Capítulo Único

34 6 48
                                    

-Hey...- chamei a sua atenção, meu coração a mil.

Éramos só nós dois no meu quarto, já era noite e assistíamos um filme no netflix, sua cabeça encostada no meu ombro. É claro que ele não sabia como aquilo fazia eu me sentir, não tinha como ele saber. Nem eu sei ao certo o porque me sentia assim.

-Você já teve curiosidade de como é beijar outro garoto?- pergunto, agora ele olha para mim. Um pouco confuso com a minha pergunta repentina.

Já fazia alguns meses que essa pergunta rondava a minha cabeça. Por mais que não fosse qualquer garoto que eu queria beijar... era ele; tinha que ser ele.

Vejo um sorriso se formar nos seus lábios e ele abre a boca indo falar alguma brincadeira, mas antes de dizer qualquer coisa ele para e olha pra mim, ainda o encarando sério. Percebendo a minha seriedade sobre o assunto ele muda o seu tom e responde sério.

-Talvez...- Se as luzes não estivessem apagadas poderia jurar que veria seu rosto corado.

Nos aproximamos involuntariamente, mordo os meus lábios suavemente me aproximando cada vez mais.

-Quer descobrir comigo?- pergunto.

Mas antes de deixa-lo responder, juntando toda a minha coragem, eu o beijo. Foi só um selinho, um beijo rápido e inocente, mas ao mesmo tempo, uma barreira havia sido quebrada entre nós dois.

Depois desse dia, os beijos inocentes começaram a acontecer com mais frequência, quase como se fosse um comprimento, a nossa forma de dizer oi, tchau, obrigado. E esses selinhos ocasionais começaram a ficar mais intensos, de repente já não eram mais tão inocentes assim.

E esses beijos que já não eram mais inocentes levaram a leves caricias, que se tornaram em algo mais. Esse algo mais levou ao primeiro "eu te amo" e com esse "eu te amo", veio um relacionamento. Um relacionamento que trouxe o ciúmes e com o ciúmes veio a tristeza.

E então ele terminou comigo e quebrou meu coração em mil pedaços, mas não sem antes pedir para continuarmos sendo amigos, sem perceber que isso só tornava tudo pior para mim. Mas eu, como um idiota apaixonado disse que sim, que nunca deixaria de ser seu amigo, não importa o que aconteça.

E ele sorriu, feliz por não perder a minha amizade, e eu sorri de volta, feliz por vê-lo sorrindo.

E fui eu que fiquei feliz por ele quando ele arranjou uma namorada, e fui eu que limpei as suas lagrimas quando ela quebrou seu coração. E eu tive que passar por isso varias vezes, sempre lá para ele, sempre o ajudando a se reerguer, mentindo para mim mesmo e dizendo que eu era feliz, era feliz porque estava ao seu lado.

E eu que chorei, chorei por diversas noites, e doeu, doeu muito.

Pois eu fui só um experimento para ele, uma fase, uma estação passageira.

E ele foi a minha primeira paixão, o meu primeiro e único amor.

Quer Descobrir Comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora