Diga meu nome

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Mais um dia normal em Storybrooke. Por enquanto. Depois de muito tempo viajando entre mundos e brigando com os vilões de histórias infantis (nem tão infantis), os personagens mais conhecidos desfrutavam um dia tranquilo na cidade, eles mereciam. Snow, Charming e o bebê Neal estavam no Granny's esperando Emma e Henry para o almoço em família. À vezes, Emma ficava desconfortável com tudo isso, mas como seu próprio filho dissera, ela não podia ficar negando o que um dia sempre sonhou, então se esforçava para manter contato com seus pais. Isso acabou ficando mais fácil quando seu irmão nasceu. Era estranho ter um irmão bebê daquele jeito, mas era o que ela achava graça. Quando estava no orfanato, sentia raiva dos pais, mas sonhava com um irmão mais velho que de repente, fosse tirá-la do orfanato e leva-la pra almoçar, deixando todo aquele lugar horrível pra trás. Nunca aconteceu, ela não tinha um irmão mais velho para protege-la, e quando viu Neal, sentiu que deveria desempenhar esse papel na vida dele: protegê-lo, assim como fazia com Henry.

- Vamos, carinha... Fale: Pa-pai. Não é difícil, fala! Pa-pai! - David tentava ensinar o filho de nove meses falar.

- Não, amor... você tem que falar ma-ma. Ma-ma!

E o bebê sentado em um cadeirão só lambia os dedos e olhava por onde podia.

- Eu aposto que ele vai falar Red primeiro. Não é, Neal? Red!

Snow e David reviraram os olhos e Ruby riu.

- Ele vai dizer, vocês vão se surpreender com isso, e aí, estarão me devendo uma cerveja.

- EU não apostei nada! - David riu e foi pegar as bebidas no balcão.

A porta do estabelecimento abriu-se e Henry entrou com Emma e Regina.

- Emma! Você chegou! - Ruby comemorou, colocou os pratos de David e Snow na mesa e foi abraçar a amiga, dando um olhar meio torto para Regina.

- E aí? - Emma falou.

- Diga para os seus pais, a primeira palavra do Neal vai ser Red não vai? Todo mundo gosta de mim...

Emma franziu o cenho.

- Se você fosse mais humilde, talvez...

Todos riram.

- Oi, Emma... - Snow disse junto com David.

- Olá... Eu convidei a Regina, como já perceberam. Ela tava com o Henry, aí...

- Tudo bem... Oi, Regina! - Snow sorriu, terna como sempre.

Henry estava brincando com Neal no cadeirão.

- Emma! - Granny gritou de dentro da cozinha, acenando.

- Hoje não é dia da Ruby ficar na cozinha? - Emma acenou e Ruby revirou os olhos.

- Valeu, Emma! - Ela colocou o avental e entrou na cozinha, evitando uma bronca da avó.

-Em...ma! Em...ma!

Emma escutou um timbre que só conhecia por ruídos incompreensíveis e se virou com um sorriso no rosto.

- Ah! Ele disse! - Ela falou. - Ele falou!

- Que? Não! Claro que não, Emma... - Snow não quis reconhecer que ela tinha ouvido o nome da filha mais velha ser a primeira palavra do filho mais novo.

- Foi sim! - Henry concordou e ele com Emma fizeram um hi-five.

Emma pegou o bebê no colo.

- Fala de novo, Neal. Fala! Qual o meu nome?

- Em...ma! - Ele repetiu, sorrindo. - Em..ma! Emma! - Arrancou um sorriso largo de Emma.

- Viu só? Eu ganhei, RUBY! - Ela encheu o bebê de beijos.

- Droga! - Snow e David retorceram a cara. - Isso é injusto, você sabe não sabe?

- Injusto? Quero deixar bem claro que não usei de magia nenhuma para isso. Que culpa eu tenho se ele me ama?

Eles riram e começaram seu almoço entre conversas. Ficaram fazendo hora por lá durante um bom tempo, jogando conversa fora. Snow tentou dar comida para o bebê, mas não teve sucesso, assim como David.

- Acho que vocês entenderam o recado, né? - Emma zombou e pegou o irmão no colo de novo. Com uma mão, ela pegou um pouco da papa nojenta do irmão e ofereceu à ele, que comeu de bom grado.

- Ok. Chega. Não admito isso. - Snow esbravejou enquanto todos riram.

No fim, Emma ficou o tempo todo com o irmão no colo, brincando.

- Eu não quero imaginar o que vocês fazem com essa criança pra ela gostar justo da Emma. - Regina comentou. Sua voz áspera de sempre, mas o tom de brincadeira era nítido.

- Haha.

Já era três horas da tarde e eles ainda estavam conversando pela lanchonete.

- Bem, eu vou embora, porque tenho mais o que fazer. Tenho um torneio de videogame pra vencer.

- Você perdeu da última vez. - Henry tossiu e eles riram.

Emma molhou as pontas dos dedos no refrigerante do filho e espirrou na cara dele.

- Garoto, fica na sua. Tchau pra vocês... - Ela despediu-se da mãe, do pai e encheu o irmão de beijos, pronta pra colocá-lo no cadeirão. Quando o fez, o menino começou a chorar.

- Emma! Emma! Ma! - Ele esticou as mãozinhas chamando-a.

- Ah, eu tô adorando isso! - Ela se abaixou na altura dele, enquanto olhava de canto para os pais, perturbados com a preferência do filho por ela.

Regina se aproximou de Snow e David.

- Ela enfeitiçou o bebê.

- EU sei... - Snow apertou os olhos e David riu.

- Eu não vou embora pra sempre, parceiro. Eu volto, ok? - Ela piscou e apertou a mão do irmão. Foi saindo com Regina e Henry, ouvindo o irmão chorar atrás dela.

- Acho que a minha vó não está muito feliz com isso, sabia?

- Eu sei... Você viu a cara dela, garoto? - Emma disse divertida.

- Aham. - Ele riu. - Você pode ter enfeitiçado meu tio, mas eu não vou deixar você fazer isso comigo, porque eu vou ganhar o jogo assim que eu der play! - Henry saiu correndo em direção à sua casa com Emma, era a casa vizinha da casa de Regina.

Emma olhou para a prefeita.

- Regina, eu não posso deixar ele ganhar. Até... mais. - Emma saiu correndo atrás do filho.

A prefeita revirou os olhos e continuou o caminho sozinha.


Emma and Neal - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora