Ao abrir os olhos...

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Só quando se afasta um pouco é que Sasuke começa a pensar no que realmente teria acontecido antes dele chegar à cabana. Provavelmente quem quer que tivesse matado aquelas pessoas deve ter fugido, mas... por que deixar a criança viva? não é inteligente deixar testemunhas....

Com certeza será um problema quando a menina acordar, em sua mente Sasuke é o assassino de seus pais e obviamente ela não o seguiria por livre e espontânea vontade.

Ele chega a considerar se utilizar do Manquekyou sharingan novamente, mas as chances da menina sobreviver à experiência são baixas demais para essa ser considerada uma solução viável. Teria que usar um método menos agressivo de abordagem. Teria que convencê-la a ir com ele.

Anda por o que parece uma eternidade antes da menina finalmente dar sinais que vai acordar. Ele a deita no chão e observa enquanto seus olhos se abrem.

Ela o fita assombrada, o rosto empalidecendo a medida que as lembranças passam por sua mente com uma velocidade nauseante.

-- Você?! -- A exclamação escapa por seus lábios enquanto ela se levanta com dificuldade e recua, apreensiva.

--Eu não matei seus pais. -- Sasuke olha em seus olhos. Ele não tem nenhuma pretensão de estender o assunto além do necessário. Ele iria direto ao ponto.

-- Por que eu acreditaria em você? Eu só me lembro de tudo escurecer de repente, e depois, assim que eu abri os olhos, de ter visto eles mortos e de ter visto você! Como você quer que eu acredite?! -- Seus olhos se enchem de lágrimas que brilham como cristal.

Tudo escureceu de repente? então era isso, a menina havia desmaiado. Ela não viu o verdadeiro assassino. Isso explicava o mal entendido.

-- Pouco importa se você acredita ou não. Estou dizendo a verdade. Porém, se você não a considera como tal, não há nada que eu possa fazer. -- Diz ele, indiferente. -- Mas não é sobre isso que eu gostaria de falar.

A menina limpa as lágrimas com a ponta dos dedos e aguarda em silêncio que ele continue.

-- Eu vou te levar para konoha e você vai ficar lá até quando eu achar necessário.

Ela abre a boca para protestar mas Sasuke a interrompe com um gesto de mão.

-- Se fizer isso, eu vou te ajudar a achar o verdadeiro assassino.

Ela mal consegue disfarçar a surpresa assim que ele pronuncia sua proposta.

As suspeitas de que tudo poderia ser um truque ainda ronda sua mente, mas algo começa a mudar, uma voz insistente dentro de sua cabeça a questiona: " Ele está tentando ajudar. Por que um assassino tentaria ajudar alguém?"

Ela não sabe responder. Talvez remorso? Não, só de olhar para ele pode perceber que agir pautado em sentimentos de culpa ou transgressão não faz o seu tipo.

Embora não saiba a motivação por trás de suas ações, ela tem noção de que no fundo, não importa o porquê, ela o seguiria de um jeito ou de outro, era inteligente o bastante para perceber que nunca chegaria até o assassino sozinha e tê- lo por perto... era a única chance que tinha.

Então ela juntou todo ódio, confusão e tristeza que sabia que passaria a carregar a partir daquele momento e transformou num objetivo.

-- Eu concordo. -- diz. -- Mas apenas com uma condição. Quando encontrarmos ele, eu quero matá- lo.

Ele a olha com uma expressão que ela não consegue ler.

-- Então está decidido. -- Diz, desviando os olhos.

Ele se vira para voltar a caminhar e ela diz, a voz tímida:

-- Bem... Já que nós vamos passar algum tempo juntos, acho bom você saber pelo menos o meu nome. Eu sou Pandora.

Ele a olha, impaciente.

-- Uchiha Sasuke.

Uchiha Sasuke... o nome com certeza combina com ele. Ela o olha com atenção, os cabelos lisos cobrindo parte de seu rosto, os olhos tão negros quanto a capa que está sobre seus ombros.

Ele é assustador.

-- Agora vamos. A vila não está muito longe.

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