Capítulo Um.

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Fazia bastante tempo que eles não se viam ou conversavam, a última vez que isso aconteceu foi por meio de broncas trocadas no twitter, após uma das inúmeras queixas que Natália havia feito para ele, por conta dos seus fãs. As palavras de carinho de Dulce em seu aniversário foram ignoradas, e as palavras dele para ela, pelo menos aos olhos dos fãs nem existiram. O que era patético, pois se tratavam como estranhos, meros conhecidos talvez, sem intimidade, sem carinho, nada.

E Dulce, tentava o máximo esquecer dele e de como já haviam sido importantes um para o outro. Christopher parecia outra pessoa, nunca pensou que ele fosse "brigar" com ela por conta de um grupo de fãs dos dois, diabos, não tinha cabimento. Mas ela sabia que querendo ou não, tinha dedo de Natália nisso tudo, e isso a fazia sentir de pegar aquela ratazana e falar umas verdades, mas ao mesmo tempo não queria que ele ficasse triste com essa atitude infantil da parte dela, pois ela via nas fotos e matérias da televisão mexicana o quanto ele estava feliz com a namorada, e ela não tinha o direito de estragar isso.

Assim como toda essa situação, as muitas insonias de Dulce eram patéticas, ele não estaria pensando nela da mesma forma que ela perdia horas de sono pensando nele... sendo feliz com a Natália.

- Meu Deus! Tira essas coisas da minha cabeça, eu preciso dormir, tudo o que eu menos preciso é de ficar pensando nele. - murmurou olhando para o teto de seu quarto.

Ela se levantou meia hora depois, quando se deu conta de que sozinha não dormiria, e pegou um de seus remédios para ajudar a pegar no sono. Tomou um comprimido e voltou a deitar, não soube ao certo quanto tempo mais ficou esperando o remédio fazer efeito, mas quando viu já era 9 horas da manhã do dia seguinte e seu celular tocava incessantemente.

- Alô... - vociferou entre dentes.

- Dul, sou eu Thelma! Estamos te esperando para gravar mulher, o que houve? Tínhamos gravação no estúdio as sete! Voe pra cá!

- Puta merda! - Se deu conta de que estava bem ferrada, nunca foi de se atrasar e até nisso Christopher era responsável. - Thelminha, meu amor... Eu já estou indo! Desculpe, segura a onda aí pra mim, em meia hora vou estar na televisa.

Sem esperar a resposta da colega de elenco ela desligou o telefone e correu para o banheiro a fim de se arrumar e sair o mais rápido possível, tomou um banho, vestiu uma calça jeans e uma camisa branca de botão, prendeu os cabelos em um coque, pegou seus pertences e as chaves do carro e saiu de casa. Como a colega lhe havia dito, precisou voar pelas ruas da Cidade do México, ou chegaria ainda mais atrasada.

Estacionou seu carro de qualquer jeito na vaga e saiu literalmente correndo para o estúdio, seu diretor a esperava com uma cara não muito agradável, e ela só fez sorrir e se desculpar. Indo correndo para a caracterização logo em seguida. Avistou seus amigos já mais do que prontos no camarim e de novo sorriu, pedindo mil e uma desculpas.

- Qual foi o caminhão que passou por cima de você Dulce? Credo! Olha esse cabelo! - Lucy a cabeleireira reclamou e ela só murmurou algumas palavras inaudíveis.

Os funcionários da caracterização fizeram o seu trabalho e a liberaram para a gravação. De novo ela saiu correndo pelos corredores indo para o estúdio em que gravaria no dia.

- Bom dia, Dulce Maria! Finalmente, o que aconteceu com você? - Pablo (seu colega de elenco e ex-namorado) perguntou por entre gargalhadas.

- Por favor! Eu só perdi a hora! Vamos logo! - Deu de ombros e se voltou para onde estava um dos diretores. - Já estou pronta.

- Obrigado. - O diretor respondeu e foi dar os comandos para iniciar a gravação.

As cenas foram bastante intensas, dignas de uma reta final de novela mexicana e se estenderam pelo restante da manhã e início da tarde sem se quer terem tempo de fazer pausa para o almoço.

O relógio já marcava duas da tarde quando o diretor os liberou para um almoço de meia hora, para logo depois seguirem para a externa que se estenderia até a noite.

- Maria, vai comer aonde?
- Em qualquer lugar Thelminha, eu estou com tanta fome que qualquer lanchonete vai me servir.
- Faz assim, eu vou ligar pra casa pra saber do meu bebê que amanheceu febril e nos encontramos no restaurante da portaria três?
- Ótimo! Eu vou indo para guardar o nosso lugar! - Thelma assentiu e deixou o estúdio. - Pablo, você vai comer com a gente? Se sim vamos logo, porque hoje eu não tomei nem café.
- Você não tomou seu café de lei? - Perguntou e chegou mais perto pousando a mão direita na testa dela. - Ta doente?
- Nossa! Como você acordou engraçado, ta bom se você não está com fome eu to morrendo. Tchau pra você!

Saiu pisando firme do estúdio enquanto o amigo dava gargalhadas de sua irritabilidade. Dulce seguia apressada pelos corredores da emissora, de cabeça baixa concentrada em alguma coisa em seu celular. E ao virar um corredor que dava direto para o tal restaurante...

- Hey! Vai tirar o pai da força é? - Foi como se aquela frase ecoasse repetidamente na cabeça dela em fração de segundos.

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⏰ Última atualização: May 10, 2016 ⏰

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