Catarina narrando:
- Você tem certeza? Quer mesmo que eu vá? - perguntei e rezava pra ele dizer não.
- Claro que sim! Você é a minha namorada e eu quero que você conheça meu irmão.
- Ah amor, - respirei fundo - tudo bem, eu vou, chego aí as 19. Beijos, te amo. - desliguei o celular e fiquei ali, sentada no chão do meu quarto pensando no que fazer. Não que eu não gostasse da família do meu namorado, eu amava, mas eu queria ficar em casa, além do mais, eu já conhecia meu sogro e sogra, pra que conhecer o cunhado?
Fiquei um bom tempo ali pensando o por que Caio queria tanto que eu fosse, nós dois namorávamos fazia 2 anos e eu nunca conheci seu irmão. Por que? Não faço a mínima idéia. Pelo que eu sei, ele vive viajando, curtindo a vida, e do nada decidiu voltar e ficar de vez. Uma parte de mim queria saber o porque de não querer conhecê - lo, mas toda vez que eu via sua foto, eu sentia algo estranho. Levantei do chão e fui pra cama, como era 13:24 resolvi dormir um pouco.
Acordei e já eram 17:49 como toda mulher, me senti atrasada, mas eu não precisava me arrumar tanto para ir em uma festa de família. Então fui tomar meu banho e separei minha roupa, peguei uma calça jeans e uma camisa. Quando terminei de me arrumar por completo, já eram 18:50, agora sim eu estava atrasada. Sai que nem um furacão.
- Filha, onde vai? - meu pai perguntou preocupado.
- Conhecer meu cunhado! - gritei e fui correndo para o elevador.
Demorei mais ou menos 20 minutos para chegar em seu prédio, porém, fiquei ali, sentada no carro observando seu prédio, eu queria muito sair dali e voltar pra minha casa, eu não sabia o por que que aquilo estava me incomodando. Quando finalmente desci do carro, o porteiro já me conhecia, então abriu o portão, quando fui fechar o portão, escutei alguém falando comigo.
- Espera! - gritou.
Olhei para a pessoa e reconheci automaticamente, era Samuel, meu cunhado. Meu coração disparou de uma forma que nunca tinha disparado antes, eu o encarei por um momento até que despertei do transe quando ele parou em minha frente. Nos encaramos e ele sorriu pra mim, ah, aquele sorriso, era um sorriso maravilhoso, um sorriso que faz você se apaixonar.
- Obrigada. - sorriu e estendeu a mão.
- De nada. - sorri também e estendi a minha mão para comprimenta-lo, mas para minha surpresa, ele pegou minha mão e depositou um beijo, senti um formigamento e olhei para ele, eu havia parado de respirar por 5 segundos, o tempo que ele levou para dar o beijo e me olhar de volta. - Eu... Eu preciso entrar.
- É, eu também.
Entramos em silêncio no prédio, cumprimentei o seu Antônio. E fui pro elevador, e adivinha? Lá estava meu lindo cunhado segurando o elevador pra mim. Agradeci com um sorriso e como o botão do 8 andar já estava selecionado, apenas fiquei no canto, quietinha.
- Você mora no 802? - perguntou tentando puxar assunto.
- Não. Eu namoro seu irmão. - respondi.
- Sério? Então não tenho chance mesmo. - ele me olhou com aqueles olhos azuis penetrantes e soltou um sorriso, aquilo fez as minhas pernas tremerem, eu queria muito saber o que estava acontecendo comigo. Se controla Catarina!
- Desculpa. - tentei entrar na brincadeira, soltei um riso que parecia mais um grito de socorro.
Quando o elevador abriu, fui em direção do apartamento do Caio, toquei a campainha e ele veio me atender, quando abriu a porta e viu eu e o irmão dele juntos, ficou surpreso e confuso e logo foi abraçar seu irmão.
- Quanto tempo! - abraçou seu irmão e deu dois tapas nas costas.
- Nem fale irmão! - Samuel respondeu.
- Então, vocês já se conheceram. - Caio veio ao meu lado, me deu um selinho e olhou para o Samuel.
- Pois é, ali na portaria, você é um cara de sorte ein. - ele olhou pra mim e sorriu, ele tinha que parar de me olhar daquele jeito e sorrir, ainda mais na frente do irmão dele.
- Vamos entrar? Sua mãe deve estar esperando. - eu disse num tom desesperado.
Quando entramos, a alegria da dona Alice era tanta, que ela gritou ao ver seu filho mais velho. Aquilo tudo era lindo, o modo que ela abraçou ele e o encheu de beijos. A noite foi longa, o jantar estava ótimo e passamos a noite escutando as histórias do Samuel de como foi a sua viagem.
- Acho melhor eu ir. - disse enquanto pegava minha bolsa.
- Não! Dorme aqui hoje, minha mãe não vai se importar não. Né mãe? - Caio olhou para sua mãe e ela apenas concordou.
- Não sei amor... Não quero atrapalhar. - eu não queria ficar perto do Samuel, alguma coisa nele mexia comigo, mexia de uma maneira que nem o Caio conseguiu fazer com um beijo.
- Fica aí. - Samuel disse enquanto bebeu um gole de sua cerveja, e adivinha? Ele estava me olhando com aquele olhar intenso que me hipnotizava.
- Tudo bem então. - sorri para o Caio e lhe dei um selinho.
Na verdade eu queria sair correndo dali, ir para minha casa e tentar saber o que diabos tava acontecendo comigo. Eu não queria ficar ali, mas eu não poderia ficar vendo meu namorado só em casa. Ou poderia? Isso era uma ótima idéia. Eu sentia Samuel me encarando e aquilo tava me incomodando. Quando era 23:00 dona Alice e seu Inácio foram dormir, eu decidi ir para o quarto do Caio e me trancar ali até amanhã.
- O que ta acontecendo Catarina? - Caio perguntou furioso quando entrou no quarto.
- O que? - perguntei confusa.
- Você! Ficou estranha o jantar todo, qual é o seu problema com meu irmão?
- Nada Caio! Que coisa! Eu só não queria atrapalhar o momento em família de vocês. - me aproximei e beijei seu rosto. - Não fica bravinho não. - depositei vários beijos em seu pescoço e senti sua mão em minha cintura de modo que me empurrou para a parede. Começamos a nos beijar tão rápido e com tanta velocidade que eu me perdia no que eu devia fazer, única coisa que eu queria fazer, era tirar o Samuel da cabeça.
Acabou rolando aquela noite, mas eu não conseguia dormir, eu estava cansada fisicamente, mas psicologicamente? Eu poderia resolver quinhentos exercícios de matemática. Olhei para o relógio e era 3:16, Caio estava do meu lado dormindo, babando, eu ri da situação e decidi ir até a cozinha beber um copo d'água. Saindo do quarto, me deparei com a cena que me fez paralisar, ali estava Samuel, sem camisa, com apenas uma calça de moletom, jogando vídeo game, ele me notou ali e sorriu.
- E ai cunhada? Topa jogar uma? - disse e deu tapinhas no sofá.
- Ah não, to cansada já. - sorri e fui em direção a cozinha, ouvi passos atrás de mim e eu rezei pra ser um fantasma e não o Samuel.
- Medo de perder cunhadinha? - perguntou num tom de deboche.
- Você que deveria ter medo de mim Samuel. Eu sou a melhor em jogos. - entrei na brincadeira, abri o armário, peguei um copo e o enchi de água, quando me virei, Samuel estava na minha frente, com poucos centímetros de distância do meu rosto.
- Eu morro de medo. - sussurrou e se aproximou ainda mais.
- Não... - sussurrei e continuei olhando pra ele que se aproximava mais.
- Você está na frente do filtro. - sussurrou no meu ouvido e sorriu pra mim. Eu olhei pra ele e quase morri de vergonha, sai da frente e fui em disparada para o quarto.
Minha missão? Ficar o mais longe possível dele.
♡♡
Bom amores, esse foi o primeiro capítulo, espero que tenham gostado!
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Coração Dividido
Romance" - Só me deixe em paz, por favor! - implorei à Samuel enquanto olhava fixamente em seus olhos, ele colocou sua mão em minha bochecha e se aproximou cada vez mais. - Por favor Samuel... - implorei novamente e fechei meus olhos procurando uma maneira...