1-Hey i'm Loueh!

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Mais um dia normal de escola, uma tediosa manhã de aula, temos literatura hoje e a senhorita Elizabeth, sim senhorita, os idosos e suas manias de querer ser sempre jovens, continuando a senhorita Elizabeth provavelmente irá nos passar um trabalho de leitura no livro.

Romance é o meu preferido!

Me recordo da senhorinha de cabelos brancos com as mãos no peito soltando um suspiro longo e fechando os olhos com um sorriso apaixonado escorada na parede nos contando sobre como era nos seus tempos de jovem-guarda, Sra. Elizabeth é adorável quando se lembra das paqueras inocentes do seu tempo.

Talvez a aula de literatura não seja tão tediosa pois assim posso imaginar a minha "paquera inocente" com o garoto de olhos verdes encantadores e voz sedutora que com apenas um 'oi' faz me derreter por inteiro e ter pensamentos que nem as penitências do padre na hora de me confessar perdoariam.

~*~

-Bom dia pequenos leitores, como vos havia avisado na aula passada, a releitura de um livro que EU vou passar para vocês, deverá ser entregue no final do mês, por isso o capricho e organização não geram motivos para não serem colocados neste trabalho.

O sinal já tocou e eu me encontro sentado na primeira carteira, na fileira da janela, atento com as ordens que Elizabeth nos repete pela milésima vez exigindo capricho no trabalho dado por ela.
Aperto a ponta da caneta entre os dentes com receio de olhar para trás com o intuito de ver o príncipe de cachos longos, vulgo o nome é Harry Styles.

Olhar ou não olhar, eis a questão.

O meu subconsciente atira e assim o faço, com um movimento devagar e trêmulo, viro meu miúdo corpo para trás e disfarço que vou pegar uma régua na mochila, assim tenho a chance de vê-lo, girando os seus preciosos anéis nos dedos, sem livro, sem lápis ou borracha, sem atenção alguma para o que a nossa professora apaixonada por romances estava a explicar, apenas no seu mundo pararelo de pensamentos sem porta de entrada ou saída para quem quisesse entrar, apenas ele.
Os lindos cachos que aprecio tanto, estavam tampando seu rosto perfeito pelo fato de estar com a cabeça baixa, a bota preta do pé esquerdo pareciam um tique n pois balançava para cima e para baixo rapidamente como se estivesse nervoso com algo.
Se eu pudesse admirava sua beleza por um bom tempo, seus traços, seus músculos que mesmo com sua camisa branca de mangas compridas podiam serem visto em um cortorno perfeito.

Um estalo de dedos desperta meu transe e me viro para trás assustado com o que era, nada mais, nada menos que a Sra. Elizabeth me chamando atenção por estar demasiado tempo virado para trás.

-Como eu ia dizendo, vou sortear o nome das duplas e seus respectivos livros, por favor sem entortar o nariz, se não forem amigos(as) por favor não me peçam para trocar, fiquem contentes com suas duplas. Bem vamos aos nomes.

Dupla? Ai, será que? Oh meu Deus, não posso me iludir com essa possibilidade tão pequena, mas sonhar um pouco não me quebra ou arranca pedaço.

Os primeiros nomes são sorteados, as famosas borboletas na minha barriga voam rapidamente, as mãos suadas entregam meu nervosismo, as lentes dos meus óculos estão embaçadas, uma dor de barriga seria o que menos espero agora.
Mais nomes são dados, o ranger das carteiras se juntando e a voz da Sra. Elizabeth são os únicos sons que passam nos meus ouvidos.

-Como penúltimo nome, não menos importante Louis Tomlinson e...

Harry, Harry, Harry, Harry, Harry...

-Humm... Vejamos, Harry Styles está presente? Ali está, portanto Harry e Louis será a dupla de número 10, com o livro Romeu e Julieta.

Foi como em um filme de missão impossível, onde os últimos segundos acabam e a bomba relógio explode não deixando escapar qualquer objeto, destruindo tudo.
Sim, uma bomba foi como me senti quando ouvi seu nome como minha dupla ainda mais um dos melhores romances já lançados.

Aliás, sem mais delongas ou observações este sou eu, Louis Tomlinson, um jovem nerd apaixonado por alguém que nunca o disse 'oi' ou 'como vai?', iludido? Talvez. Nunca pensei em gostar de uma ou um alguém. Diferente? Estranho? Gay? Vergonha? Perguntas, que não precisam de resposta apenas a que sempre me vem a mente, Por que justamente ele? Um jovem baixinho que prefere focar em livros ao invés de festas e garotas bonitas, que precisa ser o bom menino da mamãe que esconde este segredo a sete chaves, sem escândalos ou problemas psicológicos, drogas ou interesses absurdos, ou sim o meu interesse que nunca vai ser compreendido por minha família ou quem quiser que seja, uma paixão talvez? Platônica e sem sucesso?
Ele é fechado, guardado, sem sorrisos ou palavras doces, mas que apenas com sua jogada de cabelo para trás me deixa simplesmente assim, nos ares como uma garotinha patética apaixonada.

Ele não fez movimentos algum para mover sua carteira do lugar para juntar com a minha, olhou para mim, ergueu sua mão em uma altura não muito alta, e me fez um brevíssimo aceno.

Devo falar com ele? Ou...
Solto um derrotado, pesado e longo suspiro por ele nem se quer ter vindo falar com sua dupla.
Ele deve ter revirado os olhos quando ouviu que sua dupla seria o estudioso sem graça da turma, um famoso Zé ninguém que brinca com um cubo mágico na hora do lanche ao invés de comer.

Depois dessa derrota o sinal toca para troca de salas e a bola da vez é biologia com o professor Jason.

Custo levantar o corpo ou a bunda mesmo da cadeira e passo o braço no livro de biologia quando uma mão grande envolve o meu braço direito e aperta para certificar-se que eu iria ouvi-lo, este me vira para ele e o meu sangue é drenado completamente do meu corpo.

-Olá- sua voz é baixa e rouca, o hálito de hortelã invade as minhas narinas, os meus olhos focam nos seus lábios até seus lindos olhos e logo fizemos nosso primeiro contato visual, boca seca, mãos suadas, pernas bambas, céus! Este menino tem um efeito absurdo contra mim!

-Entendeu?
Não ouvi uma palavra se quer do que ele disse, devo estar parecendo um morto-vivo, um walker da série The Walking Dead .

-Se eu entendi? Claro, podemos repassar?

Podemos repassar? Sério?
Meu subconsciente goza comigo e estou numa batalha contra ele para que se cale.

A minha paixão platônica solta meu pequeno braço e abana sua cabeça para o lado e para o outro vagarosamente.

-Podemos dar início no trabalho nessa semana até o final de semana, você pode ir na minha casa e podemos fazer o trabalho no escritório da minha mãe okay? Dá-me lá uma caneta e um pedaço de papel para que eu escreva meu número e o endereço que eu moro.

Aceno positivamente para ele quando da suas coordenadas e pego um papel dando a caneta que pediu.

-Roxa?-pela primeira vez um sorriso se forma nos seus lábios e os furinhos conhecidos como covinhas dão destaques no seu rosto.

-Hey, roxo é legal não pense besteiras!-lanço como se estivesse ofendido e seu sorriso é dado como resposta enquanto ele faz a anotação no pedaço de folha.

-Nos vemos amanhã a tarde na minha casa, Loueh.
Ele pisca e me deixa na sala a dar suspiros como a minha professora preferida de literatura.

Primeiro cap
Espero que gostem beijos!

Secret Love (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora