Bônus - Collin

143 5 3
                                    

Boa noite! Antes de mais nada quero agradecer as 500 visualizações!!! Escrevo sem pretensão de estar entre as primeiras, aliás a unica coisa que quero é, que sintam-se envolvidos. Se apaixonem por eles tanto quanto eu.

A pedidos, fiz o POV do Collin. Espero que gostem! :)

C.RB

"Collin"

Era um simples trabalho, servir para esses ricaços em suas festas luxuosas beneficentes, música chata, gente esnobe. Eu nunca entendi como um simples talão de cheque fosse resolver a fome, a mortalidade e a desigualdade.

A mesma que eles fazem questão de demonstrar, usufruir dos seus empregados, dos status. Por fim, acho que é uma forma de iludir sua consciência.

- Collin, não fica ai parado, – Meu supervisor passa-me os pratos. - Entrega isso antes que o show comesse.

- Sim senhor.

Não vejo a hora de isso acabar e pensar que tem mais um dia, desanimo. Fazer o que, preciso da grana.

Faltando uma mesa o show começa, vejo uma menina linda, seus cabelos ruivos ondulados, alta estatura, possui um belo jogo de pernas e a cor dos seus olhos verde-safira.

Definitivamente ela é uma modelo, ela caminha com um senhor. A principio achei que ela estava o ajudando, porém quando chega ao palco, eu percebo que ela é cega.

Esqueço o que tenho que fazer ao escutar a sua voz, fico hipnotizado e para minha surpresa ela canta a minha música preferida, Dust to dust do The Civil Wars.

O tom dramático que dá a música despe minha alma, sinto cada palavra, no fundo sempre fui solitário, vivo em uma casca, tive que ser forte o bastante para fugir do lado sombrio das ruas, marcas da violência, marcas que me moldaram.

Sei que sou sortudo de escapar, de estar na faculdade enquanto outros não tiveram a mesma oportunidade. Vejo seus rostos e peço desculpa a cada um. Imploro mentalmente.

A música acaba, limpo meus olhos com a manga do terno. Fazia tempo que não desabava tão facilmente creio que foi a música.

Não.

Foi reconhecer no outro a mesma dor. No instante que a vi cantando, eu soube. Sua aparência amável e frágil revelam algo mais profundo.

E como na música quis entrar na parede que construiu, segurar sua mão e  ajuda-la a enfrentar seus fantasmas.

Após o término do show, o tempo voou. A procurei em todos lugares, porém não a vi. Nenhum sinal.

Não conheço bem essa sensação, um misto de fascinação e curiosidade, eu preciso conhecer essa garota.



Doce RitmoOnde histórias criam vida. Descubra agora