Capítulo 3❤

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MARIA NARRANDO

___Seu tio deve estar chegando, preciso que arrume suas coisas! Ele vai deixá-la na rodoviária.___falou titia me deixando extremamente triste.

___Mas eu queria tanto ficar.___Falei e abaixei a cabeça.

___Mas não tenho condições! Por favor arrume -se! ___falou e saiu do quarto.

Senti lágrimas queimarem meu rosto! E agora o que faria?! Como voltaria para minha casa?! Como ajudaria minha mãe, logo que ela precisa tanto de mim...

Eu nem sei o que fazer...

Arrumei rapidamente o pouco que tinha e fiquei esperando o tio chegar.

___Vamos Maria?! __Ele falou

Eu apenas assenti e entramos no carro, eu segurava para não derramar uma lágrima sequer na frente deles, mas era inevitável.

Era como se eu visse meus sonhos se desfazerem a minha frente, sem que eu pudesse fazer nada para evitar tal desastre! Eu não sei nem explicar como me segurava em pé àquela altura do campeonato.

Nós íamos andando no carro, até que ele parou em frente à um bar, onde tinham vários pés de manga, alguns mendigos sentados no chão e algumas pessoas esperando um ônibus, ele abriu a porta e pediu que eu descesse e assim eu fiz.

___Eu esqueci umas coisas em casa, fique aqui e espere enquanto vou buscar! __Ele falou, entrou no carro e foi embora dali.

Eu aguardei por alguns minutos e nada, passaram-se horas e nada, até que escureceu e eles não voltaram.

O onibus que eu pegaria para voltar para casa, já havia passado e sem solução alguma para minha vida, sentei-me no chão como àqueles mendigos que ali estavam quando cheguei.

A noite era linda naquele lugar, mas era muito frio, e eu não tinha nada que poderia cobrir o meu corpo, afim de amenizar a sensação que tinha.

A noite foi extremamente longa, eu ficava me lembrando da minha mãe, ela que cuidou tão bem de mim, e apesar das dificuldades da vida jamais havia me deixado sozinha, ao contrário de mim que a deixei pelo simples fato de não poder dar a mim condições de comprar o que eu queria ou de ter o que eu queria.

Olhei de um lado para o outro esperando meus tios voltarem, mas infelizmente nenhum deles voltou, nem durante a noite.

Eu vi o sol nascer naquele dia, e quando a sua claridade tocou minha pele, pude sentir um pouco de seu calor, o que me fazia sentir alívio, depois de uma noite tão fria e ruim.

Minha barriga roncava, eu estava com muita fome, afinal passei a tarde sem comer e a noite também.

Logo ali na frente havia uma padaria, e meio sem jeito, sem dinheiro e com muita fome, eu encostei por lá, e pedi pelo amor de Deus que aquele homem me desse algo para comer; e ele assim o fez! Pegou um dos pães mais velhos de sua prateleira, pôs em um saco de arroz, e me deu, apesar de serem bem velhos, eu agradeci muito a ele, e voltei ao lugar onde estava.

Me sentei no chão e uma lágrima escorreu pelo meu rosto, eu tinha pouco com minha mãe, muito pouco, mas nada se comparava a essa minha atual situação.

Quando ia comer, um dos mendigos que ali estava me tomou aquele saco de pães, e mesmo que eu tentasse pegar ele não me daria, então me esquivei em um canto, pus a cabeça entre as pernas, e as lágrimas que presas estavam, inundaram todo o meu rosto, eu chorava em silêncio, e sinceramente não sei o que doía mais, se a fome, ou o desespero de ver que aquele homem sujo havia comido tudo o que eu tinha ganhado.

Quando ele terminou de comer, jogou o saco perto de mim e saiu sorrindo! Pensei em voltar naquela padaria e pedir que me aquele homem me desse outra vez algum pão, e assim eu fiz...

Contei àquele homem que um outro homem sujo, havia comido tudo que ele me dara, e perguntei se poderia me dar algo novamente, mas ao contrário do que minhas esperanças queriam que ele fizesse, ele pegou uma vassoura e começou a me bater, mandando que saísse daquele lugar, me senti um lixo, um animal sendo expulso de um lugar.

E então peguei o saco vazio de pães e em meio à um rio de lágrimas que escorriam de meus olhos, eu comi o resto que aquele homem deixou.

A fome me consumia, não tinha água, nem comida, nem onde banhar, nem algo quente para cobrir o meu corpo, nem o abraço de minha de minha mãe para me acalmar, eu estava sozinha e completamente perdida ali.

Passei alguns instantes perguntando a mim mesma, que tipo de Deus deixaria que alguém passasse pela aquela situação, de fome, abandono, tristeza, dor, frio, saudades de casa, era ruim, dolorido, triste.

Eu sentia vontade de correr, de pedir a alguém ajuda, mas eu não tinha forças para mais nada, além de chorar e pedir a Deus que pelo menos usasse de misericórdia para comigo e me tirasse dali, se ele realmente fosse Deus, que ele me ajudasse naquele momento desesperador, mas infelizmente nada acontecia.

Passaram-se alguns dias, e eu sobrevivia com a ajuda de algumas pessoas que passavam e deixam seus restos de comida para que eu comesse.

Era simplesmente horrível.

Continua...

"Sei que tudo sabes, meu Deus, que teus planos são mais belos e perfeitos que os meus"

Eu simplesmente escrevi isso chorando.

Me desculpem.

Esse é o testemunho; como eu disse antes; da vida de alguém que amo muito e que só ao final contarei quem é..

Espero que entendam...
Ela ainda não conhecia a Deus nessa fase da vida, por isso pouco falava nele, e qUando falava, eram essas coisas que voces viram

Espero que gostem...

Beijos..

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⏰ Última atualização: Jun 23, 2016 ⏰

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