o leão Branco

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O seu sorriso esconde um breu;
O breu que só você suportou e não morreu;
Nao morreu pois Deus não te esqueceu;
Não te esqueceu por que ele viu suas lágrimas e as enxugou;
As enxugou e quando não pode andar ele te ajudou;
Suas mãos tremiam e você se entregou para a morte;
Mas a morte não suportou o rugido do leão Branco;
O leão que te segurou e o carregou em suas costas sobre o campo;
O campo onde os mortos gritavam e não podiam ser ouvidos;
Pois esses não se arrependeram e perderam mais do que a vida;
Perderam a alma, a alma que o leão deu pra cada um;
A alma que o leão não exita em defender;
E saiba que a morte te chama, todos os dias acariciando seus cabelos e afiando sua lâmina nas caladas da noite sem que alguém possa ver, sem que alguém possa saber.
Com os vestidos negros estendidos sobre os pés, com o olhar de fome insaciável e indescritível.
Com toda a leveza de uma pena frouxa que se solta de um pombo e cai ao chão;
Que cai ao chão assim como suas lágrimas de desespero ao ver que seus pais se foram sem que ao menos lhe deixasse um pão;
Um pão para que você possa comer e engolir toda a tristeza;
A tristeza que chegou com a morte sem ao menos ter leveza;
Pois seus sintomas são repentinos como uma bomba que explode, destrói e  diminui tudo em milhões de pedaços.
Os pedaços do seu coração que com toda a apreensão foram dedicados ao amor.
Ao amor que hoje se perdeu na dor;
Se perdeu na dor, pois não pode encontrar um doutor;
Um doutor que tenha todos os remédios e todas as curas;
As curas das doenças de seus pensamentos e coração, no qual nem mesmo o leão branco pode te estender as mãos;
Pois você estava longe e perdido assim como o vento que sopra para todos os lados sem ao menos ter uma direção;
Uma direção do que se quer ou oque se busca;
Tão ambíguo quanto uma grávida no qual se der a luz à criança que espera, perderá a vida;
Perderá a vida uma mãe, para que salve seu filho;
Sem que possa vê-lo chorando ao nascer, sem que possa presenciar sua primeira palavra, seu primeiro sorriso e seu primeiro caminhar;
Minha jovem alma olhe por onde caminhas;
Pois por ti foi dado um filho, um sacrifício, no qual o pai do leão branco e criador de todas as nações se submeteu;
No qual uma lança ultrapassou seu abdômen, com toda a frieza que se pode haver no mundo, ele foi para o madeiro de uma cruz;
No madeiro da cruz suas mãos foram pregadas com grandes pregos;
Com grandes pregos também foram ultrapassados seus pés;
Aos seus pés cheios do sangue inocente de um filho puro;
Se achavam pessoas frias assim como quando se abre um freezer e sobe o vento frio;
O vento frio que se formou, e assim como se apaga a única luz acesa em uma casa escura;
Uma casa escura a isso se compara o dia da morte do leão branco;
Que após três dias com seu forte rugido rompeu as barreiras do inferno;
Por ser puro e não ter nada que prenda o leão eterno;
Enfim, oque seria da vida se não houvesse a morte, e ainda;
Oque seria da alegria se não houvesse a tristeza?;
Da coragem se não houvesse o medo;
Do amor se não houvesse o ódio;
É preciso atravessar a ponte dos medos;
Para que se possa pegar a coragem com as pontas dos  dedos;
No abismo da tristeza para que se possa ter alegria e leveza;
Na rua da tribulação para que se possa ter paz ao coração;
Mas a morte meu querido amigo na verdade, ela é quem chega até você;
Chega até você sem alarmantes e sem receio,  ceifa seus sonhos;
Ceifa seus sonhos e sua esperança, e jamais poderás viver novamente para dar seu último abraço;
Ou dizer o seu último EU TE AMO;
Ou até mesmo fazer a sua última viagem;
A sua última viagem na verdade será essa; aos braços da morte e jamais poderá voltar para traz;
 Mesmo que a peça.

'Basili junior Joao'

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