Após a morte dela, fui até a casa dela, arrumei a melhor roupa pra ela, a calça favorita dela e a blusa listrada que ela tinha ganhado de aniversário e que ela amava combinar com a calça, peguei aquela pulseira que eu tinha dado à ela no aniversário de 12 anos, a foto que tinha nós duas coloquei no bolso e fui ao hospital. Trocaram ela. Fomos para o enterro. Como foi doloroso ver ela daquele jeito, sem sorrir, sem dizer que eu fico feia quando choro ou que eu deveria tirar o piercing porque não combina comigo. Queria que ela estivesse fazendo qualquer coisa mas que estivesse viva e aqui comigo!
A cada passo que eu tava até o local onde ela seria enterrada, doía, porque uma lembrança dela vinha na minha mente, nossos melhores dias, nossos piores dias, nossa vida juntas. Eu a amava intensamente, um amor que só agora sei a dimensão, tarde demais agora. Antes de enterrarem peguei a foto que tinha guardado no bolso e joguei em cima do caixão. Depois saí dali um pouco, eu estava muito mal, com a mente pesada e sem conseguir respirar direito. Respirei fundo. E por alguns segundos pude sentir o abraço dela sobre mim.
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Em seu olhar
Short StoryEssa história conta, a grande tragédia na vida de uma garota "normal", que afeta totalmente sua vida.