou pelo braço e tudo que podia fazer era olhar para frente diretamente para os olhos da quele ser nefasto. Um súbito medo se apoderou dele, poderia começar a gritar até mesmo urrar, mas isso de nada adiantaria.
Não tinha mais como voltar atrás, ele tentou relaxar o que também não adiantou. Ao enfiar suas presas na garganta do padre a criatura demonstrou que não veio para brincadeira. Uma dor lacimante irradiou-se por seu pescoço fazendo o padre soltar um gemido desesperado de dor. Sem se importar o ser continuou a sugar seu sangue num movimento contínuo. A dor era intensa, não agüentaria por muito tempo, começou a ver pequenos pontos brancos que saíam em todas as direções. Ah, Deus! Perdoe-me senhor. Eu fiz o que podia. Pensou o padre. Sentia-se cada vez mais distante, como se flutuasse em uma nuvem. Então relaxou por completo, ao velo inerte, a criatura o largou no chão de terra, soltando um feroz rugido. Um grito horroroso e agudo de pura agonia se misturou com o terrível som.
Apesar de zonzo Padre Jeremiah pode ainda ver o que acontecia. Homens, mulheres e crianças gritavam, e seus rostos empalideciam de horror. Ele não pôde afogar por completo os sons do terror, o som da carne sendo arrancada, os terríveis gritos de homens morrendo, a pesada respiração das criaturas e os grunhidos que davam calafrios. Pressionou as mãos sobre os ouvidos, tentando desesperadamente não escutar os sons da morte. Pareceu ter passado uma eternidade, mais os gritos de súplica e gemidos de dor finalmente haviam cessado. E então se fez um estranho silêncio. Um a um todos haviam sido assassinados. Cada homem, cada mulher e criança. O local se encontrava repleto de corpos por todos os lados. O Padre tentou sufocar um grito de horror. Mais não adiantava, estava tudo acabado. E um grito angustiado brotou de sua garganta.