Capítulo único

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Organizar o quarto era a única coisa que tirava meu pensamento de Seungcheol, até encontrar fotos nossas em uma antiga caixa.
Como pôde um amor como o nosso terminar de uma forma tão ridícula como essa? Será que Seungcheol lembra?

Aquela noite que eu fui obrigado a sair de casa, apenas arrastado por um de nossos amigos em comum. Então eu peguei Seungcheol me olhando através da sala, desviando o olhar rapidamente quando percebia que eu havia o visto. Minha súbita coragem de levantar e puxar assunto com ele, apenas para tentar fazer a noite de sábado um pouco mais interessante. Não demorou muito para a nossa conversa desenvolver, ficamos juntos a noite toda e Seungcheol realmente era um cara fácil de se conversar, me fazendo odiar Mingyu por querer ir embora tão cedo - duas da manhã definitivamente não era cedo, mas parecia cedo demais para que eu saísse do lado de Seungcheol.

Quando meu celular vibrou alertando uma nova mensagem de um número desconhecido.

"Olá, Jeonghan? Eu tive que pedir seu número pro Mingyu porque infelizmente não pude te dar o meu no sábado. O que acha de sairmos amanhã? Adorei conversar com você ;)
- Seungcheol"

Eu não vi quando o enorme sorriso havia se formado no meu rosto mas ele estava lá e com isso não demorei a mandar uma resposta positiva pro número desconhecido. Seungcheol decidiu me buscar em casa e eu não reclamei, minha mãe realmente gostava de saber com quem eu saía.

Seungcheol e eu saímos apenas para caminhar, conversamos por mais umas horas até ficar tarde e ele me levar até a porta de casa. No meio do caminho ele segurou minha mão, eu retesei por um momento mas ele falou que era apenas para me aquecer, porque ele havia sentido minha mão realmente fria momentos atrás. Eu escondi o sorriso e apenas concordei, tentando não expressar o quanto a mão quente dele no frio de Dezembro fazia meu coração agitar.

Eu não esperava por um segundo encontro, mas quando ele me convidou eu fiquei muito nervoso e acabei esquecendo o casaco. Quando saímos do restaurante eu já estava tremendo de frio, até sentir o casaco de Seungcheol sobre os meus ombros. "E você? Vai ficar com frio?" perguntei preocupado e ele me lançou um sorriso "Contanto que você se aqueça, tudo ficará bem". Foi neste momento que eu me encontrei perdidamente apaixonado por Seungcheol.

No outro ano, quando Seungcheol mudou para a mesma escola que eu, nós fomos a uma viagem organizada pela mesma, e os momentos ao redor da fogueira eram os meus favoritos. Seungcheol sempre fazia questão de sentar ao meu lado, então quando eu não aguentava mais de sono apenas deitava a cabeça no ombro dele e adormecia. Numa dessas vezes eu acordei sentado no colo de Seungcheol, com a cabeça encostada em seu peito e seus braços me segurando a redor da cintura. Eu fiquei tão desconcertado que fingi voltar a dormir, então ele teve que me levar de volta ao quarto como uma criança e... Bom, eu não reclamei.

Nesta viagem Seungcheol se afastou da turma e me puxou junto. No cenário mais bonito e clichê de todos ele se declarou e me pediu em namoro. Nosso primeiro beijo teria sido horrível se Seungcheol não fosse experiente, ele foi tão paciente e me desculpou todas as vezes que eu bati acidentalmente no dente dele. Aquela noite me encheu de alegria por uma semana inteira, até Seungcheol ser perguntado por um dos amigos dele o que havia entre nós num horário vago de aula. Meus olhos certamente gritavam de esperança, "Nós somos amigos, ué. O que mais poderia ser?". Nós tivemos nossa primeira briga, eu fui pra casa depois do intervalo usando a desculpa de estar passando mal pra diretoria me liberar. Seungcheol passou na minha casa depois das aulas, então nos resolvemos no quarto. Eu tentei entender o lado dele e ficamos bem. A partir desse dia quase todas as nossas brigas se resolveram com sexo.

Nós fomos inúmeras vezes ao parque de diversões porque Seungcheol sempre amou parque de diversões. Seungcheol também era obscecado por registrar cada momento em fotografias, e eu acabei pegando essa mania dele. Ainda tenho fotos de muitos momentos sorrindo, da vez que fomos juntos pra casa e eu acalmei o passo só pra tirar uma foto dele junto ao pôr do sol, despreocupado, ambos radiantes.

Nesse dia resolvemos fazer maratona de filmes e dividimos o mesmo lençol, eu acabei dormindo com o cafuné que ele me fazia. Pela manhã tivemos que tomar sorvete de café da manhã porque minha irmã havia traçado tudo da casa, incluindo o café que minha mãe fez para nós dois. Não importava realmente se era um café da manhã digno ou apenas uma taça de sorvete, sendo com Seungcheol, tudo era bom, e ele parecia tão feliz, então eu fiquei feliz também.

Seungcheol tinha mania de segurar minha mão. Ele a procurava, até mesmo perto dos amigos, e a segurava escondido até os amigos dele começarem a desconfiar. Numa dessas desconfianças, tudo desmoronou.

Foi preciso menos de uma semana pra Seungcheol se distanciar, mudar de sala, não responder minhas mensagens e me ignorar no intervalo. Até mesmo quando nos encontrávamos no banheiro masculino, estando sozinhos ou não, era como se eu fosse invisível. Ele voltou a andar mais com os amigos dele e a namorar uma garota. Foi isso, eu simplesmente fui deixado, sem aviso e sem explicações, largado como doce que criança já comeu a metade mesmo que a mãe tenha falado pra ela não comer.

Mingyu tentou conversar com Seungcheol sobre isso diversas vezes depois que o contei o porquê de estarmos distantes, mas Seungcheol desconversava, falava sobre o céu ou sobre o quanto amava o sorriso da nova namorada.

Eu nunca soube ao certo o que sentir sobre isso. Fiquei triste por meses, depois senti raiva, e agora eu só sinto que preciso continuar. Minha mãe falou pra virar a página, ou trocar de livro. Mas se eu deixar o antigo livro lá, acabarei voltando pra remoer todas os momentos como fiz agora, então eu devo jogá-lo fora.

Esse pensamento me fez guardar todas as fotos de volta na caixa e descer as escadas correndo com ela na mão. Não sei se isso vai ajudar, ou quanto tempo eu vou precisar pra superar, mas o primeiro passo deve ser dado. Não hesitei ao puxar a tampa da lixeira, isso realmente não chegava a um terço do que Seungcheol fizera comigo, mas eu precisava disso pra voltar a viver. Se Seungcheol estava bem sem mim, eu poderia ficar bem sem ele. Não era apenas uma caixa de papel velha com algumas fotos, eram 3 anos de recordações. Era uma caixa cheia de um dos momentos mais bonitos da minha vida que eu não conseguia olhar e sorrir mais. Tudo no lixo.

⛦⛧

Oi, tudo bem? Não sei o que escrever aqui!!! É a primeira fanfic que eu publico, está mais pra um devaneio da madrugada do que pra uma fanfic em si, mas resolvi publicar. Eu não revisei também então me desculpem qualquer erro. Não esqueçam de votar no capítulo, nessa estrela aí, caso tenham gostado. Isso me deixaria muito feliz.
Espero que tenham gostado! ♡

jeongcheol; paper heartsOnde histórias criam vida. Descubra agora